Na esteira das comemorações pelo Bicentenário da Independência do Brasil, o Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, anunciou que consagrará o Brasil ao Sagrado Coração de Jesus, durante uma solenidade que será realizada no Santuário do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, no dia 13 de maio de 2023 – próximo sábado, Dia de Nossa Senhora de Fátima. Em seu comunicado, o Príncipe disse que espera contar com o apoio e participação do clero, bem como de toda a sociedade.
A Casa Imperial (ou real, ou principesca) é uma instituição comum em todo país que no passado foi monarquia. Desde a Rússia, até Itália, Portugal, Alemanha e França, as famílias reais se organizam em torno de casas monárquicas, de forma a manter acesa a ideia da volta das monarquias, a exemplo do que ocorreu, por exemplo, na Espanha. Países que tiveram mais de uma família real, como a França, têm mais de uma Casa. Estas instituições gerem os movimentos monárquicos e por vezes a concessão de honrarias, brasões e títulos, sendo que aqui no Brasil a organização é contrária a esta prática ‘enquanto’ a monarquia não for o regime de governo do país.
Vale lembrar que, em 13 de Maio, é comemorado também o 135º aniversário da Abolição da Escravatura, decisão levada a cabo pela Princesa Dona Isabel, bisavó de Dom Bertrand, que repetirá o gesto de D. Maria I, que consagrou o Brasil, enquanto unido a Portugal, ao Sagrado Coração. Esta será a primeira consagração do Brasil à figura do coração de Jesus, depois de sua independência.
No comunicado o Príncipe ressaltou que no momento histórico atual o país passa por profunda turbulência, com a expansão de sistemas políticos e padrões culturais e religiosos que em sua opinião seriam avessos à tradição ocidental.
“A situação atual é caracterizada pela crise existencial do mundo Ocidental e Cristão, do qual o Brasil se gloria em fazer parte. Uma crise que se reveste de especial gravidade pela convergência de diferentes e simultâneas ameaças. Do ponto de vista da política externa, a emergência de novos poderes mundiais de cultura neopagã, frequentemente dominados por ideologias totalitárias, avança sobre a nossa soberania”, disse D. Bertrand.
No documento, o Príncipe previu ainda que, internamente, o Brasil se via ameaçado pelo retorno de uma “ideologia totalitária que havia sido banida da política nacional mercê de manifestações multitudinárias”. No documento D. Bertrand citou o líder católico, Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, na defesa de um Brasil liberto de ideologias estranhas ao seu modo desenvolvimento e modo de ser mais profundo.
Leia abaixo o Anúncio da Consagração do Brasil ao Sagrado Coração de Jesus feito por Dom Betrand:
“As comemorações do Bicentenário de nossa Independência – abrilhantadas pela peregrinação do coração de Dom Pedro I – deve representar o marco inicial de uma nova era para nossa grande Nação”, disse o trineto do Imperador Pedro II. E continua, em seu comunicado:
“Passadas as turbulências de uma juventude nem sempre judiciosa, o Brasil deve doravante embrenhar-se – cheio de idealismo e de vigor – na vida adulta de sua história, num contexto global extremamente desfavorável.
De fato, a situação atual é caracterizada pela crise existencial do mundo Ocidental e Cristão, do qual o Brasil se gloria em fazer parte. Uma crise que se reveste de especial gravidade pela convergência de diferentes e simultâneas ameaças.
Do ponto de vista da política externa, a emergência de novos poderes mundiais de cultura neopagã, frequentemente dominados por ideologias totalitárias, avança sobre a nossa soberania. Ao mesmo tempo, o agravamento de conflitos militares e de confrontações políticas levanta o espectro de uma nova guerra mundial com a possibilidade do uso até mesmo de armas atômicas. A fraca estabilidade internacional que vigorou desde o final da II Grande Guerra parece esgotada. Desequilíbrios sociais, políticos, econômicos e financeiros somam-se a esse quadro e, com a celeridade da internet, disseminam a sensação de estarmos no final de uma era Histórica.
Do ponto de vista da política interna, o Brasil é ameaçado também pelo retorno de uma ideologia totalitária que havia sido banida da política nacional mercê de manifestações multitudinárias.
Usando uma expressão do saudoso Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, líder católico que tanto defendeu nosso país contra ideologias estranhas que o ameaçavam, era a manifestação de um Brasil profundo desejoso de ser fiel a si mesmo, ao seu passado, às suas tradições.
Não por acaso, nessas grandes manifestações desse Brasil profundo, dois de seus brados ecoaram pelos quatro cantos do país: “quero o meu Brasil de volta” e “nossa bandeira jamais será vermelha”.
