Em setembro de 1949, cinco amigos que gostavam de fazer alpinismo subiram em direção ao Pão de Açúcar. Fizeram uma trilha que ninguém havia feito ainda e no caminho se depararam com um mistério que se desenrola pelos anos: um corpo mumificado.
A múmia do Pão de Açúcar era um cadáver de cabelos longos que estava pendurado pelo pescoço. Com 1,60m de altura, o corpo vestia um suéter sobre uma camisa de alças e não tinha identificação.
Os cinco amigos avisaram a polícia. Eles haviam começado a subir por volta das 8h e às 11h30 encontraram o cadáver. O corpo foi passado para legistas, que concluíram que não estava em estado de decomposição. Estava mumificado. Os legistas concluíram que o cadáver estava preso na montanha há aproximadamente seis meses e se mantinha conservado graças por conta do sal, da maresia e do mormaço na região.
O historiador Milton Teixeira, em entrevista à BBC, disse que acredita há uma possibilidade de se tratar de um pescador e artesão português que residiu em uma caverna, na região por onde os alpinistas subiram, nos anos 1940.
Para Rodolfo Campos, que fez um curta metragem sobre a Múmia de Gallotti (como o caso ficou conhecido à época), levanta a possibilidade de ser um caso de transfobia. “Por ser um homem vestido de mulher e ter os cabelos compridos, suspeito que fosse um travesti que, talvez, estivesse fugindo de alguém ou tentando se esconder na mata. Mas é impossível afirmar com certeza”, disse Rodolfo.
De acordo com pesquisadores, não há registro do que aconteceu com o corpo depois. A principal hipótese é que, devido à falta de documentação e reconhecimento parental no Instituto Médico Legal (IML), a “múmia” foi enterrada como indigente.