Houve um tempo que a piada pronta era dizer que a melhor saída para o Brasil era o Galeão. Isso numa visão pessimista de que o país não tinha futuro, nem projeto e que a única alternativa era abandonar o Brasil. Assim fizeram muitos que migraram para Portugal, EUA, Austrália ou outras nações, buscando nova pátria para construírem suas vidas. Mas dizem também, que esse povo tupiniquim é teimoso e não desiste nunca. De fato, vemos que pode existir um Brasil viável, capaz de abrigar a todos, com trabalho digno, renda e principalmente paz, esse bem tão precioso neste momento e que sempre foi um dos tesouros desta terra.
Neste mês de fevereiro, a Concessionária RIO Galeão, que operava desde 2013 a concessão do aeroporto Tom Jobim, oficiou ao governo, seu pedido de devolução do contrato de operação do aeroporto que tinha prazo até 2039. O grupo Changi, que em 2013 liderou o consórcio vencedor da licitação para concessão do aeroporto, que foi leiloado por 19 bilhões de reais. Trata-se de um grupo experiente no setor, que administra quase 40 aeroportos em 19 países, entre os quais o de Cingapura, um dos melhores do mundo e com fluxo médio anual de mais de 50 milhões de pessoas. O nosso Galeão, tinha fluxo anual médio de 15 milhões de passageiros até 2019, sendo que após a pandemia esse média caiu para em torno de 4 milhões, sendo que os efeitos negativos da pandemia e o baixo desempenho econômico do país nos últimos anos, estão entre as alegações para devolução.
Valem algumas observações importantes, para entendermos qual a melhor solução em termos de benefícios para sociedade e estado.
Primeiro temos a vocação do turismo. Nenhum outro local do país, reúne atrativos naturais, históricos agregados com centro urbano, serviços e ainda considerada uma capital mundial. A cidade do Rio é abençoada por Deus e bonita por natureza, como dizia a canção do Jorge Benjor, tem tantas possibilidades que seus moradores e dirigentes acabam por se acomodar diante de tanta fartura em potencialidades. Mas é preciso zelar pela qualidade do que temos e investir para que estas potencialidades deixem de ser reservas teóricas e se tornem efetivamente fontes de renda e desenvolvimento.
O setor de turismo requer não apenas aeroportos modernos, como serviços de excelência e com nível internacional. Portanto, tão importante quanto a modernização tecnológica, a segurança das pistas e o treinamento da equipe de operação; está a interface com o usuário que deve ser gentil, amigável. O ambiente deve ser limpo e higiênico e dispor de um bom fluxo de circulação e comunicação visual. Nestes quesitos o Galeão é muito bem avaliado e é fundamental que continue assim. Portanto o primeiro quesito para o novo operador é manter a baliza de serviços elevada.
Um segundo aspecto é da integração dos serviços de logística. Parece bastante acertada a proposta de um leilão conjunto dos aeroportos Santos Dumont e Galeão, segundo informado pelo Ministério da Infraestrutura. Desse modo deve haver uma otimização das equipes, unificação dos serviços considerando o padrão de atendimento e a viabilização das operações evitando uma concorrência do tipo canibalismo que poderia ser prejudicial ao negócio. Se por um lado existem críticas ao modelo de monopólio com um só operador administrando as duas concessões, por outro vale lembrar que no passado recente só havia um operador para todo país que era a Infraero. E o monopólio pode ser minimizado com controle de tarifas e exigência de padrão mínimo de serviços. Por outro lado, o ganho de escala e adequação da operação conjunta é o que permitirá a operação sustentável das duas unidades.
É importante oferecer alternativas de transporte de massa aos aeroportos, seja na ligação entre os dois terminais, como na integração ao sistema de Metrô. A linha do BRT que atende ao Galeão não é um vetor de transporte para o carioca, gastando quase duas horas até o terminal Alvorada, na Barra. Para os moradores das outras regiões, restam os ônibus e taxis que ficam dependentes do trânsito e cujo tempo de deslocamento passa a ser uma incerteza. Entendemos que o custo de uma alternativa de ramal de metrô é muito alto, mas é algo que precisa ser planejada, considerando o ganho para outras regiões como a Ilha do Governador, Fundão, Olaria e São Cristóvão. Apenas como exercício de imaginação, uma linha do Galeão até a Estação Leopoldina que se unisse à Estação Cidade Nova. Dali e que ramificasse para rodoviária, Santos Dumont e que pudesse no futuro ser ligada a outro ramal para zona sul. Não importa a solução, é preciso que a ligação entre os aeroportos ocorra de forma orgânica, e que esteja alocada nos editais, seja como obrigação do estado ou do setor privado. Inclusive quebrando a maior barreira ao público que é a locomoção.
