Por André Delacerda
Ontem fui assistir um filme. Na verdade nem ia, mas um grande amigo acabou me convencendo, e acabamos chegando a um denominador comum, e o cinema escolhido foi o tradicional Roxy em Copacabana.
Por ser um cinema de rua, isso pesou bastante na minha ida. Mas vocês podem falar, hoje em dia as salas de cinema são praticamente todas iguais! E os complexos dos shoppings cariocas são ultra modernos.
Certamente, eu confirmo. Elas se profissionalizaram, se uniram à grandes grupos, se modernizaram, trazendo um novo formato que ganhou o gosto do carioca do norte, sul, do oeste e do subúrbio.
A cidade tem conjunto de salas que vão das direcionadas a filmes comerciais, que encontram nos shoppings o seu espaço, a juventude carioca adora. E as de filme de arte que tem no bairro de Botafogo a sua meca.
Hoje no Rio pode-se encontrar complexos com 12 salas ou mais. E ainda com a comodidade da proximidade com as praças de alimentação, o que permite ao expectador passar antes em uma lanchonete ou restaurante e fazer um lanche, ou até mesmo esticar o papo com os amigos depois de assistir um bom filme.
Com o passar das décadas muitas salas de cinema tradicionais na cidade deram lugar a templos religiosos, lojas. Coisas lamentáveis do ponto de vista da proximidade da sétima arte com o grande público carioca, que viu diminuída a opção de ter uma sala perto de casa. Outros viraram complexos de arte. Um ponto a favor.
Isso tudo sem esquecer do advento do dvd e a pirataria que ganhou espaço, no gosto e bolso da população. Hoje se pode encontrar um grande lançamento do cinema mundial no Camelódromo da Uruguaiana com facilidade.
Mas será que isso tudo tirou o charme do velho e bom cinema?
O Carioca diz que não, ontem o Roxy estava lotado, idosos em bom número. Pois Copacabana é o bairro mais idoso do Rio, quiçá do Brasil. Mas muitos jovens, casais de namorados, e amigos que ainda se encantam com o chamado cinema de bairro.
O velho Roxy está moderno, conservou traços clássicos, mas a sala antiga, deu lugar a novas e modernas salas, tanto nas poltronas, quanto na projeção.
Vale lembrar que no Centro do Rio alguns cinemas ainda resistem, e na Zona Sul da cidade, salas do circuito de filmes comerciais, só devem ter restado duas, ou três, que eu me lembre, São Luiz no Largo do Machado, o Roxy em Copacabana, e o cinema do Leblon, na Ataulfo de Paiva, ambas administradas pelo grupo Severiano Ribeiro, que completa 90 anos.
Para terminar o post, recomendo ao público carioca o filme, o “Curioso Caso de Benjamin Button”, a história é muito boa, tem uma fotografia excepcional, é um drama, com um inteligente encaminhamento de humor, que dar um toque especial ao filme, que certamente ganhará muitos prêmios. É também uma reflexão, e se nós começássemos a vida de trás para frente?
Boa sessão a todos.
Foto: Choosing a movie por Sergio Medeiros
Clicks cariocas por Edson Soares