Carioca de família mineira, socióloga, arquiteta e urbanista, Elizabeth de Portzamparc, aos 19 anos vai morar na França para concluir seus estudos e, já aos 29, funda e dirige o Atelier de Urbanismo Participativo da cidade de Antony. Seus estudos concentraram-se nos diferentes modos de uso dos edifícios e da cidade, buscando a identidade e particularidades do lugar, definindo a noção de sub-bairros como a menor escala de vida social urbana, assim como a noção de hierarquia de intimidade dos espaços, ambos conceitos que a seu ver, deveriam fundar todas as análises e concepções de cidades. Nascia, com esse trabalho, uma profissional criativa com a sensibilidade necessária para descobrir as possibilidades que cada espaço oferece, e proporcionar uma variedade de utilizações, sejam individuais ou coletivas, públicas ou privadas.
Ao longo de aproximados 35 anos de trabalho na França, onde mora, casada com o também arquiteto Christian, Elizabeth vem colecionando premiações em concursos internacionais, apresentando um conjunto de projetos que ela descreve como “arquitetura de conexões”, como o “Living in the Leaves”, Huizhou, China, premiado pelo RIBA (Instituto Real de Arquitetos Britânicos) 2021, neste caso, conectado com a natureza.
“O arquiteto deve pensar e favorecer a instalação da totalidade das conexões que um projeto pode estabelecer com o seu contexto físico, social e cultural”, diz Elizabeth.
No Brasil, de onde Elizabeth nunca se desconectou totalmente, inclusive por conta de netos morando em Minas Gerais, ela desenvolveu projetos como o SESC, Osasco- SP (2013), o Centro Cultural Francês, Florianópolis- SC (2011) e, na sua cidade natal, Rio de Janeiro, desenvolveu estudos para o Marina da Glória em 2010. Elizabeth é, na verdade, uma arquiteta de vanguarda, consciente das questões ambientais, tanto que, em 2008, criou, dentro da sua agência, um atelier de urbanismo sustentável, com uma equipe multidisciplinar que inclui sociólogos e antropólogos que participam no desenvolvimento dos seus projetos experimentais.
Creio, portanto, que lhe faltava há algum tempo, o reconhecimento formal de sua terra natal, não sendo nem necessário esperar formar tamanho “currículo” *. Um Brasil de tantos talentos reconhecidos nas artes cênicas e plásticas, na música, nos esportes, precisa estar igualmente atento a outros profissionais que fazem a diferença, principalmente mulheres que desafiam campos tradicionalmente masculinos.
Mas isso está em vias de acontecer e, dentre tantas cidades em tantos estados, coube ao Rio de Janeiro, ainda capital de memoráveis eventos, o privilégio de sediar esse acontecimento, então, aproveite o convite: Próximo dia 12, Elizabeth receberá o prêmio de “Arquiteta do Ano” pelo IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil), e, no dia 15, dia Nacional do Arquiteto e Urbanista, fará a imperdível palestra magna às 17 horas, numa solenidade do CAU BR (Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil) que acontecerá no MAR (Museu de Arte do Rio).
Para participar gratuitamente, o/a arquiteto/a deverá fazer inscrição através deste link.
*Quem quiser conhecer mais do trabalho de EP, basta acessar este link.