Testes genéticos são aliados no tratamento do câncer de mama no Rio

Estudo canadense destaca a importância da testagem para pacientes, enquanto especialistas do Rio de Janeiro defendem a ampliação desse diagnóstico no Brasil

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Foto de Anna Tarazevich no Pexels

No Rio de Janeiro, a estimativa é de que mais de 10 mil novos casos de câncer de mama sejam diagnosticados anualmente até 2025, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Embora a maioria dos casos no país esteja relacionada a fatores esporádicos, cerca de 15% das mulheres desenvolvem a doença por vulnerabilidades genéticas, ressaltando a importância de identificar essas alterações o quanto antes.

Uma pesquisa canadense recente, realizada com mulheres diagnosticadas com câncer de mama, revelou que uma a cada 20 pacientes apresenta uma mutação acionável, o que significa que há indicação de procedimentos ou tratamentos específicos com base no achado genético. Esses resultados reforçam a necessidade de ampliar o acesso à testagem genética no Brasil, uma pauta que já vem sendo discutida entre especialistas. A oncogeneticista Marcela Bulcão, da Oncoclínicas Rio de Janeiro, destaca que essa prática é fundamental para garantir diagnósticos precoces e tratamentos individualizados.

“Se a mulher tem uma mutação acionável, é possível ajustar o tratamento, sugerir novos procedimentos e até orientar familiares sobre possíveis riscos. A testagem pode oferecer um cuidado mais específico, aumentando as chances de sucesso no tratamento”, explica a médica.

No Brasil, no entanto, os critérios para a testagem genética ainda são restritos pela Agência Nacional de Saúde (ANS). Mesmo com histórico familiar, muitas mulheres não têm acesso ao exame. Segundo Bulcão, é preciso considerar outros fatores, como diagnóstico antes dos 45 anos, presença de tumor triplo negativo ou múltiplos casos de câncer na família, além de descendência de judeus ashkenazi, um grupo de risco específico.

A oncologista clínica Sabrina Cristofaro, também da Oncoclínicas Rio de Janeiro, ressalta que o caminho para o tratamento do câncer de mama no país está cada vez mais voltado para a medicina de precisão, com o sequenciamento genético desempenhando um papel crucial.

“Hoje, temos acesso a testes mais amplos e precisos, o que permite oferecer cuidados mais assertivos e individualizados às pacientes” comenta Cristofaro, destacando que essa prática já faz parte da rotina dos oncologistas.

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Renata Granchi
Renata Granchi é jornalista e publicitária com mestrado em psicologia. Passou pela TV Manchete, TV Globo, Record TV, TV Escola e Jornal do Brasil. Escreveu dois livros didáticos e atualmente é diretora do Diário do Rio. Em paralelo, presta consultoria em comunicação e marketing para empresas do trade.

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