A prolongada estiagem que atinge o Estado do Rio de Janeiro está afetando o abastecimento de água em diversas regiões. A Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) foi obrigada a reduzir a operação do sistema Imunana-Laranjal, responsável pelo abastecimento do Leste Metropolitano. Atualmente, o sistema opera com 90% de sua capacidade, devido à diminuição dos níveis hídricos dos mananciais utilizados para captação e tratamento de água.
Com a redução, o abastecimento de água pode oscilar nos municípios de São Gonçalo, Niterói, Itaboraí (água bruta), partes de Maricá (Inoã e Itaipuaçu) e na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro. As concessionárias Águas do Rio e Águas de Niterói, que atuam nas regiões afetadas, já foram informadas sobre a situação.
A captação do sistema é feita no Canal de Imunana, que recebe águas dos rios Guapiaçu e Macacu, situados em Guapimirim. Para que o sistema volte a operar plenamente, é necessário que o regime de chuvas na bacia do manancial se normalize.
No entanto, há expectativa de melhoria com as obras de desassoreamento do Canal de Imunana e a instalação de bombas abaixo da Barragem do Rio Macacu, o que aumentará o volume de água disponível para tratamento. Essas ações foram acordadas em uma reunião na última semana entre a Cedae, a Secretaria do Ambiente e Sustentabilidade (Seas) e as concessionárias de saneamento responsáveis pela região.
As represas do Sistema Acari — que abastecem a Baixada Fluminense — também enfrentam uma estiagem severa. As unidades que captam água em mananciais menores, como Tinguá, Xerém, Rio D’Ouro, São Pedro e Mantiquira, dependem diretamente do volume de chuvas para manter a operação plena do sistema. A concessionária Águas do Rio está realizando manobras para redirecionar água do Sistema Guandu, que opera com 100% de sua capacidade, para as áreas afetadas.
Outras Regiões Atingidas
Na Costa Verde, a cidade de Mangaratiba também sofre com a seca, que reduziu o nível dos quatro mananciais de captação de água. Como resultado, o sistema de abastecimento local, que também atende parte de Itaguaí, opera com cerca de 60% de sua capacidade, prejudicando o fornecimento de água.
No Norte do estado, o sistema de abastecimento de Macaé está em estágio de alerta devido à falta de chuvas, o que reduziu a disponibilidade hídrica do manancial que alimenta a cidade. Apesar de o sistema ainda operar com sua capacidade máxima, há risco de redução da produção caso a estiagem continue.
A Cedae mantém o monitoramento constante dos níveis dos rios e atualizará a situação conforme necessário. A Companhia pede aos consumidores que usem água de forma consciente, evitando desperdícios e adiando atividades que demandem grande consumo.
Esses períodos de seca prolongada serão mais longos e intensos nos próximos anos. Ou mudamos hábitos e padrões de consumo para gastar menos água, energia elétrica e recursos primários em geral, ou o futuro será catastrófico. Quem não se deu conta disso e não mudou hábitos é responsável direto pela catástrofe.
Lavar carros e calçadas com mangueiras e produtos de limpeza, banhos demorados, chuveiros nas praias abertos ininterruptamente, dentre outros hábitos nocivos, precisam desaparecer.
Aliás, é aceitável que, em dias de praia cheia, chuveiros fiquem ligados quase o dia inteiro nas areias para diversão e conforto dos banhistas? De onde vem aquela água? Quem paga por ela? O que justifica essa insanidade em épocas de escassez e urgência climática?