A Guerra do Lixo: região da Praça XV não consegue se livrar de detritos e Arco do Teles vira lixão à noite

Edifício da Rua do Mercado 11 deposita seu lixo todos os dias no Arco do Teles, o que vem deixando comerciantes em polvorosa e, segundo ele, afastando a clientela que começa a encher o Arco do Teles com a abertura de novas lojas

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Lixo no Arco do Teles - A Travessa do Comércio tem sido transformada em depósito de lixo

Todas as noites, o padrão é o mesmo. De um casarão no Arco do Teles, no Centro, que na verdade funciona como entrada de serviço de um classudo prédio de escritórios na rua do Mercado 11, saem funcionários do condomínio carregando uma quantidade grande de sacos pretos, caminham pela Travessa do Comércio e depositam todo o lixo de um dia inteiro de um espigão de mais de 15 andares bem na frente do Arco. Ali, no chão mesmo. Todos os dias isso se repete. Mas o que antes incomodava aos poucos vizinhos que tinham negócios na região outrora deserta, agora, com o advento do programa Reviver Cultural e a abertura de diversos novos comércios na região, vem se tornando um problema crescente. A quantidade de lixo é tanta que chega às vezes a impedir a visão do bem histórico tombado pelo Iphan em 1937, e que é famoso em toda cidade, como uma de suas ruas históricas mais íntegras. O cheiro é triste. E é pior ainda depois que os moradores de rua rasgam os sacos e espalham o lixo pelo conjunto tombado inteiro.

A questão vem gerando polêmica junto aos comerciantes locais. Bem ao lado do Arco funcionam um restaurante e uma famosa Tabacaria; na própria Travessa do Comércio bombam os eventos do Queerioca, espaço cultural LGBT, cujos frequentadores no final de semana acabam tendo que passar entre toda a lixarada do prédio da rua do Mercado. “Os próprios pequenos comerciantes, que por vezes acabam sendo perseguidos por depositarem um único saco de lixo na calçada ao final do expediente, não entendem como o condomínio de escritórios consegue transformar o Arco do Teles num lixão sem nenhuma consequência”, diz Adriano Nascimento, da Sergio Castro Imóveis, que administra mais de 15 sobrados na região. O Arco do Teles estava totalmente desocupado até a pouco. Mas os números 2, 4, 6, 14, 18, 23, 22 e 24 da Travessa que corta o mini-túnel já estão abrindo as portas, e trazendo movimento à região.

Os comerciantes desta cada vez mais badalada áreas do Centro do Rio também tem enfrentado um problema que parece inacreditável nos dias de hoje. Os lojistas da região do Paço Imperial e das ruazinhas históricas anexas à Praça XV não tem como descartar o lixo de seus bares, restaurantes, galerias, cafés e ateliês. A Comlurb não recolhe, segundo integrantes do Polo Gastronômico e Cultural, o lixo. E é impossível contratar recolhimento de lixo privado, como manda a lei: as empresas que fazem coleta de lixo exigem que os sacos sejam empilhados e etiquetados na porta dos comércios, para serem recolhidos, mas os moradores de rua escarafuncham o lixo todos os dias, jogando tudo no chão, e recolhendo o que lhes interessa. Consequência: as empresas se recusam a levar o lixo, o que cria um caos – verdadeiro lixão – na região à noite, amanhecendo as ruas onde funcionam restaurantes e bares com um cheiro de chorume insuportável.

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1 COMENTÁRIO

  1. Além da questão da reportagem, ainda temos um agravante que é a falta de lixeiras na Pça.XV.
    Aos sábados onde acontece a feira de antiguidades e brechó, os visitantes ficam no impasse aonde jogar o lixo, bem como os expositores.
    Tudo fica nos canteiros das árvores.
    Já fiz várias reclamações e dizem que a Comlurb não tem lixeiras para fornecer.
    E aí, o que fazer ou fazer o quê???

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