Concessionária Águas do Rio destrói calçadas no Leblon

Nas proximidades da Ataulfo de Paiva, foram largados sacos de terra, restos de asfalto e muita poeira junto a um pobre jardim, em cima das pedras portuguesas

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Desrespeito da Águas do Rio com calçada do Leblon - Arquivo Pessoal

Não é de hoje que o DIÁRIO DO RIO denuncia o furor da concessionária Águas do Rio contra as calçadas do Rio de Janeiro. Muitas são as reclamações de moradores de vários bairros da cidade quanto à buraqueira gerada pele empresa na hora de fazer os seus reparos.

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Esta semana, moradores do Leblon, na Zona Sul da cidade, entraram em contato com a redação do jornal para denunciar uma obra da Águas do Rio, na Avenida Ataulfo de Paiva, nas proximidades da Estação Antero de Quental, na Zona Sul do Rio.

Nas imagens é possível ver os funcionários da empresa trabalhando na movimentada via que que liga o bairro à Ipanema. O problema é o entulho resultante da abertura do asfalto que foi jogado em uma das calçadas, sem o menor cuidado. E a recolocação das pedras é feita em desalinho, sem o menor cuidado, como se não houvesse calceteiro responsável.

São sacos de terra e sacos vazios, além de restos de asfalto e muita poeira largados junto a um pobre jardim, em cima das pedras portuguesas – recurso estético precioso da cidade do Rio de Janeiro, que é tão maltratado por funcionários de concessionárias, por falta de noção ou informação sobre o mínimo de calcetaria.

No dia 7 de fevereiro de 2022, o DIÁRIO DO RIO publicou uma matéria sobre a esburacamento promovido pela Águas do Rio sob a pretexto de “cortar água” ou “instalar hidrômetros externos“, de forma totalmente irregular.

Os casos iam do Centro da cidade à Zona Norte, enfeiando os bairros e colocando as vidas dos pedestres em risco, especialmente idosos, crianças e pessoas com problemas de mobilidade.

Um dos casos citados foi o da calçada da Rua da Quitanda, 80, onde uma imensa cratera foi aberta de forma grosseira, destruindo o passeio em frente ao Edifício Palácio Vigia, retrofitado então há menos de uma década.

Outro caso citado pelo veículo aconteceu na Rua da Assembleia, onde  a concessionaria teria aberto outro buraco em meio às pedras portuguesas em frente um dos prédios com o qual teria uma disputa por uma cobrança de conta d’água.

Na ocasião, um segurança do prédio teria dito ao jornal que a “empresa já esteve diversas vezes no local, quebra o chão e não efetua o corte. Mas também não conserta. Segundo um dos porteiros, o condomínio é que fica pagando o conserto dos buracos malfeitos pela empresa de água e esgoto. Ele não sabe se o síndico vai ingressar na justiça como os outros”, relatou o DIÁRIO, na época.

As pedras portuguesas da cidade são uma riqueza histórica de valor inestimável, que precisam ser cuidadas e conservadas. O veículo relatou que há tempos a Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Conservação (SECONSERVA) vivia uma relação de atrito por conta dos danos causados às pedras portuguesas. Na reportagem foi lembrado que para realizar intervenções nas calçadas é preciso que a concessionária tenha uma licença de obra, emitida pelo poder público municipal.

Nesta quarta-feira (12), o jornal voltou a tratar da relação da Águas do Rio com as calçadas da cidade na reportagem: Para Águas do Rio, quem manda no RJ é o ‘Supervisor’, na qual tratou também dos novos critérios de cobrança da concessionaria junto aos condomínios residenciais e comerciais, com os últimos sofrendo prejuízos altíssimos.

