Na qualidade de Conselheiro da Juventude da Cidade do Rio, estive com mais três colegas no Parque Olímpico da Barra e no campo de golfe na última terça-feira (10 de maio). Foi uma visita técnica oferecida pela Secretaria Municipal da Casa Civil, a qual o Conselho é subordinado, em conjunto com o Conselho da Cidade – órgão com cerca de 300 conselheiros escolhidos pela própria Prefeitura.
À primeira vista parece estar tudo nos conformes. Arenas praticamente acabadas, assim como a infraestrutura do local. Alguns eventos testes já foram realizados, comprovando a eficácia das estruturas.
Entretanto, infelizmente, do total de nove arenas, pudemos visitar apenas três. A “Arena do Futuro”, a “Arena Carioca 1” (são três, no total) e a arena onde serão realizadas as provas de natação. Todas as demais, como o Parque Aquático Maria Lenk, a Arena do Pan, o Velódromo e o Centro Olímpico de Tênis, por exemplo, foram deixados de lado.
Em relação ao legado que será deixado, diversas estruturas serão desmontadas, como a nova piscina (será doada) e a Arena do Futuro (será transformada em quatro escolas públicas). As Arenas Carioca 1 e 2 servirão para espetáculos esportivos e culturais, tal como hoje é a Arena do Pan (atual HSBC Arena). A Arena Carioca 3 será transformada em uma escola municipal.
Um tema que não foi abordado durante a visita foi a situação da Vila Autódromo, situada logo ali ao lado do Parque Olímpico e sofrendo com remoções periódicas da Prefeitura. Por outro lado, foi dito que uma grande área do Parque será destinada à construção de novos condomínios em um momento posterior aos jogos.
Já no campo de golfe, tudo muito bem, tudo muito bonito. Mas é gritante a presença de grandes empreendimentos imobiliários em uma clara demonstração de especulação imobiliária do local, logo ao lado do campo. Fora isso, o local já está praticamente pronto para os Jogos Olímpicos, apenas sendo feita sua manutenção e alguns ajustes finais.
Terminando a visita, um dos conselheiros perguntou ao responsável pela manutenção do campo sobre a presença de animais, tendo em vista que há uma área de proteção ambiental logo ao lado. A resposta foi de que há bastante vida animal, principalmente de duas famílias de capivaras que comem a grama e a deixam fora da altura ideal para a prática do golfe. Perguntado sobre o que faziam em relação a isso, a resposta do técnico foi “bom, infelizmente não podemos fazer nada além de espanta-las, já que elas são protegidas”.
Isso diz muita coisa.