Diferente de tudo o que eu poderia esperar de um spin-off da franquia Toy Story, Lightyear traz uma temática reflexiva, séria e bem humorada sobre o nosso patrulheiro espacial favorito. O filme conta a história do verdadeiro Buzz Lightyear, que deu vida a um dos brinquedos favoritos de Andy, e chega aos cinemas nesta quinta-feira (16).
Quando uma missão espacial dada ao time de Buzz ao espaço dá errado por algo que ele cometeu, ele decide consertar tudo para fazer dar certo. Não é diferente do patrulheiro que já conhecemos, que faz de tudo para que seus planos de salvar os amigos sempre funcionem. Ao lado de sua fiel amiga, a patrulheira Alisha Hawthorne, ele tenta encontrar solução para levar seus colegas de volta para casa.
Sabendo que o Buzz, brinquedo de Andy, é um personagem dramático, que adora ser o centro das atenções e ser o grande líder, faz todo sentido imaginarmos um Buzz original da mesma forma, e pode ter certeza de que a Pixar não errou. A personalidade do patrulheiro se manteve intacta, isso traz um sentimento de nostalgia, mas também de continuidade. Apesar de “Lightyear” ser totalmente diferente de “Toy Story”, o nosso personagem não perdeu a sua essência e continuou nos fazendo sorrir com seus dramas.
Quem assistir à animação legendada escutará a voz de Chris Evans como Buzz, enquanto quem preferir a dublagem em português ficará com Marcos Mion na cabeça. No início, dá uma certa estranheza, pois muda um pouco aquela voz que já conhecemos, mas com o tempo fica completamente normal.
O diretor do filme é Angus MacLane, que na cadeira já dirigiu Procurando Dory e alguns especiais de Toy Story. Ele fez um trabalho muito bom de condução para que o filme fosse independente da franquia, mas que ainda assim tivesse uma certa conexão com a “lição de moral” que os filmes anteriores de Buzz passam. Inclusive sobre amizade, e neste caso não posso deixar de falar sobre os personagens incríveis que me cativaram.
Além da comandante Hawthorne, já citada aqui, quatro recrutas conquistam a plateia, seja pela inexperiência no cargo de patrulheiros ou pelas piadas constantes. Em meio a um enredo sério ao melhor estilo “Perdido em Marte”, um personagem especial roubou meu coração: o gato-robô Sox. Já podemos prever milhares de crianças carregando um bonequinho desse na mão. Mas é claro que ainda temos um personagem já conhecido – e talvez odiado – pelos fãs de Toy Story que retorna explicando suas verdadeiras origens, mas fiquemos sem spoiler, né?
A Pixar já é conhecida por ser um estúdio que aborda temáticas sérias e que ensinam crianças e adultos sobre a vida, amizade e família. Mas dessa vez, se superou. A história de Buzz Lightyear traz um contexto sóbrio, com ensinamentos sobre nós mesmos e as escolhas que tomamos, sobre o trabalho, sobre liderança, sobre fragilidade e nossas falhas.
Definitivamente, é um roteiro que levarei para a vida! Infelizmente, o filme foi censurado em alguns países por ter um beijo de duas mulheres, que dura segundos. O preconceito e algumas restrições culturais impedirão que essa belíssima obra chegue a pessoas do mundo todo. Mas já que o Brasil não proibiu, não perca a oportunidade e assista, a partir desta quinta (16) nos cinemas.