Sobre as calçadas, a matéria enfatizou: “A empresa tem destruído as calçadas de toda a cidade, em sua sanha arrecadatória atrás de quem não tem conseguido pagar suas faturas, que crescem em progressão geométrica. Realiza obras sem licença, com os mais diversos pretextos; cortar água, realizar instalações, religar água. Uma única coisa é constante: o trabalho inacreditavelmente tosco de seus profissionais na recomposição do que destroem diariamente. Inclusive, realizam intervenções em áreas tombadas ignorando completamente as instruções e mesmo a existência dos órgãos de patrimônio Federal, Municipal e Estadual. Cavam buracos em calçadas de pedras portuguesas e amontoam pedras com areia, na esperança de que elas mesmas se auto-instalem. Arrebentam soleiras de edifícios cujo fornecimento de água cortam por não conseguir receber os valores impagáveis que cobram por vezes de prédios integralmente desocupados. Quando a multa da Prefeitura chega, chega para o dono do imóvel ou condomínio. A empresa, com sua bilionária concessão, sai sempre ilesa, e segue empurrando prejuízos goela abaixo dos condomínios, imbuída da decisão do STJ que autorizou-a a cobrar valores mínimos mesmo que não haja consumo algum”, pontuou o jornal.

Calçadas de pedras portuguesas:

A técnica de pavimentação foi importada para o Rio de Janeiro em 1905, durante a reforma urbana de Pereira Passos, para atender aos requisitos sanitaristas da época, pois facilitaria o escoamento de água nas ruas.

Avenida Central – atual Avenida Rio Branco – foi a primeira via a receber esse tipo de pavimentação. Ao todo, na Avenida foram instalados mais de 23 mil metros de pedras portuguesas.

O serviço foi feito por mestres calceteiros vindos de Lisboa, Portugal, que trouxeram 3 mil toneladas de pedras em um navio.

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7 COMENTÁRIOS

  1. No Leblon é quando vira notícia né? Ela faz isso no Rio inteiro. Claudio Gago e sua corja, tanto que fizeram para privatizar a Cedae e entrou essa porcaria aí. E o pior, o dinheiro da privatização serviu para comprar a reeleição daquele. O que mais espanta é a passividade dos cariocas em não pressionar o (des)governo. Não há mandato que resista a pressão popular. Até ditaduras caíram quando o povo pressionou.

  2. Um descaso total. Resido no Bairro de Fátima, centro do Rio.
    Total abandono. Calçadas esburacadas sem contar com a falta da Comlurb nas ruas totalmente abandonadas com Calçadas além de esburacadas,estufadas por raizes de árvores centenárias que impossibilita a passagem de pedestres.
    Wuem sofre é o povo que trabalha paga impostos e não tem o direito de andar pelas calçadas.
    Quem vai resolver?????? NINGUÉM

  3. Isso é na Zona Sulne Centro, vem aqui Baixada para vocês ver. Rua esburacadas, calçadas e Etc.
    Eu li aqui um comentário, se a Águas do Rio vai ser multada. Eu respondo facil, NÃO vai ser multada, ela e blindada pelo o Governo do Estado e as Prefeituras. Quem manda são os Vereadores também…!!!

    • Mas nesse caso eles só fizeram questão de tornar público esse absurdo, por ter sido em bairro nobre. Quando fazem, regularmente, aqui na baixada fluminense, ninguém toma nota. Da forma que TODOS os prejudicados, tiveram que refazer suas calçadas, com dinheiro próprio. Pois o lixo do trabalho que ficou pra trás, está esperando uma solução fantasiosa. Assim como as contas exorbitantes, que se você não tiver um bom advogado, nada será resolvido. E, quanto mais carente for a área, maior é o descaso das “autoridades”, que deveriam ser competentes.

  4. Será que se a empresa for multada pesadamente por todos esses danos, vai conseguir um “favorzinho” do poder judiciário para se safar do pagamento? Quem será o juiz e o desembargador a serem agraciados com generosos “presentinhos” pagos pelos donos da empresa?

  5. Fazer um serviço de porco é mais barato. Gastando menos, mais dinheiro na conta dos acionistas da empresa.

    Está tudo dentro do padrão. Não reclamem, paguem suas contas em dia.

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