Agradeço a Confiança dos Colegas, Mas Meu Perfil é de Assessor, Não de Candidato

Antônio Sá dá os motivos pelos quais não tem interesse em ser candidato a um cargo eletivo

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Foto: Divulgação/TSE

Recentemente, tenho recebido mensagens de colegas sugerindo que eu me candidate a um cargo eletivo, especialmente devido ao apoio e esclarecimento que tenho oferecido em grupos e listas de mensagens sobre os planos e ações recentes da Prefeitura. Entre eles, o chamado “pacote de maldades” que o prefeito Eduardo “Mãos de Tesoura” Paes pretende implementar contra os servidores, com mudanças que afetam diretamente nossa categoria. Bem como no que se refere aos cortes que a Prefeitura promoveu devido à decisão judicial que declarou a inconstitucionalidade da Lei Complementar nº 212, de 2019.

Embora eu não tenha sido afetado por esses cortes, pois minha incorporação é antiga, tenho procurado compartilhar informações e orientar os colegas sobre o que está acontecendo e o que pode ser feito. Esses esforços geraram mensagens de incentivo à candidatura, mas quero esclarecer definitiva e publicamente minha posição sobre o assunto e explicar por que, apesar da honra que sinto com essa proposta, não tenho nenhum interesse nessa candidatura.

Aqui estão algumas das mensagens que recebi:

“@Antonio Sá, Pra deputado federal ou senador em defesa dos servidores públicos. Volto a afirmar, temos que nos unir pra elegermos o maior número possível de SERVIDORES PÚBLICOS como parlamentares, vereadores, deputados estaduais federais e senadores, Prefeitos, Governadores e quem sabe Presidente da República. Juntos seremos mais fortes.”

“Vendo o quanto você está nos ajudando… sugiro que se candidate. Pense nisso, daqui a 2 anos é para deputado estadual… Trabalho na sua candidatura com o maior carinho. Você já tem 8.000 famílias votando em você.”

“@Antonio Sá deveria ser nosso vereador, representante dos servidores na CMRJ!!!”

“Aí Antonio ja ganhou… pessoal fazendo campanha p vc…”

Já respondi sobre essa proposta em grupos e mensagens diretas, mas essas respostas devem ter se perdido em meio a tantas interações, pois volta e meia surgem mensagens de colegas com a mesma sugestão. Por isso, resolvi escrever este artigo para esclarecer definitiva e publicamente minha posição.

Abaixo estão os motivos pelos quais não tenho interesse nessa proposta de candidatura:

1.     Meu Perfil é Técnico e de Assessor, Não de Parlamentar

Minha trajetória no serviço público foi pautada pelo perfil técnico, voltado ao assessoramento e suporte estratégico. Ao longo da minha carreira, assessorei tecnicamente os líderes do governo na Câmara de Vereadores durante as votações, ajudando-os a navegar pelas complexidades das propostas e garantindo que as decisões fossem tomadas com embasamento. Além disso, eu trabalhava para corrigir falhas nos documentos a serem assinados pelo senhor Prefeito e encaminhados à Câmara.

Quando estava na ativa, trabalhava em média 12 horas por dia para garantir que cada decisão e documento estivesse em plena conformidade. Sei das minhas capacidades e não dou um passo maior que minhas pernas; meu papel sempre foi o de apoiar, e não de figurar como representante político. Inclusive, não sou filiado a nenhum partido político e tenho bom trânsito com todos os políticos de todas as correntes ideológicas, pois aprendi a conviver com eles no meu trabalho de assessoria aos senhores prefeitos junto à Câmara. Reconhecia que cada parlamentar representa parte dos eleitores da cidade do Rio de Janeiro, que, em última instância, eram os meus verdadeiros patrões.

2.     Prioridade ao Convívio Familiar e a Novas Experiências Culturais

Foram mais de 40 anos de serviço público, dos quais 26 anos dedicados diretamente ao assessoramento de prefeitos junto à Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Durante esse período, muitas vezes precisei me ausentar do convívio com minha família para me dedicar ao trabalho. Agora, aposentado, quero aproveitar o tempo para estar mais próximo de quem sempre me apoiou e poder viajar com minha família, conhecer novas culturas e novos países.

3.     Convites para Retornar à Atividade e Sugestões de Candidatura

Após minha aposentadoria, recebi convites para retornar à atividade, tanto na Câmara quanto na Prefeitura e até na iniciativa privada, inclusive com sugestões de meio expediente. Também recebi sugestões para ser candidato, mas sempre neguei. Minha característica de me dedicar integralmente ao trabalho não me permite voltar à ativa, pois isso me faria novamente colocar minha família em segundo plano. Quando assumo uma função, me entrego por completo, e não sou alguém que, ao ver as coisas se complicarem, simplesmente diz: “Desculpa, deu minha hora, vou embora, virem-se.” Esse não é meu perfil; minha entrega total ao trabalho foi e sempre será meu padrão.

4.     Escolha de uma Vida Nova e Completa Após a Aposentadoria

Ao me aposentar, tive uma queda de 50% na remuneração, algo que poderia recuperar se voltasse à ativa. Mas entendo que há coisas que não têm preço, e uma delas é o convívio familiar. Quero aproveitar essa fase da minha vida enquanto posso, antes que seja tarde demais. Sei que esses momentos são insubstituíveis, e que nossa vida é uma só.

5.     A Lição de que Ninguém é Indispensável

Vi muitos amigos que se dedicaram intensamente ao trabalho e que, infelizmente, não tiveram a chance de aproveitar a vida fora dele, sacrificando momentos que não voltam. Costumo dizer que o cemitério está cheio de pessoas indispensáveis, mas a vida, seja no mundo ou na Prefeitura, continua. Esses sacrifícios me ensinaram que o tempo com a família e a qualidade de vida são valores preciosos, e quero ter a chance de desfrutar disso enquanto posso.

6.     Incentivo às Novas Gerações

Com minha longa trajetória de serviço público, já dei minha contribuição para uma administração pública mais eficiente e justa. Agora, incentivo aqueles que são mais jovens, que tenham perfil e desejo de se candidatar, a assumirem essa responsabilidade. Que novas gerações com energia e ideias inovadoras ocupem esses espaços, trazendo vigor para enfrentar os desafios do nosso tempo.

7.     Contribuição por Meio de Conhecimento e Experiência

Entendo que meus conhecimentos e experiências não pertencem a mim, mas sim a todos os cidadãos, dentre estes, os colegas, a quem continuo atendendo e esclarecendo dúvidas. Meus conhecimentos e experiências foram adquiridos quando eu era remunerado de forma indireta, pelo trabalho e suor dos cidadãos, monetizados através de impostos. Sinto que compartilhá-los é minha forma de retribuição e até mesmo minha obrigação enquanto funcionário público, mesmo aposentado. Atender às demandas dos colegas também me obriga a me aperfeiçoar, pois, como sou um leitor e um curioso contumaz, procuro pesquisar sempre para fundamentar minhas respostas.

Agradeço profundamente a todos que manifestaram apoio à ideia de uma candidatura, mas espero que compreendam minha escolha de seguir contribuindo como formiguinha com o que sei, sem assumir uma posição no Legislativo ou em outro local.

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