Hemorio reavalia amostras de 288 doadores de órgãos no Rio de Janeiro após infecção por HIV

Exames foram refeitos após interdição de laboratório responsável pelo diagnóstico de doadores; sindicância foi aberta para investigar o caso

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Foto: Fernando Brazão/Agência Brasil

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro anunciou que está reavaliando as amostras de sangue de 288 doadores de órgãos após seis pacientes transplantados contraírem o vírus HIV. O procedimento está sendo conduzido pelo Instituto Estadual de Hematologia (Hemorio), vinculado à Secretaria de Saúde, e ocorre após a interdição de um laboratório privado envolvido no caso.

Segundo a SES, uma sindicância interna foi instaurada para identificar e punir os responsáveis pela falha que levou à infecção dos pacientes. “Por necessidade de preservação das identidades dos doadores e transplantados, bem como do encaminhamento da sindicância, não serão divulgados detalhes das circunstâncias,” informou a Secretaria em nota.

A Secretaria também criou uma comissão multidisciplinar para acolher os pacientes afetados e garantir a segurança de outros transplantados. O laboratório PCS Lab Saleme, contratado por licitação para realizar exames no programa de transplantes, foi interditado cautelarmente após a confirmação do caso, e os exames foram transferidos para o Hemorio.

Reavaliação de amostras e medidas adotadas

A reavaliação envolve todas as amostras de sangue de doadores desde dezembro de 2023, período em que o laboratório foi contratado. “Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no estado do Rio de Janeiro sempre foi de excelência e, desde 2006, já salvou mais de 16 mil vidas,” afirmou a SES.

Além das medidas tomadas pela SES, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde estão conduzindo investigações paralelas. O Ministério destacou que o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), responsável por 88% dos transplantes realizados no país por meio do SUS, é um dos mais transparentes e seguros do mundo.

“Existem normas rigorosas que visam proteger tanto os doadores quanto os receptores, garantindo que os transplantes realizados no país mantenham um alto nível de confiabilidade,” declarou o Ministério em comunicado.

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