No tecido urbano do Rio de Janeiro, onde cada esquina é uma página da história da cidade, cerca de 40 fontes de água em áreas públicas embelezam o cenário urbano. No entanto, de acordo com estimativas da Gerência de Monumentos e Chafarizes da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos, apenas pouco mais de uma dezena dessas fontes são verdadeiros tesouros históricos.
Entre essas preciosidades arquitetônicas, destaca-se uma das mais antigas, situada em Benfica, no Largo do Pedregulho, que se destaca como uma das poucas ainda em funcionamento, jorrando água diariamente. Com uma imponente cabeça de medusa ao centro, a fonte assume o formato característico do tipo Stella, com uma bacia que recebe a água em um espetáculo visual e sonoro que encanta os transeuntes.
Tombado em 2000, o monumento guarda em seu mistério a identidade de seu criador, embora a maioria das fontes na cidade tenha sido produzida nos catálogos da famosa fundição Val d’Osne, renomado centro da arte da fundição francesa localizado no departamento de Haute-Marne, região de Champanhe-Ardenes, a 213 quilômetros de Paris.
A fonte de Benfica tem uma história que remonta aos tempos imperiais, quando foi transportada para o local durante a construção do grande reservatório do Pedregulho, no bairro de São Cristóvão, por ordem de Dom Pedro II. Desde então, continua a desempenhar seu papel, fornecendo água e beleza ao entorno, testemunhando silenciosamente as transformações da cidade ao longo dos anos.