Circuncisão em Nova York com texto do grande autor, diretor e dramaturgo, João Bethencourt, é uma excelente comédia, que se torna atualíssima, pois contribui para a promoção da difusão e memória da dramaturgia brasileira, da cultura judaica e valorização o tema LGBTQIA+. Com direção de Guilherme DelRio, o elenco é composto pelos atores Jalusa Barcellos, Narjara Turetta, Sergio Fonta, Rogério Freitas, Araci Breckenfeld, Danton Lisboa e Carlos Loffler.
A comédia usa como estrutura dramatúrgica o quipropquó. Do latim quid pro quo, que significa “uma coisa pela outra”, e que num sentido lato, utiliza-se quiproquó para designar um equívoco ou uma confusão de palavra. Essa forma de narrativa desperta gargalhadas contínuas na plateia, que sabe exatamente o que se passa.
A peça conta a história de uma família tradicional judaica, cujo patriarca está preocupado porque considera que chegou o momento de a filha lhes dar o neto. Desconhecem o fatos importante: a filha com sua companheira, também de família tradicional judaica, resolvem ter um filho via inseminação artificial, sendo que o pai de uma delas, sem saber da homossexualidade da filha e nem do método usado para concepção do primogênito, vibra com a notícia que será avô até descobrir pela esposa, que seu neto Abraãozinho, nascerá via métodos nada normais.
Cada um dos atores consegue interpretar o tipo acabado de personagens e temas, normalmente explícitos, da cultura judaica. O rico comerciante, o rabino, o amigo, a mãe preocupada, o desejo da descendência, a filha única, princesinha do pai. É desse jogo entre desejo e realidade, previsão que é quebrada, o que torna a comédia , um momento de diversão, mas também uma ótima oportunidade de ser ver como o amor é o que vale.
- Serviço:
- Teatro Brigitte Blair
- Quinta às 20 h