Petrobras está cada vez mais perto de acabar com ‘home office’

Seguindo uma tendência internacional da volta ao trabalho presencial, Petrobras se prepara para decretar o fim do home office

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Vista do prédio da Petrobrás, no centro do Rio de Janeiro | Foto: Rafa Pereira - Diário do Rio

O trabalho no formato home office está cada vez mais em desuso pelas grandes empresas. Mais de dois anos após o fim da pandemia da Covid-19, a volta integral ao trabalho presencial já é uma realidade. A próxima super companhia a retornar com o trabalho “in loco” dos funcionários será a Petrobras.

Atualmente, as atividades presenciais dos funcionários da multinacional brasileira são obrigatórias apenas dois dias por semana, cenário este que parece estar com os dias contados. A própria Petrobras tenta, desde 2021, tenta voltar com seus colaboradores para os escritórios, mas não avançou na questão, pelo temor ainda recente (naquela época) da pandemia. Contudo, a posição da companhia agora parece irredutível. A tendência mundial é tão forte que até o Zoom – a gigante das teleconferências – já mandou que seus empregados retornem ao regime presencial.

Segundo informou o jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, já existe um movimento dentro da empresa, encabeçado pela presidente Magda Chambriard, para reverter o quadro do trabalho remoto, que supostamente é feito de casa. O objetivo é, aos poucos, determinar a volta completa aos escritórios da empresa.

No Centro do Rio, onde fica localizada a sede da Petrobras, o formato híbrido tem impactado nas atividades comerciais da região. Muitas pessoas circulavam e utilizavam os serviços naquela área, como os restaurantes na hora do almoço. A falta de clientes obrigou muitos comerciantes a reduzirem suas operações, ou até mesmo fecharem seus negócios.  

O panorama, contudo, está, aos poucos, sendo revertido. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), por exemplo, voltou com o modelo presencial em março deste ano.

A retomada do trabalho presencial pela Petrobras, TJRJ, entre outras empresas e órgãos, segue uma tendência internacional de grandes empresas que estão abolindo o home office. Nos últimos anos, grandes conglomerados mundiais como  Google, Salesforce e Amazon.

O tempo tem mostrado que o trabalho remoto tem perdido força no mercado. Cada vez mais empresas estão retomando o modelo presencial em seus escritórios, ainda que, segundo especialistas, a flexibilização no modelo de trabalho seja uma tendência irreversível, que está passando por um momento de adaptação.

Em 2023 s 2024 muitas instituições já anunciaram a volta ao presencial, inclusive as empresas de tecnologia e internet – estas têm exigido de dois a três dias presencialmente – que se haviam adaptado rapidamente à lógica do coronavírus, quando isso ainda era relevante. Especialistas, no entanto, mostram que esse retorno tem gerado a esperada resistência em muitos trabalhadores.  “Ninguém quer controle, ninguém quer abrir mão do que considera um benefício. Mas quem paga o salário quer produtividade e entrega pessoal. É óbvio que ninguém quer devolver prêmio de loteria”, explica – pedindo anonimato – a diretora de RH de uma grande empresa do setor de Óleo e Gás no Rio.

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21 COMENTÁRIOS

  1. Existem termos da língua portuguesa que são excelentes para substituir esse infame e incorreto “home office”, que sequer existe na língua inglesa. Trabalho em casa em inglês é “to work from home”. Usem teletrabalho, trabalho remoto.

  2. Não falam no desenvolvimento dos bairros onde as pessoas moram, por estar em home office. Não falam também em rever os espaços do Centro pra atrair moradores permanentes. Esse tema tem muitos outros matizes a explorar que não estão na matéria.

    • Não importa debater matéria, só os imóveis cheios de gente ainda que sem transporte, segurança e serviços. Seus comentários são muito pertinentes.

