Claudia Chaves: O Fim da Esperança – Faça amor, não faça a guerra

Colunista do DIÁRIO DO RIO fala sobre o fio do festejado dramaturgo irlandês David Ireland no espetáculo inédito O Fim da Esperança

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp

Em grupo, costumamos brincar e escrever quais os pré-requisitos que o futuro parceiro (ou não) deve preencher. Vão desde altura, nome, profissão, opiniões, crenças, posições politicas e, até mesmo, escola de samba. Mas quando somos atraídos justamente pelo oposto, o que pode acontecer? A perplexidade de um encontro que se pretende casual e se transforma em uma DR. Daquelas. Esse é o fio do festejado dramaturgo irlandês David Ireland no espetáculo inédito O Fim da Esperança.

Em cena, uma cama com um casal coberto. E aí já se percebe que veremos um espetáculo, fora de parâmetros tradicionais de trama, pois a  personagem feminina, Janet, com primorosa interpretação de Thais Belchior,  vestida de rato. Isso mesmo, Janet,  com  a fantasia de rato, acabar de transar com Dermot, vivido por Rafa Baronesi, capaz de mudar de humores com  total eficiência, que é daquele tipo de nos tirar o fôlego. Mas essa é a menor das oposições.

A criativa direção de Wendell Bendelack mantém o ritmo dos diálogos  e uma movimentação que se adapta ao redemoinho das palavras. As gargalhadas, os sorrisos, as reflexões, as surpresas acontecem perfeitamente  de uma forma em que o texto é soberano, apoiado no trabalho corporal, na bela trilha sonora, e na movimentação dos dois colchões que compõe o cenário e viram cama, sofá, estrado.

O texto vai  em um crescendo para  mostrar a profundidade dos contrários. Começa com ela contando uma história assustadora, que exigiria total sangue, e ele apavorado, até o golpe final: ele é um poeta renomado, um intelectual sofisticado e de primeiro; ela trabalha em um supermercado, sua preferência na vida é acompanhar o BBB por onde pauta as suas atitudes. Ao contrário do que diz o título, ao ver de que forma o que importa é o contato próximo, independente do que  lhes é externo e longínquo, o nosso peito se enche de esperança.

  • Serviço
  • Casa de Cultura Laura Alvim – Espaço Rogério Cardoso 
  • Até 28 de maio 
  • Sextas e sábados – 19h / Domingos – 18h
  • Ingressos: R$ 50 (inteira) / R$ 25 (meia)
  • Vendas: funarj.eleventickets.com

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Claudia Chaves: O Fim da Esperança - Faça amor, não faça a guerra
lapa dos mercadores 2024 Claudia Chaves: O Fim da Esperança - Faça amor, não faça a guerra
Jornalista, publicitária, professora universitária de Comunicação, Doutora em Literatura, Bacharel em Direito, gestora cultural e de marcas. Mãe do João e do Chico, avó da Rosa e do Nuno. Com os olhos e os ouvidos sempre ligados no mundo e um nariz arrebitado que não abaixa por nada.

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui