A Prefeitura do Rio deu início na manhã desta terça-feira, (06/12), às obras de transformação da Arena 3 do Parque Olímpico, na Zona Oeste da cidade, em uma escola em tempo integral que ganhará o nome de Isabel Salgado, jogadora de vôlei que morreu em novembro deste ano. O Ginásio Educacional Olímpico (GEO) Isabel Salgado será uma escola em tempo integral que deve atender cerca de 900 estudantes. A construção do local estava prevista no plano de legado dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016.
“A gente está homenageando uma pessoa que nos deixou precocemente, que era engajada na vida do país. Que usou o esporte e seu espaço para defender a juventude, a saúde e valores democráticos”, afirmou o prefeito Eduardo Paes.
De acordo com Paes, a cidade já possui dez escolas no mesmo modelo. A previsão é que a obra dure um ano e que o local tenha 24 salas de aula e espaço para diversas modalidades esportivas. A região também deve ganhar um parque.
“É uma honra dar o nome dela para este lugar que recebeu uma Olimpíada, onde aconteceram tantas vitórias, tantas lutas”, disse Paes sobre a homenagem.
Eduardo Paes lembrou que as arenas do evento foram construídas para serem desmontadas e terem o material reaproveitado em outras construções, como escolas. A ideia é uma tendência em arquitetura sustentável. Na Copa do Catar, por exemplo, o Estádio 974 é o primeiro estádio desmontável do evento.
A Arena do Futuro, que recebeu os jogos de handbol durante os jogos, passou por um processo de desmonte e o material está sendo usado na construção de quatro novas escolas na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Cada uma deve ter capacidade para 245 alunos.
Quem foi Isabel Salgado
Maria Isabel nasceu no Rio de Janeiro e fez carreira no esporte. Nas quadras, foi revelada pelo Flamengo e fez história ao ser a primeira jogadora brasileira a atuar na Europa, quando rumou ao Modena, da Itália, em 1980.
Isabel atuou nas Olimpíadas de Moscou-1980 e Los Angeles-1984, numa época em que a seleção brasileira feminina ainda dava seus primeiros passos na profissionalização.
Após o fim da carreira nas quadras, foi nome importante também no vôlei de praia, onde chegou a atuar ao lado de Jackie Silva, uma das suas principais amigas da época de quadra. Em 1994, foi campeã mundial nas areias de Miami. Depois de encerrada a longa vida de atleta, virou treinadora.
Isabel faleceu em novembro, os 62 anos. A ex-atleta sofria com uma síndrome aguda respiratória do adulto (SARA), uma condição clínica rara. Isabel chegou a ser internada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, mas não resistiu.