  3. A questão é que o Home Office é uma realidade e não é exclusividade da Petrobrás que é uma empresa de capital misto. É adotado em várias empresas privadas. Qual o motivo de manter escritórios lotados, salas de reuniões com gente até em pé. O centro do Rio não tem estrutura nenhuma. É caótico, quando chove as garagens dos prédios inundam e as atividades são paralisadas. A economia de energia de aluguéis de prédios e de gastos gerais é evidente e clara. Esse papinho que está prejudicando o comércio local é balela. O que está uma merda é a economia do país. Eles querem fechar contratos de aluguéis de prédios superfaturados. O transporte no Rio é uma bosta. Enfim daria para escrever muito mais. Mas afinal deve ter gente aqui baba ovo do Eduardo Paes. Esses que falam mal do Home Office devem pegar todo dia o trem lotado, sentindo o odor fétido da suvaqueira e sendo sarrados por trás. Para eles o ramal Saracuruna é uma diversão.

  4. Centro do Rio acabou, mas ainda tem gente apostando todas as fichas de que um método de trabalho antiquado volte. Eu sou da área de TI e nem vaga hibrida eu to aceitando e não são poucas as vagas remotas disponíveis.

  5. Se a questão for produtividade somente, não está fazendo sentido. De forma geral, ficou claro que os custos para as companhias reduziram e a produtividade se manteve a mesma ou aumentou.

  6. Onde trabalho, setor público, o remoto continua firme e forte. A luta é pra ampliar de 2 para 3 dias.

    Conheço vários desenvolvedores de software que colocam no currículo “remote only”, recusam propostas presenciais.

  7. Na minha empresa, vão aumentar o home office. E conheço vários amigos que também terão aumento de home office em suas empresas. Já era, não volta mais.

  8. Pode ser uma “tendência’ política, porque só interessa a prefeitura, aos comerciantes e donos de prédios que terão que ser novamente alugados a Petrobras a preços exorbitantes. Economicamente é muito mais vantajoso para a Petrobras manter os funcionários em home office, evita o aluguel desnecessário de prédios que trazem a necessidade de manutenção, segurança, conta de água, luz, IPTU e toda uma estrutura de TI e TCOM e demais despesas de deslocamento e transporte dos funcionários.
    Portanto, creio que dentro da realidade de uma empresa gerida politicamente deva sobressair o interesse político acima do econômico e onerar o caixa da empresa em favor dos políticos locais e seus interesses.

  9. E esse jornal bancado pelo Mercado Imobiliário segue sua sina retrógrada…

    Não adianta. Home office é uma realidade consolidada. Próximo passo: jornada de trabalho de 4 dias ou 6h diárias.

    Bons funcionários não vão perder tempo em deslocamentos desnecessários, convivência em um ambiente tóxico e comer mal e pagando caro na rua.

  10. Quem mora em Santa Cruz e outros lugares longe do Centro do RJ não concorda com essa “tendência”. Estou no Presencial mas tenho sorte de só levar 2h por dia no transporte público ou 1h de carro. Nem todo trabalho PRECISA ser presencial e nem todo trabalho PODE ser home office. Os donos de supermercados ADORAM o home office assim como os donos de restaurantes AMAM o trabalho presencial. E não adianta nada o trabalho presencial para os restaurantes se a pessoa leva marmita de casa. Essa sim é outra “tendência” que ninguém aborda.

  11. O trabalho em casa reduz queima de combustíveis fósseis e energia elétrica de empresas, aumenta o convívio com familiares e diminui o tempo jogado fora com o movimento pendular.

    Tal qual aconteceu com acendedores de lampiões, reveladores de fotografia e outras profissões superadas pelo simples passar dos anos. No início sempre há chiadeira, mas depois passa.

    Esse Paes encheu o saco do Lula, para que a Petrobras voltasse ao trabalho presencial. Para quê? Para arrecadar mais impostos, pouco se importando com a qualidade de vida do trabalhador ou o tal do meio ambiente.

    Portanto, quando vocês ouvirem desses 2 políticos algo sobre aumento de carbono na atmosfera ou melhora das condições de vida do trabalhador, podem estar certos: é mais um show de nefasta hipocrisia.

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