O bairro de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, foi escolhido como o ponto de partida para um programa sob a coordenação da Urban Climate, da Universidade de Columbia, em Nova York. O projeto reúne mais de 1,2 mil especialistas de várias áreas, unidos para enfrentar desafios climáticos em mais de 150 cidades ao redor do mundo.
Desde março, o bairro tem sido o centro das atenções desse esforço coletivo. Especialistas têm se unido para testar soluções inovadoras para os problemas que afetam o município. Em entrevista ao jornal O Globo, a professora Fernanda Lemos, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da PUC-RJ e coordenadora da Urban Climate para a América Latina, destaca a importância desse plano, que combina conhecimento científico com práticas de gestão urbana, visando não apenas a sobrevivência, mas também a qualidade de vida dos habitantes da cidade.
Andrea Santos, outra coordenadora da rede e professora da Coppe/UFRJ, enfatiza a necessidade de estabelecer padrões de infraestrutura sustentável, como redes de saneamento e drenagem, que sejam compatíveis com a ocupação dos espaços urbanos. Soluções criativas, como o uso de materiais eco-friendly e a integração de áreas verdes, são parte integrante desse plano para tornar a cidade mais resiliente às mudanças climáticas.
A escolha de São Cristóvão para sediar esse programa piloto não poderia ser mais oportuna. Com planos de restruturação já em andamento, o bairro está se preparando para receber novos moradores, com os projetos de revitalização da Estação da Leopoldina e a construção de novos empreendimentos habitacionais na região do Porto.
Além do bairro imperial, outros locais do Rio também serão beneficiados por esse programa. Os complexos da Maré e do Alemão já foram escolhidos como próximos destinos desse esforço colaborativo. E Guaratiba, recentemente, famoso por suas altas sensações térmicas, está na lista de prioridades.