Nascida e criada na zona oeste do Rio, Maria Eduarda Freitas, de 17 anos, foi aprovada pela segunda vez para evento inédito de simulação da ONU, que será realizado neste mês de agosto pela Yale Universidade, uma instituição de ensino superior privada americana, situada em New Haven. As simulações da organização são debates, seguidos pelo desenvolvimento de soluções e documentos que visam a discussão dos problemas globais. O evento, que é inédito da América Latina, vai ocorrer entre os dias 16 e 18 deste mês, em São Paulo.
Filha mais velha, de uma mãe servidora pública, em uma casa só de mulheres, Maria Eduarda sempre sonhou trabalhar na ONU. Apesar de muitos acreditarem ser um sonho distante, pois a realidade que a cerca é bem diferente, a jovem sempre acreditou.
Umas das primeiras conquistas veio do curso de inglês. Duda, como gosta de ser chamada, foi premiada pelo Kumon como a segunda melhor aluna da América Latina e, com apenas 14 anos, concluía o curso da língua com mérito. “Treineira” do ENEM, Maria Eduarda nunca tirou menos de 900 nas redações e, sua última nota, foi de 920.
Duda surpreendeu quando avisou que havia estudado o processo de aplicação para simulações da ONU e que iria aplicar para Yale, uma das melhores faculdades do mundo. Em janeiro desse ano, lá estava ela, rumo a Yale, nos EUA, onde os participantes possuíam delegações e empresas para ajudarem nas aplicações. Já Duda foi ao evento como delegada individual, pois realizou a aplicação sozinha.
Maria Eduarda, que ama as simulações e almeja trabalhar na ONU, quis compartilhar esse sonho e mostrar aos jovens que é possível. Com mais dois amigos, fundou o Cariocamun, um dos projetos diplomáticos mais conhecidos do Rio de Janeiro, que oferta simulações da ONU gratuitas, e atualiza seus seguidores sobre as notícias do mundo e geopolítica. Além disso, fundou o Brazilaction, projeto em que dá aulas de inglês básico e redação para o ENEM de forma gratuita.
Em julho deste ano, Maria Eduarda foi contemplada como uma bolsa de 100% para o curso de verão da Escola do The New York Times, em Nova York. Lá, ela passou 15 dias, com tudo custeado, aprendendo sobre as Nações Unidas e os Direitos Humanos, tendo aulas com ativistas renomados e colunistas jornalísticos. Duda conseguiu essa bolsa, aplicando sozinha e através de redação muito elogiada pelos organizadores.
Maria Eduarda acredita que pode mudar o mundo através da educação e baseia seus ideais em uma frase de Paulo Freire: “A educação não muda o mundo. A educação muda pessoas. Pessoas mudam o mundo.”