Há 102 anos, às margens do Rio Ipiranga, Dom Pedro I realizou o ato que ficou conhecido nos livros da história oficial do Brasil. O país estava politicamente independente de Portugal. Contudo, por trás de tudo isso havia uma forte presença religiosa envolvendo São Pedro de Alcântara.
“São Pedro de Alcântara, devido às suas orientações espirituais e seu papel como diretor espiritual de Santa Teresa de Ávila, ganhou destaque em toda a Europa. Seu legado de profunda contemplação, penitência e foco no serviço aos pobres e necessitados, ressoou com Dona Maria I. Dentro desse contexto de admiração e devoção, o nome ‘Pedro’, inspirado em São Pedro de Alcântara, foi escolhido para o príncipe herdeiro do trono português, o futuro Dom Pedro I do Brasil. A influência do santo na família real certamente teve seu peso na decisão“, escreveu Cleiton Ramos ao site de cultura cristã ChurchPOP.
Quadro “Independência ou Morte”, de Pedro Américo. Reprodução
Seguindo a mesma lógica religiosa, Dom Pedro I batizou seu filho como Pedro de Alcântara. Ele se tornaria Dom Pedro II.
“Quando Dom Pedro I proclamou a independência do Brasil, carregava não apenas a herança política e cultural de sua família, mas também sua profunda ligação espiritual“, destacou Cleiton Ramos.
Avó de Dom Pedro I, Dona Maria I era muito católica. A fé cristã influenciava muito em seu governo. São Pedro de Alcântara, conhecido por sua vida de penitência e austeridade, tornou-se um exemplo de piedade e devoção para a rainha.
São Pedro de Alcântara padroeiro
A pedido de Dom Pedro I, no ano de 1826, o Papa Leão XII nomeou São Pedro de Alcântara como padroeiro do Império do Brasil. Ainda em 1826, a Igreja Católica reconheceu o Brasil como nação independente de Portugal e Dom Pedro I como imperador.
Em 16 de julho de 1930, Nossa Senhora Aparecida foi proclamada Rainha do Brasil pelo Papa Pio XI.