Abertura da Bienal 2023 tem reverência ao Rio de Janeiro

Evento comemora 40 anos sendo realizado na cidade

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
Fotos e vídeos: Felipe Lucena

Entrou setembro e esta sexta-feira, 01/09, marcou o início da Bienal do Livro 2023. A estreia da edição de 40 anos, que aconteceu em um belo dia de sol, foi marcada, entre outras coisas, pelas referências e reverências ao Rio de Janeiro, cidade natal do evento.

Nesta sexta, a Prefeitura do Rio, através de decreto publicado no Diário Oficial, declarou a Bienal Internacional do Livro Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial. 

No painel Palavra Chave, autores que protagonizaram cenas inesquecíveis nos pavilhões do Rio Centro dividiram com o público as suas histórias favoritas de Bienal. Entre eles estava Ruy Castro, um mineiro de nascimento que muito escreve sobre o Rio de Janeiro.

Um dos seus mais recentes livros, Metrópole à beira-mar retrata o Rio de Janeiro dos anos 1920. Além de Castro, estavam nesta mesa as cariocas Thalita Rebouças, Ana Maria Machado e Clara Alves, além do super homenageado Mauricio de Sousa. Mauricio foi bastante aplaudido pelo público de todas as faixas etárias e muitos chapéus fazendo referência à sua grande obra: Turma da Mônica.

Advertisement

Os autores lembraram de situações que marcaram suas carreiras literárias vividas na Bienal. Ruy Castro comentou os debates dos quais participou, muitos deles sobre o Rio de Janeiro. Thalita recordou quando ainda era uma autora desconhecida e com a cara e a coragem chamou leitores para ler sua obra.

Ela contou que certa vez ficou esperando alguém chegar e pedir para comprar um livro dela ainda desconhecido. A única pessoa que parou para falar com ela foi uma moça pedindo informação de onde era o banheiro. Foi aí que Thalita subiu num banco e gritou que era escritora para chamar a atenção de todos. Deu certo. Formou. A atitude, inclusive, inspirou Clara Alves a entrar de vez no ramo literário.

WhatsApp Image 2023 09 01 at 21.10.29 Abertura da Bienal 2023 tem reverência ao Rio de Janeiro

No Café Literário, o historiador, escritor e professor Luiz Antonio Simas recebeu os escritores Alberto Musssa, Bruna Beer e Marcelo Moutinho. Em um papo bem leve, como uma conversa de bar, falaram sobre o Rio de Janeiro além do cartão postal. Todas as sextas de Bienal, Simas vai mediar debates com autores.

Bruna Beer, com sua poesia, trouxe o olhar de alguém que viveu em Duque de Caxias e a inspiração que essa vivência trouxe para seu texto.

Marcelo Moutinho, cria de Madureira, também comentou o texto literário que retrata o Rio de Janeiro que muitas vezes não recebe holofotes líricos. Em suas crônicas e contos, o autor fala sobre o subúrbio carioca com o olhar que o local deve ter: um lugar onde vivem pessoas e histórias. Tudo isso distante dos óculos de uma produção literária “zonasulcentrista“.

Falando em óculos, Simas revelou que os seus quebraram e precisou recorrer a um camelô para conseguir as lentes que seriam úteis para ler as perguntas do público durante o Café Literário. Para testar os novos visores, o autor, muito identificado com a escrita sobre Carnaval, religiões de matrizes africanas e cultura popular, teve que ler a Bíblia do vendedor ambulante. Funcionou.

Em outra história divertida, o autor contou que quando era garoto costumava passar as festas de fim de ano na casa dos avós, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. Ele, os primos e os irmãos insistiram para passar uma virada em Copacabana. Foi então que o avô disse que levaria a molecada para tal passeio. Para um mergulho. No dia de Réveillon, o coroa chegou com uma piscina de plástico que levava o famoso nome da praia. Todos mergulharam nela e teve até gente que jogou flores para Iemanjá, segundo o próprio Simas.

Alberto Mussa, nascido no Grajaú e criado no Andaraí, cometeu a frase que talvez resuma essa matéria: “Minha nacionalidade é o Rio de Janeiro”.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Abertura da Bienal 2023 tem reverência ao Rio de Janeiro
Advertisement
lapa dos mercadores 2024 Abertura da Bienal 2023 tem reverência ao Rio de Janeiro
Advertisement

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui