A região amazônica será o tema do “Festival Pará”, que acontece nos dias 23 e 24 de setembro, no Museu do Pontal, localizado na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade. O sábado e o domingo serão inteiramente dedicados às várias manifestações culturais do estado, com destaque para o show de Dona Onete, de 84 anos, que será homenageada no festival. Ela ela é considerada a rainha do carimbó chamegado e teve sua obra oficialmente reconhecida como patrimônio Cultural e Imaterial do Pará. As atividades são gratuitas.
“Belém é a antena parabólica da Amazônia. O lugar onde a energia da floresta chega e se conecta com o mundo. Os ritmos, os sabores, o artesanato, os Encantados, os indígenas, e os quilombolas. É uma região de cultura riquíssima, e estamos trazendo para o festival. E, ainda, seguindo a tradição do Museu de homenagear os grandes mestres de nossa cultura popular, contaremos com show de Dona Onete e exposição sobre sua trajetória”, explicou Lucas Van de Beuque, diretor executivo do Museu do Pontal.
A partir deste sábado, o “Festival Pará” apresentará a exposição “Ocupação Dona Onete”, que ficou em cartaz no espaço Itaú Cultural, em São Paulo. A mostra é composta por fotos, cartas e vídeos que contam a trajetória de vida da cantora e compositora, que foi pioneira no carimbó, ritmo marcado pelo domínio masculino até então. Atualmente, ela é o maior nome do carimbó no Pará.
Nascida em 1939, em Cachoeira do Arari, ilha de Marajó, Dona Onete foi professora de história por vinte anos, além de militante sindicalista. A artista e professora esteve à frente de causas relacionadas à melhoria do ensino e ao cultivo sustentável do açaí.
A programação do evento é voltada para públicos de todas as idades e vai oferecer oficinas; contação de histórias; Cinema de Fachada, exibição de curtas paraenses; apresentações de carimbó, shows e feira de artesanato. A gastronomia paraense será representada pelos restaurantes Cantinho do Pará, ASA e Pescados na Brasa.
“É uma imersão completa. Precisamos compreender a cultura do norte do Brasil, seu imaginário poético ligado aos seres da floresta, às mitologias afro-indígenas, às relações dos povos amazônicos com a natureza, o território e suas águas”, afirmou Angela Mascelani, diretora artística do Museu do Pontal.
O Museu do Pontal colocou à disposição dos visitantes vans gratuitas, que sairão da estação de metrô Jardim Oceânico (saída A – Lagoa) e do estacionamento do Alvorada. Nos dois pontos, haverá orientadores de público. As saídas acontecerão a cada 20 minutos, das 9h30 às 19h, no sábado; até às 17h30, no domingo.
Confira a programação completa!
Dia 23 – Sábado
Contos de Dona Onete – Autora da coleção Contos de Dona Onete, a neta da artista, Josivana Rodrigues, abre o festival no dia 23. Ela vai contar três histórias inspiradas na infância de Dona Onete e em lendas e costumes amazônicos. Livre.
DJ Xeleléu
Cinema de Fachada para crianças – Sessão de curtas paraenses: A Turma do Jambu – episódio Boitatá; Contos Mirabolantes – O olho do Mapinguari; As Icambiabas – episódio Lagartas Boreais; Os Dinâmicos – episódio Monstrinhos de Estimação; Os Dinâmicos – episódio Lambada do Fantasma.
Oficina com Noites do Norte – Durante a oficina, o público entrará em contato com o ritmo, estruturas musicais e passos de dança dos estilos envolvidos. Quem quiser poderá cair na dança!
Grupo Folclórico Cultural Flores da Alegria – Apresentação de dança de carimbó do projeto social do Município de Nilópolis formado por mulheres.
Oficina de carimbó e conversa com Mestre Damasceno – Quem comanda a oficina é Mestre Damasceno, que atua na cultura popular desde os 19 anos e, aos 68 anos, continua ativo no carimbó, com seu grupo Nativos Marajoara.
