O Rio de Janeiro viveu, na segunda-feira feira (23), momentos de violência e terror. Em represália à morte de um importante membro da maior facção miliciana da cidade, bandidos incendiaram 35 ônibus, um vagão de trem, quatro caminhões e dois carros. Foram seis horas de terror e pânico para a população.
A ação ocorreu em bairros da Zona Oeste da cidade, que ficaram sitiados. Vários trabalhadores tiveram dificuldade para voltar para casa após o expediente. 45 unidades escolares e mais de 17 mil alunos foram afetados. Foi um dos maiores ataques criminosos do Rio.
Antigamente, era a “polícia mineira” que achacava, matava e “protegia”. As autoridades faziam vista grossa e parte da população aplaudia, pela inoperância das forças de Segurança no combate ao crime.
Na ausência do poder público, as atividades ilegais de “segurança” cresceram e expandiram seus negócios nas comunidades sob seu domínio – até no mercado imobiliário começaram a atuar.
Mais uma vez, as autoridades se renderam: “autodefesa comunitária”, “mal menor diante do tráfico de drogas” – justificavam.
O “mal menor” cresceu, e chegou a esse ponto: as milícias, formadas basicamente por policiais, ex-policiais, ex-bombeiros e ex-guardas municipais, controlam hoje em dia muitas áreas da cidade e da Baixada. Seus métodos? Achacam, matam, e “protegem” seus territórios. Ai de quem não cumprir as leis impostas por eles.
As milícias mandam e desmandam, qual máfias. Não são propriamente “estado paralelo”. Incrustradas no aparelho de Estado, estão dentro de parte das instituições legislativas, judiciárias e executivas. Apoiam candidaturas, vetam outras, são cortejadas por vários políticos. Mais que convivência: conivência.
Hoje, até se aliam ao crime que diziam combater: as chamadas “narcomilícias” são uma realidade. Os expedientes continuam os mesmos: matam covardemente, à vontade, inclusive “por engano”.
Para combatê-las, não existe fórmula mágica. A solução é de longo prazo: boa formação e controle social das polícias; desarmamento das quadrilhas; combate aos negócios e fluxos financeiros ilícitos da lavagem de dinheiro; retomada de territórios pelo Estado; cassação e prisão dos políticos aliados do gangsterismo. Ética na vida pública.
Depende também de nós, cidadãos. É importante votar consciente e depois cobrar do seu parlamentar uma atitude firme diante do crime. Exercer a cidadania é o primeiro passo para uma sociedade menos violenta e mais justa.
O sujeito integra um dos partidos que mais apoia a criminalidade e a bandidagem e vem pregar de preocupado.
Enquanto houverem Chicos Alencares na política, o crime vai nadar de braçada.
Posso deduzir que o tráfico tbm tá desse jeito pq os governos populistas foram lenirntes?
Cronologia da tragédia:
1) Fizeram o L em outros estados (não aqui).
2) Aí os números da criminalidade – que estiveram em queda no RJ de 2019 até decisão esdrúxula de impedir o trabalho da polícia – voltaram a explodir.
Não foi à toa a comemoração nos presídios, há 1 ano.
A milícia e as facções do tráfico, ambas, comentem crimes e sai organizações criminosas, estas últimas se você consegue entrar na comunidade mesmo diante de tantas barricadas não consegue sair vivo porque pode ser alvejado de desavisado…
O desarme da população ao mesmo tempo leis tão permissivas para porte e posse de armas pelos criminosos armados eis que não resultam em pena perpétua ou de morte como no Japão apenas deixa vulnerável as famílias nas mãos daquelas organizações.
Pois é, Chico, mas o crime organizado não se sustenta sem a conivência do Poder Público e das ditas “autoridades” (não reconheço autoridade nenhuma nesses vermes) públicas.
Curioso, né, mas nos últimos 6 anos, vivemos uma espécie de paz negociada, sem muitos episódios como este – tirando, é claro, a absurda e contínua matança de jovens nas favelas, algo que parece ter virado parte da paisagem da cidade.
Foi só um partido do campo dito progressista assumir o Poder Executivo, que, coincidentemente (só que não…) voltaram a ocorrer esses episódios de violência gratuita. Vai começar toda aquela lenga-lenga por parte da mídia de novo: “olha só, o PT protege bandido…esse pessoal dos direitos humanos passa a mão na cabeça da marginália”…blá, blá, blá, blá!
Essas facções de crime organizado são mantidas por poderosos agentes econômicos e usadas como mecanismos de controle da política institucional: quando se quer atacar um determinado grupo político, lança-se mão deste tipo de manobra suja, amedrontando a população e manipulando suas opiniões. É uma espécie de loop do qual não conseguimos sair.