Maria Luiza Nobre: Theatro Municipal e a Temporada 2024, mas falta Música de Câmara no Rio

Colunista do DIÁRIO DO RIO conversou com o diretor artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Eric Herrero

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Foto Leonardo Ferraz/Divulgação

Conversamos essa semana com o diretor artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Eric Herrero, que respondeu nossas perguntas e questionamentos. O palco do TMRJ continua a ser o único no Rio de Janeiro a ter uma programação contínua. A Sala Cecília Meireles ainda está em obras e faz muita falta, pois é um palco alternativo e de grande expressividade, sobretudo para apresentação de música de câmara, festivais e grandes ciclos, como o Ciclo Bach e o Ciclo Brahms, no passado. Enquanto isso não acontece, ficamos na espera. 

1) Eric Herrero, você está desenvolvendo um trabalho expressivo por diversificar a programação da temporada de 2024, sobretudo com a atuação dos corpos estáveis do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a prata da casa. Após a pandemia é a hora do sucesso?

Agradeço por suas palavras! 
O Theatro Municipal, com seus quase 115 anos, conta com três Corpos Artísticos formados por artistas de grande qualidade. Pessoas que conheci nestes 15 anos nos quais atuo na casa, primeiro como tenor convidado, e recentemente, como diretor artístico. Novas pessoas foram chegando, com a importante contratação temporária, que também recompôs em parte o corpo técnico e administrativo da casa. Valorizar estes artistas faz parte de uma linha de pensamento que dialoga também com nosso modelo de gestão, mais participativa e de construção horizontal.
Foi um grande desafio reabrir o Theatro ao grande público, após dois anos de pandemia. Tivemos de fazer muitos esforços e renúncias para agora podermos vivenciar uma fase melhor. Estamos longe ainda de onde queremos chegar – temos a necessidade de concurso público para completar todo o quadro de servidores, por exemplo, mas sei que avançamos bastante em muitos pontos, sobretudo, quanto à democratização de acesso e sucesso de público, gerando trabalho e renda, além de auxiliar no processo de formação profissional. 

2) Já pensou em programação de música de câmara no Assyrio, à luz de velas?

Eu adoro a ideia. Contudo, já há uma série quinzenal, ação de uma musicista da OSTM, na qual apresenta trios, quartetos e quintetos, fazendo repertório variado.
Meu desejo seria utilizar o Foyer do Theatro para uma série de música de câmara, mas, como o salão é voltado para a Cinelândia, palco de muitas manifestações democráticas sempre, isso inviabiliza a execução de repertório tão delicado. 

3) Vocês divulgaram uma programação bem estrutura para este ano dias atrás. 
Quais são os destaques desta temporada na sua opinião?


Conceber a programação oficial de uma casa tão importante como o Theatro Municipal, maior palco lírico do país, não é nada fácil e, quando chegamos a essa fase da divulgação,  o carinho por cada programa é enorme. Contudo, gostaria de destacar as estreias e retornos de títulos muito pedidos pelo público. É o caso de O Elixir do Amor, de Gaetano Donizetti, que estreia no próximo dia 18, com nova produção encabeçada por Menelick de Carvalho, com cenário e figurinos de Desiree Bastos, sob a regência de Felipe Prazeres. Dois elencos de muita qualidade revezam-se em cinco apresentações, dando fim a uma espera de vinte anos pelo título. Logo em seguida, repetiremos o ballet O Lago dos Cisnes, que levamos ao palco em 2022. Ainda falando em ballets, em dezembro, há a volta de O Quebra Nozes.
Há dois títulos operísticos que serão levados ao palco pela primeira vez: Le Villi, primeira ópera de Giacomo Puccini e Rusalka, de Antonín Dvo?ák. Lembramos assim o falecimento destes dois grandes compositores, o primeiro, em seu centenario, o segundo, em seus 120 anos. 
Além de nomes consagrados como Eiko Senda, Inácio de Nonno, Ludmila Bauerfeldt em nossa temporada operística, seguindo nossa tradição, haverá vários artistas que farão seus debuts no palco do TMRJ, como o soprano Lorena Pires, atual vencedora do Concurso Joaquina Lapinha, destinado a cantores negros, pardos e indígenas, além de nomes como Lazlo Bonilla, tenor gaúcho e Santiago Villalba, barítono sul-mato-grossense radicado no Rio.


MISSA
A tradição do centro do Rio, é a Missa Solene na Igreja Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, aos sábados e domingos, às 12h, onde a Missa é especial com Música Clássica, com Coral e Orquestra.
Rua do Ouvidor, 35
Esquina da Travessa do Comércio, Arco do Reles, Centro
Informações: 98997-8330


MÚSICA NO MUSEU

Dia 10, quarta-feira, 12h30
Jorge Saraiva, piano
Programa: Chopin, Brahms e Villa-Lobos
Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB
Rua Primeiro de Março, 66 – 4º andar – sala 26 – Centro
Entrada Franca

Dia 13, sábado, 19h30
Madrigal Cruz Lopes
José Machado Neto, regente
Luis Eduardo Louro, piano
Programa: Mozart, Schubert, Caccini, Gounod e Beethoven
Paróquia Matriz de Nossa Senhora da Glória
Largo do Machado, s/n – Catete
Entrada Franca

Dia 14, domingo, 13h
Associação de Canto Coral
Miguel Torres, regente
Programa: Clássicos Brasileiros
Museu da República
Rua do Catete, 135 – Catete
Entrada Franca

DÓ – RÉ – MI
Lançamento em Lisboa
Dia 16, às 19h, lançamento do livro Música no Museu, 25 anos, uma vida, por Sergio da Costa e Silva, no restaurante Fiorentina, Rua São Pedro de Alcantara, 65, Principe Real, em Lisboa.

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