Bandido bom é bandido Morto: um tiro que sai pela Culatra.

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No passado o Rio de Janeiro já praticou a recompensa à policiais que, como descreveria um deputado estadual atual, “ceifaram da sociedade bandidos”. O pagamento por mérito ficou conhecido como “gratificação faroeste” durante governo de Marcelo Alencar, na década de 90, e todos devem lembrar que há 20 anos atrás o Rio de Janeiro era um Oásis de Paz. Uma verdadeira Dinamarca tropical. Só que não…

O efeito da política que incentivava policiais a matarem mais foi (in)surpreendentemente um aumento da violência urbana na década de 90 e nas que se seguiram. Um sintoma disso, o armamento utilizado ficou cada vez mais pesado (seja do lado dos traficantes, seja do lado da polícia). A ideia de que o uso de mais força letal vai “vencer” o “inimigo” ignora o fato que não estamos em uma guerra ideológica contra soldados “do mal”. Os traficantes que estão ai armados com fuzil, e que arrendam suas armas para outras práticas criminosas, são elementos de uma atividade econômica extremamente lucrativa (mesmo que ilegal).

Em uma realidade socioeconômica em que muitos dos jovens que moram em uma favela não tem qualquer perspectiva de curto, médio ou longo prazo de desenvolvimento social e econômico, e um sistema educacional que está caindo aos pedaços, não é surpreendente que haja vasta mão de obra disposta a aceitar entrar na indústria das drogas. Matar 13 deles em uma operação policial (agora investigada por possível abuso do uso da força policial) não vai ajudar em nada a segurança pública Carioca. Pelo contrário.

Pior, exaltar uma operação policial que levou a morte de 13 pessoas, é mandar um claro sinal a todos que estão do outro lado. A polícia não entrará na favela para prender. Entrará na favela para matar. Para o Deputado Estadual que fez graça de um Vereadora executada a sangue frio isso deve soar como música. Ele não deve sentir muito a realidade das favelas Cariocas. Para as pessoas que ali moram, ou que moram ali por perto, a realidade é outra. O aumento do nível de violência de um lado vem, historicamente, sempre seguido do aumento de violência do outro lado. Foi assim no passado e não há nada que indique que será diferente agora. Passamos de revolver para pistola, carabinas e fuzil. Do fusquinha para o Caveirão e depois para Blindados do Exército. De binoculo para helicópteros e depois par aeronaves blindadas utilizadas na guerra do Vietnam. Algum desses upgrades “bélicos” trouxe melhora na segurança pública? Estamos hoje com Blindado, Fuzil de Guerra e Aeronave Militar mais seguros que há 20 anos atrás?

No meio desse fogo cruzado irão morrer muitos traficantes. Assim como irão morrer muitos inocentes e irão morrer muitos policiais. Ao final do processo teremos ainda mais violência, ainda mais armas de guerra e ainda mais predisposição de matar a qualquer custo para não morrer, independentemente de estar vestindo uma farda dentro de um blindado ou calçando chinelo em um beco. Essa é a realidade que a “nova” velha política de guerra do estado está impondo ao Rio de Janeiro para vencer um problema que é fundamentalmente econômico com uma solução puramente militar.

N.E.: Jan tem uma opinião diferente do editor-executivo do Diário do Rio, que defendeu a PM no caso do Morro do Fallet-Fogueteiro.

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1 COMENTÁRIO

  1. Muitos jovens entram pro crime porque não há punição rigorosa e não porque não tem oportunidades. Se pobreza fosse sinônimo de bandido , não teríamos playboys da zona sul no mundo do crime. Quem defende bandido é porque tem alguma ligação com eles.

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