O Largo da Misericórdia, no Centro do Rio, está sendo sufocado por um problema crescente que atrapalha a ordem urbana da área. Diariamente, dezenas de carros se aglomeram em frente à histórica Igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso, comprometendo não apenas a paisagem urbana, mas também a preservação de um dos mais importantes espaços históricos da cidade, visitado diariamente por inúmeros turistas e religiosos. Segundo frequentadores do espaço, os automóveis param até mesmo em cima dos canteiros do templo religioso.
O Largo da Misericórdia é um local de extrema importância para a história carioca. Foi aqui que, em 1584, ocorreu a primeira encenação teatral de que se tem notícia no Rio, durante a festa de São Sebastião. O local, considerado a primeira praça pública da cidade, também abriga a Ladeira da Misericórdia, aberta em 1567. A rua é tida como a primeira rua do Rio, servindo de acesso ao antigo Morro do Castelo, a primeira ocupação urbana do município.
A Igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso, fundada junto com a Capela da Misericórdia em 1567, é um dos marcos dessa história. Após a demolição do Morro do Castelo em 1922, a igreja recebeu importantes elementos artísticos e religiosos transferidos da demolida Igreja de Santo Inácio do Colégio dos Jesuítas. Os retábulos e o púlpito, esculpidos em estilo maneirista, são considerados tesouros artísticos raros no Brasil.
Apesar de sua inquestionável importância histórica e cultural, a igreja e seu entorno têm sofrido com o descaso. A Santa Casa da Misericórdia, proprietária do templo, tem lutado incessantemente para remover os carros estacionados ilegalmente, mas sem sucesso. O pedido de uma solução definitiva dos órgãos públicos ainda não foi atendido, deixando o local à mercê dos infratores.
Segundo informações de fontes do DIÁRIO DO RIO, o próprio IPHAN-RJ, órgão responsável pelo tombamento do Complexo da Santa Casa da Misericórdia já solicitou a retirada dos automóveis inúmeras vezes.
O problema não se restringe apenas ao Largo da Misericórdia. Nas proximidades, como na Avenida Antônio Carlos, o estacionamento irregular também atrapalha o trânsito, especialmente nos acessos ao Edifício Garagem Menezes Cortes, uma situação que se agrava diariamente.
Alguém duvida? Fica ali à espreita para ver
A maioria desses carros são de policiais cedidos e servidores ali do TJ que está logo próximo.
Ahhhh se existisse Guarda Municipal na cidade…
Quando há a fiscalização, eles são chamados de indústria das multas.