A maioria dos candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro não dá destaque ao meio ambiente em seus planos de governo. Entre eles, o atual prefeito Eduardo Paes (PSD), que trata o tema de forma breve, e Henrique Simonard (PCO), que sequer menciona questões ambientais em sua proposta. Em contraste, Tarcísio Motta (PSOL) e Marcelo Queiroz (PP) se destacam positivamente por apresentarem propostas mais robustas para a área. A análise é do jornalista Gabriel Tussini do portal especializado em meio-ambiente Eco.
Em 2021, a gestão de Eduardo Paes transferiu o licenciamento ambiental da Secretaria Municipal de Ambiente e Clima (SMAC) para a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação (SMDEIS), movimento criticado por ambientalistas e considerado ilegal por parlamentares como o deputado estadual Carlos Minc (PSB). Apesar das críticas, a atribuição permanece fora da pasta ambiental.
Eduardo Paes (PSD), favorito à reeleição, apresentou um plano de governo preliminar, que inclui oito objetivos centrais, mas nenhum voltado especificamente ao meio ambiente. Suas propostas para a área incluem:
- Transporte: Incentivar a transição energética da frota de ônibus para veículos elétricos;
- Emprego e turismo: Criar programas de qualificação voltados a empregos verdes e inovação;
- Meio ambiente e clima: Projetos para controle de enchentes, reassentamento de populações ribeirinhas e arborização da zona norte da cidade.
Alexandre Ramagem (PL), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, apresenta propostas gerais para o meio ambiente, tratando-o como um ativo econômico. Defende ações de reflorestamento, manutenção de áreas verdes e ampliação dos parques. Além disso, propõe parcerias público-privadas para gerir espaços ambientais, garantindo acesso gratuito à população.
Tarcísio Motta (PSOL) traz o conjunto mais amplo de propostas ambientais. Seu “Programa Municipal de Transformação Ecológica” visa reduzir emissões de gases de efeito estufa e incentivar o uso de materiais sustentáveis. Entre suas principais propostas estão:
- Devolver o licenciamento ambiental à SMAC;
- Criar programas como “Rio Sem Plástico” e “Água para Todos”;
- Transformar o Rio na primeira “cidade esponja” da América Latina, com infraestrutura ecológica de drenagem urbana para combater enchentes e alagamentos.
Marcelo Queiroz (PP), ex-secretário de Meio Ambiente, também apresenta um plano robusto. Ele propõe devolver o licenciamento ambiental à SMAC, criar uma Autoridade Climática Municipal e ampliar as equipes da SMAC. Outras medidas incluem aumentar a representação da sociedade civil no Conselho Municipal de Meio Ambiente e criar centros de reciclagem em todos os bairros.
Rodrigo Amorim (União Brasil) foca em obras de saneamento e prevenção a enchentes nas favelas. Propõe criar uma Secretaria das Favelas e ampliar a atuação da Defesa Civil para prevenir deslizamentos e inundações.
Carol Sponza (Novo) tem propostas ambientais mais modestas, incluindo a criação de um plano para incentivar a energia solar e um sistema de IPTU Verde para imóveis sustentáveis.
Cyro Garcia (PSTU) critica o sistema capitalista como o principal causador da crise ambiental. Defende maior controle estatal sobre as emissões de poluentes e ampliação de programas de reflorestamento e reciclagem.
Juliete Pantoja (UP), coordenadora do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), propõe a reestatização dos serviços de água e esgoto e um programa de reflorestamento urbano com a participação da população.
Por fim, Henrique Simonard (PCO), conforme mencionado, não traz propostas específicas para o meio ambiente em seu plano de governo, que é genérico e utilizado pelo partido em todas as candidaturas no Brasil.
Prefeitinho atual destruiu o meio ambiente na Cidade durante suas gestões, retirando as árvores urbanas e substituindo por cimento.