É de amplo conhecimento que Eduardo Paes nunca foi um político fortemente ligado aoPMDB. Apesar de ter ganhado o seu cargo de prefeito nesta sigla Paes originalmente era um político do PSDB. Em algumas entrevistas, já como prefeito, o próprio Paes fala que não é um homem do partido.
Dentro do PMDB Fluminense há o clã Picciani, que até então não era especialmente próximo ao prefeito. Alguns comentários dizem respeito ao fato que a família Picciani almeja o cargo do executivo municipal em 2016, com o deputado federal Leonardo Picciani. Já o grupo ligado ao prefeito tenta emplacar nomes como Pedro Paulo, eleito recentemente Deputado Federal, para suceder o atual prefeito.
Enquanto há a disputa entre o grupo de Paes e Picciani, o próprio prefeito acabou de nomear o caçula do clã oposto (Rafael Picciani) para ocupar uma importante pasta municipal, a de transportes. Em entrevista que ouvi na CBN ficou claro que ele é um político profissional que decorou um bando de falas pré-formatadas sobre transporte. Seu papel na secretaria de transporte será de autopromoção. E imagino que vai se dar bem com isso. Apesar dos problemas de mobilidade atual do Rio veremos transformações significativas até meados de 2016 (nenhuma delas fruto do trabalho de Rafael Picciani).
Mas porque Paes entregaria um cargo desses aos seus opositores internos do PMDB? Há algumas hipóteses, mas para mim a mais forte é que a benesse é uma troca de apoios para pleitos futuros. Paes desistiria de tentar emplacar seu sucessor em 2016 (eleição que promete ser bem mais difícil que a última, possivelmente contando com candidatos de uma extrema esquerda forte, Freixo, e outro com muito apelo populista, Romário) em troca de um apoio total para postular o cargo de governador do Rio de Janeiro em 2018.