CARMEN E ERIC HERRERO
Conversamos hoje com o Diretor Artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o tenor Eric Herrero excelente gestor que conseguiu a calmaria no mais importante palco do país junto aos corpos estáveis que tão bem representam a instituição. Eric fala de gestão pública, de vida, de música e de seu amor por Flávia, sua mulher e musa inspiradora que ele conheceu no palco.
No aniversário do Theatro Municipal, no próximo dia 14 de julho, Carmen, de G. Bizet volta ao grande palco da casa. Quais são suas expectativas quanto a essa temporada e, como você também está no elenco, como tem conseguido dividir-se nas duas funções concomitantemente?
EH – Desde a versão em concerto que realizamos na temporada passada, recebemos inúmeros pedidos em nossas redes sociais e via email para que trouxéssemos novamente o título. Estamos sempre atentos às nossas redes, esse importante termômetro do resultado de nosso trabalho. Com isso, resolvemos trazer o título, mas em montagem completa. Logo pensamos no aniversário do Theatro, que completa 114 anos agora em julho. Mas, para ficar completa a celebração, precisávamos ter os três corpos artísticos da casa juntos no palco. Propusemos ao BTM dançar o ballé da l’Arlesiana, que foi tradição durante muito tempo, no quarto ato da ópera. Eles toparam e fomos construindo, todos juntos, com Coro Orquestra Sinfônica e Balé do Theatro Municipal, essa produção que terá sua pré-estreia no dia 14, coroando o dia repleto de atra& ccedil;ões gratuitas que o TM oferecerá ao publico, desde às 09:00.
Não é nada fácil estar no elenco, cantando um papel tão importante quanto o de Don José, imagine então dando o expediente normal na Diretoria Artística. Digo sempre que tenho uma equipe altamente qualificada e montamos um cronograma diferente, de horários e funções, de modo a estarem comigo antes e após os ensaios para despacharmos e seguirmos com o trabalho no dia a dia. Ajuda muitíssimo o fato dos assessores terem décadas de casa, conhecendo profundamente o Theatro, além da minha experiência de trabalhar na casa desde 2009, quando estreei e fiz muitos amigos.
Nessa produção de Carmen, sua esposa, Flávia Fernandes, volta a interpretar o papel de Micaela. Como é trabalhar ao lado dela, levando ao palco a parceria que vocês têm no quotidiano?
EH – Flávia e eu nos conhecemos há muitos anos em Campinas, cantando num programa da Sinfônica daquela cidade do estado de São Paulo. Fomos sempre muitos amigos e voltamos a trabalhar juntos outras vezes mais. Depois de muito tempo, em 2017, nos reencontramos justamente no palco do TM e com uma produção de Carmen. Naquele caso, a versão de Peter Brook, La tragédie de Carmen. Então, depois de mais de 10 anos de amizade, começamos a namorar. É muito gostoso voltar a cantar com ela – e nessa ópera então, uma felicidade maior ainda. Passa um filme pelas nossas cabeças, sobre nossa história, sobre nosso filho, Rodrigo, hoje com 3 anos! Somos muito parceiros na vida, e essa parceria no palco ajuda muito. Estar no palco é sempre uma enorme responsabilidade. Estar no maior palco lírico do país, onde pisaram muitos dos maiores artistas da história, el eva ainda mais essa responsabilidade. Nesse sentido, ter a parceria da Flávia ali, ajuda bastante. Ela tem sempre um bom conselho a dar a respeito da cena, do fraseado. Trata-se de uma grande musicista com quem eu posso contar também nesse sentido. É um enorme prazer dividir o palco com uma cantora da grande qualidade artística que ela nos oferece.
Você é um cantor que enveredou pelo campo da Gestão, como se deu isso? Como tem visto os últimos movimentos da Cultura de forma geral no país?
EH – Eu senti a necessidade de voltar a estudar, já com uma carreira consolidada como solista de ópera no país. Fui buscar na Produção Cultural essa fonte de conhecimento. Eu havia tido uma experiência numa co-produção de Jenufa aqui no Rio anos atrás e gostei muito daquilo. Acabei me formando como Tecnólogo em Produção Cultural e, depois, já como diretor artístico do TM, senti a necessidade de entender melhor a máquina pública. Eu nunca consigo ficar parado e fazer uma coisa apenas… sempre tenho essa inquietação em aprender coisas novas, me especializar em algum tema, etc. Foi aí que decidi me especializar em Gestão Pública e meu MBA se deu nessa área. Me ajuda bastante também o trabalho no Conselho Estadual de Política Cultural.
Através do seu trabalho na Cultura do estado, você tem sido reconhecido como uma das jovens vozes no setor, tem recebido importantes distinções. Como é isso para você?