Show Mundiá Carimbó – Idealizada por paraenses radicados em Paraty, a banda Mundiá divulga a música amazônica através de composições autorais e de mestres como Verequete, Lucindo, Pinduca e Dona Onete. O show Mundiá e o Reino da Encantaria tem um repertório dançante, tropical e caliente, regado a cumbia, bolero, lambada e outros ritmos populares no Norte.
GUST – Set Performance Mata e Come – Nascido no sertão amazônico, o multiartista GUST toca flash brega, guitarrada, cumbia, lambada, calypso e ritmos caribenhos enquanto projeta imagens que exploram cosmovisões periféricas da Amazônia.
Show Félix Robatto – Guitarrista e percussionista de Belém do Pará, Félix Robatto é fundador da banda La Pupuña, que apresentou a guitarrada progressiva para o mundo, participando de diversos festivais no Brasil, EUA e Europa.
Show e homenagem a Dona Onete – Grande homenageada do Festival Pará no Museu do Pontal, famosa pela mistura de ritmos e criação de um estilo próprio de fazer música, conhecido como carimbó chamegado, ela sobe ao palco principal para fechar o primeiro dia de programação.
Dia 24 – Domingo
Carimbaby – Inspirado nos cordões de bichos e pássaros do Pará, o projeto infantil criado pela artista paraense Bárbara Vento, residente no Rio de Janeiro desde 2001, apresenta uma mistura de ritmos e danças tradicionais.
Oficina de cerâmica com o Ateliê Arte Mangue Marajó – Localizado em Soure, na Ilha do Marajó, o Ateliê Arte Mangue Marajó funciona como espaço de pesquisa e produção da cerâmica típica da ilha. À frente do ateliê estão o artista Ronaldo Guedes e a gestora Cilene Andrade, que vêm ao Rio especialmente para compartilhar saberes sobre a iconografia da cerâmica marajoara. Na parte prática da oficina, o público poderá experimentar a técnica em papel e placas de cerâmica.
Oficina de percussão e ritmo do carimbó do Marajó – Nesta oficina, a artesã e percussionista marajoara Milene Pinheiro vai apresentar os instrumentos e ensinar aos participantes os toques típicos do carimbó do Marajó.
Carimbó dos Altos – Concerto de carimbó pau-e-corda com dançarinas em Pernas de Pau caracterizadas como lendas amazônicas.
Cinema de Fachada para crianças – Sessão de curtas paraenses: Os Dinâmicos – episódio Boitatá no é Bumbá; Contos Mirabolantes – o olho do Mapinguari; As Icambiabas – episódio Açaí do grosso; A Turma do Jambu – episódios Curupira e Saci.
O Conto da Sereia do Marajó com o grupo Carimbó da Pedra – O grupo Carimbó da Pedra, do Rio de Janeiro, conta histórias que celebram as culturas indígena e afro-amazônica do Norte do Brasil, abordando temas que envolvem a relação do homem com a natureza.
Show Afroribeirinhos – Criada no Rio de Janeiro em 2018, a partir do encontro dos músicos manauaras Dibob da Silva e Frank Russo, a banda apresenta um estilo musical próprio, chamado carinhosamente de ‘Mexidão’.
Oficina de flores de papel – Nesta oficina, a artesão paraense Waldenira dos Santos, vai ensinar os participantes a confeccionar flores de papel crepom.
Show Aturiá – Núcleo musical do Aturiá Carimbó, projeto idealizado pela dançarina e musicista Andrea de Vasconcelos. O show do Aturiá mistura música e dança ao ritmo do carimbó pau e corda, trazendo composições de grandes mestres do carimbó de raiz, como Verequete, Lucindo, Bigica e Dikinho, mergulhando num repertório rico em encantarias e poéticas do universo caboclo amazônico.
DJ Tha Redig – DJ e produtora cultural paraense.
Show Mestre Damasceno – Com sua voz e um timbre marcantes, Mestre Damasceno é a personificação da verdadeira identidade do caboclo quilombola marajoara. Suas composições guardam o clima sonoro dos encantos do Marajó, falando dos costumes do povo, suas comidas e a relação com a natureza.
O Museu do Pontal fica na Avenida Célia Ribeiro da Silva Mendes, nº 3300, na Barra da Tijuca.