Em meio a polêmica obra de revitalização do Jardim de Alah, na Zona Sul do Rio, a Prefeitura acionou o Ministério Público para exigir do Estado a demolição de uma ponte sobre o parque. A estrutura, que tem sido um ponto de acesso entre os bairros de Ipanema e Leblon desde sua construção provisória, tem se tornado alvo de uma disputa entre diferentes entidades municipais e estaduais.
A ponte em questão, que liga a Rua Redentor à Cruzada São Sebastião, foi originalmente erguida durante as obras da Linha 4 do Metrô, em 2014, como uma solução temporária para compensar o fechamento do principal acesso que liga a Visconde de Pirajá com a Ataulfo de Paiva. De acordo com os termos acordados na época, deveria ser demolida imediatamente após a conclusão das obras, mas o Governo do Estado optou por mantê-la devido a manifestações divergentes de dois órgãos municipais.
O Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, órgão encarregado da fiscalização dos bens tombados da cidade, tem pressionado pela demolição da ponte, argumentando que sua presença compromete a integridade do Jardim, um espaço de significado histórico e cultural para o município. Em contrapartida, a CET-Rio defende a permanência da estrutura, citando sua importância para a fluidez do tráfego entre os dois bairros e a redução do congestionamento nas vias adjacentes.
O impasse levou o Estado a enviar um ofício de questionamento ao prefeito Eduardo Paes, buscando uma decisão definitiva sobre o futuro da ponte. A situação tem provocado indignação entre os moradores de Ipanema e Leblon, muitos dos quais expressaram preocupações com os impactos urbanísticos e ambientais decorrentes da presença prolongada da estrutura.
Em nota, a Prefeitura do Rio esclarece que o edital de concessão do Jardim de Alah prevê a retirada da estrutura que impacta negativamente o urbanismo do parque.