EH – Tenho recebido reconhecimento além do que mereço pelo trabalho focado no desenvolvimento de uma cultura plural e solidária, que realmente faça recursos chegarem à ponta, ao fazedor. Vejo o trabalho da SECEC/RJ muito sério, através da Secretária Danielle Barros e todo o time da cultura do estado do Rio de Janeiro que ela montou. Conheço cada setor e vejo a dedicação e o compromisso de cada servidor! Quanto a Danielle, além da paixão dela pelo setor, e a inesgotável energia , há grande boa vontade em servir! Isso é transmitido a cada um dos colegas em suas inúmeras funções. Por esse motivo, acredito que a cultura no estado tem dado paços largos rumo à democratização de acesso ao recurso público, além de seus teatros, cinemas, museus. Tenho muito orgulho em fazer parte, com minha contribuiçã ;o, de todo esse bom momento pelo qual passa a cultura no estado. Quanto à esfera federal, desejo que a consciência de que a cultura é bem fundamental de uma nação sadia, seja coletiva e verdadeira. Cultura é geração de empregos e renda, muda paradigmas e histórias! Temos novamente o Ministério da Cultura, que nunca deveria ter sido extinto!
RIOHARPFESTIVAL
Continua a todo vapor o Festival Internacional de Harpa, o RioHarpFestival, lotando os espaços com seus vários concertos diários, o que faz do Rio de Janeiro, durante o mês de julho, a capital da Harpa no mundo.
A coluna informa a agenda de concertos do festival, para os leitores.
Hoje, segunda-feira
12h30 – Beatriz Millán, harpa – Espanha
15h – ECOS LATINOS
Patrice Fisher, harpa – Estados Unidos
Fran Comiskey, piano – Estados Unidos
Betsy Braud, flauta – Estados Unidos
Carlos Valadares, percussão – Guatemala
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66 – Centro
Entrada Franca
20h – Dina Celeste, harpa – Paraguai
Gaby Portillo, violão – Paraguai
Jockey Club Brasileiro
Praça Santos Dumont, 31 – Gávea
Entrada Franca
Dia 11, terça-feira
13h – Dina Celeste, harpa – Paraguai
Gaby Portillo, violão – Paraguai
15h – Walter d”Arpa – Argentina
18h – Prem Ramam – India
Biblioteca Nacional
Rua México s/n – Centro
Entrada Franca
Dia12, quarta-feira
12h30 – Beatriz Milán, harpa – Espanha
15h – Baltazar Juarez, harpa – México
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66 – Centro
Entrada Franca
Dia 13, quinta-feira
12h30 – Baltazar Juarez, harpa – México
15h – Dina Celeste, harpa – Paraguai
Gaby Portillo, violão – Paraguai
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66 – Centro
Entrada Franca
17h – Beatriz Milán, harpa – Espanha
Participação especial – Vanja Ferreira, harpa – Brasil
Academia Nacional de Medicina
Av.Gen.Justo, 365 – Centro
Entrada Franca
Dia 14, sexta-feira
12h30 – Adan Vasquez, harpa – República Dominicana/Estados Unidos
15h – Edith Gasteiger, harpa – Áustria
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66 – Centro
Entrada Franca
18h – Al Nur Kibir, India
ARTESESC Rio
Rua Marquês de Abrantes, 99
Entrada Franca
Dia 15, sábado
12h30 – Edith Gasteiger, harpa – Áustria
15h – Adan Vasquez, harpa – República Dominicana/Estados Unidos
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66 – Centro
Entrada Franca
Dia 16, domingo
13h – Adan Vasquez, harpa – República Dominicana/Estados Unidos
15h – Tambores do Japão
Participação especial Jacques Vandevelde, harpa – Bélgica
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66 – Centro
Entrada Franca
RIOHARPFESTIVAL – Páreos e homenagens
Além dos diversos concertos do RioHarpFestival, um interessante evento paralelo é a realização de nove páreos hoje, no Jockey Club Brasileiro homenageando apoiadores e instituições. A lista completa abaixo.
Páreos e homenageados
1 – Maria Luiza Nobre
2- Música no Museu – 26 anos
3 – IRLA – instituto Renan e Lidia Abreu
4- XVIII RioHarpFestival
5- Roberto Rubio, Cônsul da República Dominicana
6- ACRJ – Associação Comercial do Rio de Janeiro
7- Angel Vasquez – Cônsul da Espanha
8- Ken Hashiba – Cônsul do Japão
9 – Jornalista Lu Lacerda
Jockey Club Brasileiro
Praça Santos Dumont, 31 – Gávea
Entrada Franca
THEATRO MUNICIPAL
O Theatro Municipal do Rio de Janeiro abre suas portas no dia 14, sexta-feira, no dia que completa 114 anos, de grandes realizações. O maior presente é para o o público, com diversas atividades gratuitas e a pré-estréia da Ópera Carmen de Bizet.
A programação abaixo.
9h – Banda dos Fuzileiros Navais
Local: Frente do Theatro Municipal – Escadaria externa
10h – Camerata Jovem do Rio de Janeiro
Local: Foyer
11h – Orquestra SinfônicaJovem do Rio de Janeiro
Local: Boulevard da Av.13 de Maio
12h – EEDMO
Local: Assyrio
12h30 – BTM
Local: Assyrio
13h30 – EEDMO
Local: Assyrio
14h – Quinteto Ciro Pereira
Local: Foyer
15h – Orquestra Sinfônica Jovem Fluminense
Local: Boulevard da Av.13 de Maio
16h – Recital de Canto e Piano
Local: escadaria Interna
17h – Banda da Guarda Municipal
Local: Escadaria da frente do Theatro Municipal
19h – Pré-estréia da Ópera Carmende Bizet
Local: Grande Sala
Visitas guiadas às 11h e 14h
Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Praça Floriano, s/n – Centro