Ediel Ribeiro: O poeta Fernando Pessoa

Colunista do DIÁRIO DO RIO fala sobre Fernando Pessoa, que foi um dos maiores gênios da literatura portuguesa

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Portugal cultua seus ídolos.

Cristiano Ronaldo, Fernando Pessoa, José Saramago, Amália Rodrigues e Luís de Camões são alguns deles. Na minha volta a Lisboa, fui conhecer um pouco mais da vida e obra do poeta Fernando Pessoa.

Em terras luzitanas, o escritor Fernando Pessoa – uma das figuras mais importantes da história de Portugal – é onipresente. Está em todos os lugares. Sua foto está em todos os cantos de Lisboa. Nas ruas, nas lojas, nos bares, nas livrarias, nos cartões postais e até, pasmem, no dinheiro.

Fernando Pessoa foi um dos maiores gênios da literatura portuguesa. Ele é considerado um dos maiores poetas europeus do século XX e um dos pais do modernismo. Pessoa, foi, além de poeta e escritor, filósofo, publicitário, tradutor, correspondente comercial, comentarista, dramaturgo, ensaísta, empresário, inventor, astrólogo e crítico literário.

Pessoa nasceu em Lisboa, no dia 13 de junho de 1888. Aos oito anos, mudou para a África do Sul com a mãe e o padrasto. Em 1905 o poeta retornou para Portugal e viveu em Lisboa até a sua morte. O escritor era tão apaixonado por Lisboa que escreveu um famoso guia da cidade: ‘Lisboa: o Que o Turista Deve Ver’. Lisboa também aparece em vários dos seus poemas.

Fernando Pessoa viveu entre os bairros do Chiado, Baixa e Campo de Ourique. Boêmio, o poeta passava muito tempo nos cafés de Lisboa, onde escreveu algumas de suas obras. Entre os seus preferidos está o café ‘A Brasileira’, onde está a sua famosa estátua.

Em relação à bebida, ele escreveu: “Se alguém me disser que precisa beber para escrever, então eu digo-lhe: Beba”. Ele bebia para trabalhar, para escrever. Mas ele nunca ficou bêbado. Sim, bebia muito, mas nunca ficou bêbado. Outros vícios do poeta eram o café e o cigarro.

O escritor era uma pessoa simples, ganhava a vida fazendo traduções e redação de cartas para empresas. Vivia sem a necessidade de acumular dinheiro era um homem extremamente livre. Vivia como queria. Escreveu: “Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”

No bairro de Campo de Ourique, em Lisboa, onde o aclamado poeta viveu os últimos 15 anos da sua vida, fica a Casa Fernando Pessoa, um museu em homenagem ao poeta, que reúne objetos pessoais, documentos e a sua biblioteca particular.

Este espaço cultural foi inaugurado em 1993 e é um local imperdível para os fãs de Fernando Pessoa e para apaixonados pela literatura portuguesa. Foi lá que Pessoa esceveu muitos dos seus poemas e criou seus heterônimos.

A Casa Fernando Pessoa tem diversos andares que podem ser visitados, com diferentes conteúdos. Lá, encontramos um espaço multimídia e interativo, onde podemos ver alguns objetos pessoais do poeta, como seus óculos de aros finos – marca de Fernando Pessoa – a reconstrução do quarto e a biblioteca particular do poeta.

A Casa também abriga o restaurante e cafeteria ‘Flagrante Delitro’. Um espaço calmo e acolhedor com uma esplanada rodeada de plantas e um espelho d’ água com peixes, que ajuda a criar um ambiente incrível.

O ingresso para visitar a Casa Fernando Pessoa custa 3 €. A visita é gratuita nos sábados e feriados, até às 14 horas. A Casa Fernando Pessoa está aberta de segunda a sábado, das 10h às 18h.

Fernando Pessoa morreu em 1935, quando tinha 47 anos. Seu túmulo encontra-se no Mosteiro dos Jerônimos.

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Jornalista, cartunista, poeta e escritor carioca. É colunista dos jornais O Dia (RJ) e O Folha de Minas (MG) e Diário do Rio (RJ) Autor do livro “Parem as Máquinas! - histórias de cartunistas e seus botecos”. Co-autor (junto com Sheila Ferreira) dos romances "Sonhos são Azuis" e “Entre Sonhos e Girassóis”. É também autor da tira de humor ácido "Patty & Fatty", publicadas nos jornais "Expresso" (RJ) e "O Municipal" (RJ), desde 2003, e criador e editor dos jornais de humor "Cartoon" e "Hic!"

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