Em comemoração ao seu aniversário de 450 anos, a prefeitura de Niterói inaugurou o Restaurante Popular Carolina Maria de Jesus, no bairro do Fonseca, na Zona Norte da cidade. No local também vai funcionar uma Escola de Formação em Gastronomia destinada à capacitação de jovens e adultos nos cursos de Gastronomia, Padaria e Serviço para Bares e Restaurantes. A unidade será o primeiro estabelecimento público do gênero no território fluminense.
Esperado há temos, o restaurante é o segundo do gênero em Niterói, que já conta uma unidade no Centro, que foi municipalizada. O prefeito da cidade, Axel Grael (PDT), destacou que a abertura do empreendimento será uma ótima via de capitação profissional da população niteroiense.
“Esse é um equipamento muito importante que a Prefeitura oferece à população. Já temos pessoas hoje aqui que estavam ansiosas por essa inauguração. Essa obra era esperada há bastante tempo e nós fizemos bem rápido. Além de oferecer as refeições, em breve, vamos oferecer cursos de gastronomia e várias oportunidades de capacitação para que as pessoas que frequentam também possam se preparar para o mercado de trabalho”, celebrou Grael.
Atual secretário Executivo e ex-prefeito da cidade, Rodrigo Neves (PDT), lembrou que o Carolina Maria de Jesus integra o Programa de Segurança Alimentar de Niterói, garantindo alimentação equilibrada e regular à população local.
“O Restaurante Popular integra o Programa de Segurança Alimentar de Niterói, porque nós temos um compromisso ético de garantir que todas as pessoas em Niterói tenham segurança alimentar e nutricional, especialmente aquelas que mais precisam. Esse equipamento vai garantir as ações de combate à fome e, ao mesmo tempo, um programa de iniciação e capacitação profissional para a inserção do mercado de trabalho, o que também é fundamental e importante para a população”, afirmou o ex-prefeito.
O restaurante, que foi construído pela Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento (Emusa), conta com dois pavimentos, sendo que o primeiro deles é destinado à área de alimentação, com capacidade para 200 pessoas e onde serão servidos até 2 mil refeições diariamente. No segundo pavimento fica a Escola de Formação, com cozinha pedagógica, despensas, auditório para palestras, salas de informática, vestiários, sala locker, e uma área administrativa.
Na entrada do estabelecimento estão localizadas a bilheteria e a área de higienização. A cozinha industrial está interligada às despensas e outras salas relacionadas ao preparo dos alimentos. Para os funcionários foram construídos vestiários e salas de administração.
Tanto a unidade do Centro quanto o Restaurante Popular do Fonseca contam com uma unidade de Referência em Segurança Alimentar e Nutricional. A edificação é toda adaptada para Pessoas com Deficiência (PcDs).
O secretário Municipal de Assistência Social e Economia Solidária, Elton Teixeira, destacou que o novo restaurante é o mais moderno do gênero no Brasil. A escolha do Fonseca deu-se pelo bairro ser uma região popular. A ação municipal certamente terá um impacto significativo na população mais carente da localidade.
“Esse é o restaurante mais moderno do Brasil e com acessibilidade. Ele vai atender toda a Zona Norte da cidade. Esse espaço será uma referência para o Brasil. No próximo ano, na parte de cima, vamos inaugurar também a Escola de Gastronomia Popular. E a escolha aqui do Fonseca se deu por ser uma região muito popular aqui da cidade. O novo Restaurante Popular recebe o nome de Carolina Maria de Jesus. Estamos no mês da Consciência Negra e Carolina Maria de Jesus foi uma escritora, uma poetisa negra, que falou muito sobre pobreza e sobre o combate à pobreza. Não temos dúvida de que esse equipamento vai mudar a realidade das pessoas aqui da região e vai ajudar com que a população do entorno tenha uma vida com mais dignidade e que possa se alimentar com uma comida boa, barata e de qualidade”, esclareceu Elton Teixeira.
A prefeitura de Niterói decidiu homenagear a escritora negra e favelada Carolina Maria de Jesus, autora do livro de memórias “Quarto de despejo”, pela sua trajetória de vida e a sua luta para ser reconhecida no universo literário. Carolina são somente ultrapassou a invisibilidade social como escritora, como também ganhou reconhecimento político.
Missa de celebração
Em comemoração aos 450 anos de Niterói, que no início chamava-se Aldeia de São Lourenço dos Índios, foi celebrada uma missa na Igreja de São Lourenço dos Índios, no primeiro horário da manhã.
“Essa é uma data especial. Aqui foram dados os primeiros passos, há 450 anos, e a gente pensa, ao longo de tantas gerações, quantas pessoas se dedicaram a construir Niterói. Uma cidade não fica pronta nunca e a nossa geração tem a responsabilidade de fazer com que essa cidade continue avançando, que ela continue buscando a justiça social, acolher aquelas pessoas que mais precisam e que seja uma cidade resiliente. Vamos continuar construindo a cidade que a gente sempre sonhou. Viva Niterói, que venham os próximos 450 anos”, comentou o prefeito da cidade.
A missa foi oficiada pelo arcebispo metropolitano de Niterói, Dom José Francisco, que conclamou os niteroienses a continuarem construindo a cidade, como sempre o fizeram desde a sua fundação.
“Essa é uma caminhada encarregada de responsabilidades. Que todos nós, cada um com a sua responsabilidade, com a sua participação, possamos até o fim colaborar na construção da nossa Niterói”, disse o religioso, citando Dom Hélder Câmara: “Não, não pares. É graça Divina começar bem. Graça Maior é persistir na caminhada certa. Manter o ritmo. Mas a graça das graças é não desistir. Prosseguir firme. Podendo ou não podendo. Caindo embora aos pedaços. Chegar até o fim”.
A Zona Norte da cidade também receberá outros investimentos no âmbito da celebração, entre eles: a dragagem do Canal de São Lourenço e o novo Terminal Rodoviário do Caramujo.
Informações e imagem: O Fluminense
Restaurantes populares podem ser uma baita ‘mão na roda’ para mulheres trabalhadoras com filhos, pois aliviam a chamada jornada dupla (às vezes até tripla), que as obriga ao trabalho doméstico e de cuidado diário além do emprego que mantêm para garantir o orçamento da família. É preciso abrir mais desses restaurantes populares, em todas as cidades, para atender, não só aos trabalhadores e aposentados, mas inclusive aos filhos destas mulheres. Creches públicas e lavanderias públicas também servem para tirar peso das costas das mulheres, e precisam ser universalizadas. É o dinheiro público sendo usado diretamente para benefício do PÚBLICO, ao invés de ir parar no bolso de megaempresários gananciosos e corruptos.
Que venham muito mais desses restaurantes, lavanderias e creches.