História do Méier–O orgulho do subúrbio e dos suburbanos

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Meier Rio de Janeiro

No último dia 13 de maio, esse bairro comemorou mais um aniversário. Famoso por muitos motivos, o Méier é um local cheio de boas histórias.

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No século XVIII, o Méier, como boa parte da cidade do Rio de Janeiro, era uma fazenda de cana-de-açúcar. No ano 1760, os jesuítas (os donos da fazenda, presenteados por Estácio de Sá) e a coroa portuguesa se desentenderam. A coroa expulsou os religiosos do Rio de Janeiro. Depois disso, a fazenda foi dividida em três partes: Engenho Novo, Cachambi e São Cristóvão.

Jardim do Meier 1916

No século seguinte, em 1884, o Imperador Dom Pedro II presenteou um amigo com parte dessas terras. O nome desse amigo deu origem ao nome do bairro: Augusto Duque Estrada Meyer, – filho do comendador Miguel João Meyer, português de origem alemã e um dos homens mais ricos da cidade no final do século XVIII. Augusto era conhecido como “camarista Meyer”, pois tinha livre acesso às câmaras do palácio imperial.

Devido a isso, a região passou a ser chamada de ‘Meyer’. A pronúncia era um pouco diferente, mas com o tempo, passou a se chamar e se falar “Méier”.

A família Duque-Estrada Meyer teve um papel relevante no desenvolvimento da região. Inicialmente, através da atuação do comendador Miguel João Meyer. Posteriormente, já no Império, através das iniciativas de seu filho, Augusto Duque Estrada Meyer. Por suas funções e qualidades pessoais, o camarista tornou-se um nobre com grande influência junto ao Imperador Pedro II. Tendo herdado joias do pai, estas lhe possibilitaram tornar-se grande proprietário de terras na região. E sua visão progressista transformou a área, que perdeu o aspecto tipicamente suburbano do segundo império para assumir uma feição urbana”, informa a Associação de Moradores do Méier – a AMME.

Estação do Meier

O Méier seguiu seu progresso nos trilhos. Uma parte do passado do bairro está ligada diretamente à história dos trens. O aniversário da estação ferroviária do bairro é utilizado como data de fundação do bairro: 13 de Maio de 1889.

Com seus extensos campos, a região tornara-se importante para o crescimento da cidade, no início por atender ao transporte coletivo – carruagens e bondes à tração animal – e mais tarde, por abastecer as tropas na Guerra do Paraguai. A partir da segunda metade do século XIX, quando começaram a circular os trens da Estrada de Ferro Pedro II, em 1858, os subúrbios foram definitivamente ocupados, ao longo da linha férrea e no entorno das estações. Ainda não havia estação no Méier, apenas uma parada na cancela em frente à Chácara do Bastos, conhecida como Perna de Pau, por causa do canceleiro, que tinha apenas uma perna. Marco definitivo da expansão do Méier, a estação só foi criada em terrenos doados pelos filhos do camarista, que morreu em 1882. A partir daí, as terras foram loteadas e as ruas pantanosas foram sendo saneadas. Os bairros surgiam agora com uma feição mais urbana: Lins, Engenho Novo, Engenho de Dentro e Piedade, entre outros. Os nomes muitas vezes eram homenagens a importantes proprietários de chácaras na Região. A Linha Auxiliar (E. F. Rio Douro) incrementou a ocupação em outro sentido e de forma mais irregular, permitindo o aparecimento dos atuais bairros do Cachambi, Maria da Graça e Del Castilho, os dois últimos integrados atualmente à vizinha Região Leopoldina”, frisa a AMME.

Imperator

Foi nos anos 1950 que o bairro passou a ter grandes proporções. Em 1954, o Méier ganhou o Imperator, na ocasião, a maior sala de cinema da América Latina, com 2.400 lugares. Em seguida, foi a vez do Shopping do Méier se instalar no bairro – o primeiro do gênero a ser inaugurado no Brasil.

Shopping do Méier

“É o Méier o orgulho dos subúrbios e dos suburbanos”, escreveu Lima Barreto em “Feiras e Mafuás”. Outro grande nome da nossa literatura ligado ao bairro é Millôr Fernandes, que nasceu por lá. Mais um motivo para ter uma história tão completa.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Realmente, me emocionou. Nos meus tempos de serviço militar, estudei no colégio República do Perú. Também, mais tarde, já trabalhando na Indústria Farmacêutica, eu visitava os médicos do Hospital Salgado Filho. Caminho obrigatório para ir ao Bairro da Água Santo. Hoje moro em Buenos Aires e a matéria despertou saudades. Parabéns ao autor.

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