O setor aero foi um dos mais afetados pelo Covid, e talvez venha a ser um dos que vão ser sofrer maior impacto a partir dela. Ocorre que com o desenvolvimento das comunicações, reuniões virtuais e adoção das soluções remotas para negócios, congressos e conferências vão reduzir a necessidade de locomoção de pessoas. É um desafio para uma reinvenção do setor que é estratégico e fundamental para o desenvolvimento de qualquer país. De imediato temos o caminho do turismo já apontado e o transporte de cargas. Nesse sentido, além da integração urbana com outros aeroportos e metrô que é fundamental para turismo e trazer consumidores ao aeroporto, temos a necessidade de interligação com outros modais de carga.
O potencial do transporte aéreo para cargas rápidas e inteligentes parece ser um dos caminhos futuros da reformulação do setor. Grandes empresas de venda por plataformas digitais, tal como Amazon, Mercado Livre e Americanas.com, para citar apenas três, estão em um acirrado mercado que inclui agilidade na entrega e confiança no marketplace. É um mercado que cresce mundialmente integrando empresas e consumidores e que demandam grande automação e customização de pedidos.
E para isso o transporte aéreo precisa ser integrado à estrutura de galpões, docas, sistemas ágeis de centro de distribuição agregados com módulos de transporte leve. É uma grande oportunidade para empresas do setor imobiliário e de serviços no crescimento dessa demanda e que pode se tornar uma fonte de faturamento considerável e que viabilize setor de aeroportos.
O momento é oportuno para gestores públicos estruturem a operação dos aeroportos, buscando a sinergia entre voos domésticos, internacionais e o transporte de cargas. E priorizando benefícios para o Estado do Rio e especialmente ao município com a integração do transporte público, valorização dos espaços de convivência e atração de novos investimentos, inclusive daqueles necessários para a adequação técnica das pistas, considerando as aeronaves modernas e a segurança.
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.
Shopping nao adianta. Precisa ser convertido a zona ZEEde exportacao igual a china. Temos uma estacao ferroviaria para ligar trem . É so fazer uma ligacao pela avenida lobo junior. Calado para navio porta container em tubiacanga. Todos os modais em um só ponto. Perfeito para fazer uma ZEE .
Tinha que se transformar em uma zona de exportacao igual as zee’s da china. Por trem temos em menos a estacao da penhacircular Pra ligar o aeroporro. Por navio e fazer um calado em tubiacanga para atracar de porta container… por estrada temos de via dutra e washington luiz. É so duplicar a pista maior e a outra pista fazer fabrica destinada a ezportacao. Pronto cria se o complexo destinado a exportacao …. e quem saiba a avenida 20 de janeirp se torne uma abelaedo bueno
Observacao : a wstacao de trem esta a menos de 1500 metros do terminal de carga do aeroporto e tubiacanga tem como fazer calado para navio ports container e ligando todos estes modais ao aeroporto o custo da obra nao seria tao alto.
O aeroporto do Galeão precisa se tornar um grande complexo, um misto de shopping, hotel, local de convenções e todo entretenimento possível; e a Avenida 20 de Janeiro precisa se tornar uma Abelardo Bueno com ocupação de prédios baixos comerciais principalmente para empresas do setor, e melhorai de infraestrutura de transporte. O BRT levem até o Centro da Ilha do Governador, especificamente naqueles pontos comerciais na República Árabe da Síria, construindo ali um misto de terminal e lojas com linhas de ônibus alimentadoras para servir toda a Ilha.
Essas intervenções dependem de politicas urbanas que são demandas da prefeitura e da camara dos vereadores para alteração do zoneamento. Suas ideias são válidas.