Quem passa pela Tijuca não faz ideia de como era no passado. Repleta de chácaras, rios, canaviais, a Tijuca era um “respiro” para o Centro agitado. No alto verão, os nobres se encaminhavam para nas suas chácaras se refrescar, casais passavam sua lua de mel etc.
No século XVIII, um largo na Tijuca foi palco e testemunha de um acontecimento que marcou sua história e seu nome. Acontecimento que foi esquecido e nem os mais antigos o recordam. Seu nome, atualmente, é falado de forma vazia, sem a real noção de seu significado e sua memória. E hoje contaremos a história esquecida do Largo da Segunda-feira.
No ano de 1762, Manuel Luis Vieira adquiriu as terras dos Jesuítas, próximas a Igreja de São Francisco Xavier, que na época era uma singela capelinha.
No bairro havia chácaras, rios, fazendas e pouco movimento, sendo, principalmente, um bairro de passagem para as regiões mais nobres como o Centro.
Na propriedade recém adquirida por Manuel Luís Vieira, exatamente no ponto de encontro das ruas Haddock Lobo, São Francisco Xavier e Conde de Bonfim ocorreu um homicídio brutal que nunca mais foi esquecido.
Neste largo havia o leito do Rio Trapicheiros e, por isto, há muitos anos, foi construída uma ponte improvisada de madeira que em 1762 já estava em situação precária. A propriedade era cercada, mas muitas pessoas utilizavam esse caminho como travessia.
Assim, misteriosamente, na madrugada de uma segunda comum, neste mesmo ano, um homem apareceu assassinado perto desta ponte.
Teria sido um crime de vingança? Uma briga de bar? Assassinato encomendado? Nada sabemos. Não há informações sobre o homem assassinado, quem cometeu esse crime bárbaro, o que motivou e muito menos a arma utilizada. Ali mesmo foi enterrado e uma cruz de madeira foi erguida no local resistindo a ação do tempo até o ano de 1880.
Segundo relatos da época, essa região era tranquila (muito diferente do que é agora, né?) e esse acontecimento chocou a sociedade.
As pessoas, após esse crime chocante, começaram a se referir ao local como “o largo onde um homem foi assassinado na segunda-feira”. E, aos poucos, este foi se tornando o nome da região.
Com o passar do tempo e como o carioca tem o costume de economizar frases e suprimir palavras, começaram a chamar apenas de “Largo da Segunda Feira”.
No ano de 2022, em homenagem ao grande ícone da música popular brasileira pela sua origem tijucana, o local teve uma adição no seu nome passando a ser chamado “Largo da Segunda-Feira Erasmo Carlos”. Nada contra essa homenagem, mas ficou sem sentido com a origem histórica do nome do lugar.
Você conhece alguma rua do Rio que tem um nome inusitado como este? Comente abaixo.
Esquisitíssimo. Seria melhor prestar essa homenagem de outra forma.
Obrigado pelo relato, pela matéria. O Diário do Rio sempre me surpreende com histórias da cidade. Eu as adoro. Realmente Largo da Segunda-feira Erasmo Carlos é de uma estupidez atroz.