Colégio indígena de Angra dos Reis é reinaugurado com Ensino Médio Regular previsto para 2025

Unidade bilíngue recebe melhorias estruturais e pedagógicas para atender demandas da comunidade Guarani Mbyá

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O Colégio Indígena Estadual Guarani Karai Kuery Renda, localizado na aldeia Sapukai, em Bracuí, Angra dos Reis, foi reinaugurado após uma ampla reforma que modernizou suas instalações. A unidade, que atende a comunidade Guarani Mbyá, passará a oferecer Ensino Médio Regular a partir de 2025, um pedido antigo dos moradores da região.

A reinauguração foi celebrada com danças, pinturas, artesanatos e outras manifestações culturais da aldeia, marcando a importância do espaço na preservação da cultura indígena e no fortalecimento da educação diferenciada.

Melhorias estruturais e inclusão pedagógica

O colégio recebeu uma reforma completa que incluiu a construção de salas de aula, refeitório, novos pavilhões e um campo esportivo. Além disso, a unidade continuará oferecendo aulas bilíngues, ministradas em guarani mbyá e em português, com um corpo docente composto por professores indígenas e não indígenas, conhecidos na comunidade como “juruás”.

Atualmente, o colégio atende 140 alunos do Ensino Fundamental e do Magistério Indígena. Com a inclusão do Ensino Médio, a escola promete expandir suas oportunidades educacionais, preservando a cultura local e promovendo o desenvolvimento da comunidade.

Depoimentos emocionantes

Durante a cerimônia de reinauguração, a secretária de Estado de Educação, Roberta Barreto, destacou o compromisso da gestão estadual em atender às demandas da aldeia. “Quando prometi melhorias em 2023, fui questionada, porque a comunidade já vinha sofrendo há muito tempo. Hoje entregamos um colégio totalmente reformado e anunciamos o Ensino Médio Regular, para que a cultura e a tradição indígena sigam vivas,” afirmou a secretária.

A liderança indígena Lucas Benite, representando o cacique Algemiro, relembrou as dificuldades de construir o primeiro colégio comunitário há 37 anos. “Nós carregamos tijolos, areia e cimento para fazer uma escola. Hoje vemos o resultado daquele esforço: nossos filhos e netos podem estudar e alcançar seus objetivos,” disse Benite.

Já o diretor da unidade, Domingos Junior, ressaltou a importância da conquista. “Esta é uma escola bilíngue, diferenciada e intercultural. É deles, e agora estamos prontos para atender demandas que vinham sendo feitas há anos,” afirmou.

Educação bilíngue e valorização cultural

O colégio reforça o aprendizado em dois idiomas. Até o 5º ano, as aulas são em guarani, e, nos anos seguintes, em português. Essa abordagem bilíngue preserva a identidade linguística da comunidade enquanto insere os jovens no mundo do trabalho e da educação formal.

Para Ildo Karai Mirim, neto do antigo cacique João da Silva, aprender dois idiomas é essencial. “Isso equilibra nossa cultura e leva conhecimentos amplos para os alunos,” destacou.

Apoio à prática esportiva

Além das melhorias pedagógicas, a unidade recebeu equipamentos esportivos como tatames e kimonos para a prática de jiu-jitsu. O projeto, em parceria com o 33º Batalhão de Polícia Militar de Angra dos Reis, é mais um incentivo ao desenvolvimento dos alunos.

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