Companhia de dança Deborah Colker retorna ao Rio de Janeiro para curta temporada na Cidade das Artes

Novo espetáculo reúne obra clássica de Stravinsky e cosmogonias originárias

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Foto: Flávio Colker

A companhia de Dança Deborah Colker retorna ao Rio de Janeiro entre os dias 19 de julho e 10 de agosto com o novo espetáculo “Sagração”, apresentado pelo Ministério da Cultura, e Instituto Cultural Vale e patrocínio da Petrobras, via Lei Federal de Incentivo
à Cultura. Desta vez, a obra que celebra o trigésimo aniversário da companhia, ganha vida na Grande Sala da Cidade das Artes. Na versão dirigida por Deborah Colker, a música clássica de Stravinsky encontra ritmos brasileiros no espetáculo inspirado por visões ancestrais sobre a origem do mundo. Ao longo desses 30 anos houveram mais de duas mil apresentações em mais de 100 cidades de 35 países, totalizando um público de cerca de 4 milhões de pessoas em todas as suas performances.

Durante esses anos, assistimos e participamos de muitas transformações na cultura, na política e na economia. Chegamos até aqui porque temos este espírito de evolução, que é um tema muito precioso para o novo espetáculo”, avalia o diretor executivo João
Elias, que em 1994 fundou a companhia de dança com Deborah Colker.

O processo criativo de “Sagração” durou dois anos e meio. O espetáculo é uma livre adaptação de “A Sagração da Primavera”, obra composta pelo russo Igor Stravinsky, que ganhou projeção mundial pela montagem estreada em Paris em 1913, com coreografia de Vaslav Nijinsky e produção de Sergei Diaghilev para os Ballets Russes. A composição musical é considerada revolucionária por introduzir estruturas rítmicas e harmônicas nunca antes utilizadas em partituras.

“Quando decidi recontar esse clássico, pensei que teria de ser a partir da cosmovisão de povos originários do Brasil”, lembra Deborah, que também é pianista. “Stravinsky foi responsável por pontos de ruptura e provocação entre o erudito e o primitivo. ‘A Sagração da Primavera’ representa esses pontos de evolução da humanidade”.

Foi em uma viagem para o Xingu, durante o Kuarup, e no encontro com as aldeias indígenas Kalapalo e Kuikuro, que Deborah conheceu Takumã Kuikuro. O cineasta contou à ela como o povo do chão recebeu o fogo do Urubu Rei. Essa história é dançada e acompanhada por narração do próprio Takumã e faz parte da coleção de cosmogonias que a diretora reuniu para montar a dramaturgia do espetáculo.

“Tudo só poderia ter começado com uma mulher. Uma avó. A avó do mundo”, conclui Deborah, que, com a assessoria de Nilton Bonder, revisitou a mitologia judaico-cristã. Do livro “Gênesis”, as passagens sobre Eva e a serpente e também Abraão ganham
cenas que destacam momentos de ruptura. “São dois mitos que elaboram sobre a consciência humana: pela autonomia de uma mulher que desperta para caminhos interditados e transgride; e de um homem que sai da sua casa e cultura em direção a si
mesmo”, destaca Nilton Bonder. Além das alegorias bíblicas, a coreógrafa também buscou referências na literatura científica.

A versão mais recente da nossa espécie é a Homo sapiens sapiens que, assim como outros seres, precisa se adaptar constantemente”, pontua Deborah, destacando a presença das personagens que representam bactérias, herbívoros e quadrúpedes no
espetáculo. “Nossa dramaturgia é feita da poesia presente em mitos e teorias que pensam a existência da vida em nosso planeta”. A coreógrafa, em parceria com o diretor musical Alexandre Elias, introduziu à partitura instrumental de Stravinsky a sonoridade pujante das florestas e ritmos brasileiros. Boi bumbá, coco, afoxé e samba foram introduzidos à criação de Stravinsky. Aos acordes de instrumentos de orquestra, o diretor musical adicionou flauta de madeira, maracá, caxixi e tambores. Os paus de chuva também entram em cena no arranjo executado ao vivo pelos bailarinos. Para Alexandre Elias, foi um privilégio trabalhar profundamente na estrutura da obra”. Para dar vida às narrativas e trajetórias do espetáculo, o cenógrafo Gringo Cardia incorpora 170 bambus de 4 metros de altura que simbolizam resistência e flexibilidade.

Criação, Direção e Dramaturgia
DEBORAH COLKER
Direção Executiva
JOÃO ELIAS
Direção Musical
ALEXANDRE ELIAS
Direção de Arte
GRINGO CARDIA
Dramaturgia
NILTON BONDER
Figurinos
CLAUDIA KOPKE
Desenho de Luz
BETO BRUEL
Fotografia
FLÁVIO COLKER

SERVIÇO
Local

CIDADE DAS ARTES – Av. das Américas, 5300 – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro – RJ, 22793-080

Data
19, 20, 21, 26, 27, 28 DE JULHO
2, 3, 4, 8, 9, 10 DE AGOSTO

Horário
QUINTA E SEXTA ÀS 21H, SÁBADO ÀS 19H, DOMINGO ÀS 18H

Faixa Etária
A PARTIR DE 10 ANOS

Duração
70 MINUTOS
(sem intervalo)

Acessibilidade
LOCAL ACESSÍVEL PARA CADEIRANTES

Valor do ingresso
A PARTIR DE R$ 19,80
(Ingressos limitados)
Bilheteria
Venda online – site da sympla
Venda presencial – Terça a domingo de 13h às 19h. Em dias de espetáculo de 13h até a hora do espetáculo. Tel: (21) 3328-5300
(Av. das Américas, 5300 – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro – RJ, 22793-080)
Link para venda de ingressos online https://bileto.sympla.com.br/event/93950/d/255802/s/1745878?share_id=1-copiarlink

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