Nos períodos de crise, as nações precisam de regimes políticos estáveis, de estadistas guiados pelos grandes interesses nacionais de longo prazo, assim como de populações capazes de resistir à pregação de “iluminados” que, aproveitando-se das tensões do momento, propõem soluções quiméricas.
Porém, acima de tudo, as nações precisam do auxílio d’Aquele cujo trono é o Céu e tem a terra como escabelo para seus pés, pois, como diz o conhecido salmo, ‘se o Senhor não edificar a casa, é em vão que trabalham os que a edificam. Se o Senhor não guardar a cidade, inutilmente vigia a sentinela’.
Para obter essa ajuda do alto, é preciso que a sociedade brasileira, e particularmente suas elites sociais, se mobilizem desde já num esforço de regeneração moral e espiritual, de molde a atrair para o país a benevolência e a misericórdia divinas, e que ela o faça pedindo a intercessão de sua Padroeira e advogada celeste, Nossa Senhora Aparecida, a quem Dom Pedro I consagrou nosso país ao pedir pela sua Independência.
É com esse intuito que aproveito as celebrações do Bicentenário de nossa Independência para anunciar que, no próximo 13 de maio, estarei humildemente aos pés do verdadeiro e divino Redentor, no seu santuário do Corcovado, para ali consagrar solenemente o Brasil ao Sagrado Coração de Jesus, enquanto Chefe da Casa Imperial.
A data não poderia ser mais simbólica, pois se celebrará o 135° aniversário da Lei áurea com a qual a minha bisavó, a Princesa Isabel, proclamou a libertação dos escravos. Com esse ato, ela sabia que poderia perder a coroa, mas consolidava um processo iniciado desde a Lei do Ventre Livre, quase 20 anos antes, de libertação de um povo que constituía parte do Brasil.
De fato, ela perdeu a coroa, mas ficou cognominada como “a Redentora”. Pouco conhecido do público foi o episódio que disso resultou. Quiseram erguer, em sua homenagem, um monumento à “Redentora”. Todavia, como católica fervorosa, respondeu que um tal monumento deveria ser erigido ao Redentor da humanidade – o Cristo Redentor, e no alto do Corcovado.
O Brasil, enquanto unido a Portugal, já havia sido consagrado ao Sagrado Coração de Jesus pela Rainha D. Maria I, avó de D. Pedro I e minha hexavó. Mas, como nação independente, essa Consagração será feita agora, neste próximo dia 13 de maio de 2023.
Nesse ato, representarei o conjunto da sociedade brasileira, formada pela união de diversos povos que aqui, admiravelmente, se uniram para formar a nacionalidade sob o influxo de nossos Imperadores.
Certo de contar com o beneplácito dos Exmos. Srs. Arcebispos e Bispos do Brasil e pedindo sua benção para essa iniciativa, exprimo minha absoluta certeza, ancorada na Fé, de que essa consagração da nossa Pátria ao Sagrado Coração de Jesus atrairá para ela o favor divino, permitindo-lhe assim atravessar incólume as graves tormentas que se acumulam no horizonte, para assim poder servir como um dos principais alicerces daquela Cristandade renovada anunciada nas aparições de Nossa Senhora em Fátima, cuja festa também é em 13 de maio, com estas esperançosas palavras: Por fim, meu Imaculado Coração triunfará!”
Dom Bertrand de Orleans e Bragança
Chefe da Casa Imperial do Brasil
A inciativa e a cerimônia contam com o apoio das seguintes instituições:
Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
Liga Cristo Rei – Centro Dom Bosco
Brasil Paralelo
Irmandade do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos
União Brasileira de Juristas Católicos
Associação Regina Fidei
Centro Universitário Ítalo-Brasileiro
Associação Apostolado do Sagrado Coração de Jesus
Pró Monarquia
Gostaria de parabenizar a jornalista Patricia Lima pelo respeito e profissionalismo ao escrever essa matéria. O Brasil precisa de mais jornalistas assim.
Grande homem, é realmente uma pena que somos uma República de bananas
O Brasil não é uma república? Dom, no Brasil,. só pizzaria e barbearia gourmet
Brasil é uma república oligárquica de representatividade indireta. Ou seja, não é realmente uma república e muito menos democrática. Dom não é título, é tratamento de respeito a pessoa, assim como sua parte feminina, Dona. Quem acredita que aqui é democracia ou realmente uma república, não sabe o que fala, só repete o que lhe disseram.