O Rio e o Mundo: cidade das arábias

A imigração árabe em massa para o Rio de Janeiro ocorreu na década de 1890, atingindo seu auge nas décadas de 1920 e 1930. Essas pessoas eram provenientes principalmente da região da Síria e Líbano

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Rua da Alfândega com Rua da Candelária, 1890

O Rio de Janeiro é a cidade que abriga a segunda maior comunidade de descendentes de árabes no Brasil. É sobre essa presença que a última matéria da série O Rio e o Mundo, produzida pelo DIÁRIO DO RIO, vai falar.

A imigração árabe em massa para o Rio de Janeiro ocorreu na década de 1890, atingindo seu auge nas décadas de 1920 e 1930. Essas pessoas eram provenientes principalmente da região da Síria e Líbano.

Os motivos para essas vindas foram vários. Entre eles estão a crise econômica da indústria da seda na montanha libanesa, as ações de escolas missionárias protestantes, a Primeira Guerra Mundial, que gerou muita destruição e epidemias, e as ocupações imperialistas francesa e inglesa do Oriente Médio.

Na época, a cidade do Rio de Janeiro era a capital do Império, depois capital da República. Diferente de São Paulo, centro econômico do país, no Rio estava a diplomacia dos seus países e, por meio dela, os imigrantes puderam manter o diálogo com suas pátrias mães, ficando antenados com o que ocorria em seus países”, disse Paulo Gabriel Hilu da Rocha Pinto, autor do livro “Árabes no Rio de Janeiro – uma identidade plural“, em entrevista ao Instituto da Cultura Árabe.

Esses árabes que chegavam ao Rio eram basicamente cristãos. Em sua maioria comerciantes que, ao chegarem ao Brasil, permaneceram nessa mesma atividade, principalmente nos ramos têxtil e nos chamados armarinhos, pois já tinham experiência. Já a segunda geração passou a investir na educação superior e hoje temos descendentes de árabes de grande êxito nas mais diversas atividades, entre elas a medicina, advocacia, política, artes.

“Até 1920 se estabeleceram na região da Rua da Alfândega, no centro da cidade. Depois começaram a se interiorizar. Na capital, eles seguiram o ritmo de crescimento da cidade. Então, nos anos 30, vão para a Tijuca e depois para Copacabana, etc. A imigração árabe no Brasil é urbana, não houve um movimento de pessoas que vieram trabalhar na terra, mas alguns adquiriram propriedades rurais. Quando os árabes chegaram, a o centro da cidade já eram um núcleo de comércio, mas os árabes acabaram tomando conta porque possuíam estratégias eficazes, como a venda a crédito em grande escala“, destacou Paulo Gabriel Hilu da Rocha Pinto.

Nesse contexto de comércio e centro do Rio veio a área é chamada de SAARA, que é uma sigla de Sociedade de Amigos e Adjacências da Rua da Alfândega. Contamos essa história aqui no DIÁRIO DO RIO. O grande comércio popular da cidade do Rio, iniciado por árabes.

Os árabes também deixaram rastros na formação da paisagem urbana com a construção de mesquitas, igrejas e com investimentos no setor imobiliário, como são os casos dos bairros Jabour, criado por Abraão Jabour, e Coelho Neto, criado por Gabriel Habib.

Famlia de Gabriel Habib O Rio e o Mundo: cidade das arábias

Família Habib. Gabriel em destaque

A dança do ventre, as esfirras e quibes já fazem parte da cultura carioca. A alegria do nosso povo tem muito da influência do grupo étnico árabe, que é muito festeiro.

Anualmente, em 22 de novembro se comemora o dia da comunidade libanesa no Brasil, já que o Líbano se tornou independente nesta data (em 1943), e o Brasil é o país que abriga o maior número de libaneses e seus descendentes no mundo – aproximadamente 8 milhões de pessoas.

Na cidade do Rio há o tradicional Clube Monte Líbano, localizado na Zona Sul. O Rio de Janeiro é composto por muitas culturas e a árabe, sem dúvidas, é uma delas.

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