Os critérios para prioridade de vacinação contra a covid-19 foram discutidos, nesta segunda-feira (07/06), em audiência pública virtual da Comissão de Saúde, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Durante a reunião, a presidente da Comissão, deputada Martha Rocha (PDT), afirmou que há, em tramitação na Casa, 21 projetos de lei que tratam sobre as prioridades na imunização.
O Secretário de estado de Saúde, Alexandre Chieppe explicou que algumas questões ainda precisam ser definidas no que se refere ao processo de vacinação.
“Nós buscamos um calendário único, em que os 92 municípios do estado do Rio possam realizar a vacinação de forma relativamente simultânea. Desde o começo, decidimos que iríamos seguir o acordado pela Comissão Intergestora Tripartite, que são as prioridades elencadas em nível nacional. Por isso, não podemos abrir margens para que grupos que não são prioritários do ponto de vista epidemiológico sejam incluídos na frente de outros grupos com maior risco de adoecimento ou agravamento”, ponderou o secretário.
Martha Rocha procurou saber também do secretário sobre a previsão de vacinação no próximo mês:
“Nessa linha que já foi firmada no calendário único no Estado do Rio de Janeiro, o senhor deixou claro que até outubro os maiores de 18 anos estarão vacinados. Sei das dificuldades que a secretaria tem por causa da chegada das vacinas, da aplicação e da comunicação com o Ministério da Saúde, mas no final de julho estaremos em que momento da idade na vacinação?”, indagou a deputada.
Segundo Chieppe, está previsto no calendário único de vacinação que toda a população maior de 18 anos receba a primeira dose até outubro, e a segunda dose seria aplicada três meses depois. Pelo acordado, neste mês serão imunizadas todas as pessoas com comorbidades, com doenças crônicas, pessoas com deficiência permanente, gestantes e puérperas com comorbidades, população em situação de rua, funcionários do sistema de privação de liberdade, pessoas privadas de liberdade, trabalhadores da educação superior e do ensino básico.
A coordenadora da Saúde e Tutela Coletiva da Defensoria Pública, Thaísa Guerreiro, afirmou que as escolhas dos grupos prioritários precisam ser baseadas nos critérios técnicos e científicos.
“Precisamos respeitar esses critérios. Nessa correria para imunizar toda a população o mais rápido possível, o município está deixando os grupos vulneráveis desamparados. Apenas 4% das pessoas com deficiência foram imunizadas, e aqueles que têm dificuldade de acesso a serviços de saúde precisam de demandas estratégicas. É necessário estabelecer uma busca ativa, repescagem, vacinação nos locais que essas pessoas se encontram”, disse Thaísa.
O deputado Rubens Bomtempo (PSB) pontuou a necessidade de incluir os profissionais que trabalham em farmácias no grupo prioritário de vacinação. Além disso, perguntou sobre a questão das novas cepas da doença e das recomendações da SES para barrar a disseminação do vírus no Brasil.
“A secretaria deveria avaliar a necessidade de incluir esses profissionais, pois as farmácias estão abertas 24 horas para atender a essa demanda. São pessoas que saem, que têm que circular, e que têm contato com pessoas ou seus parentes infectados. Além disso, gostaria de saber quais providências serão tomadas em relação a barreiras sanitárias contra novas variantes do vírus”, destacou o parlamentar.
Em resposta, Chieppe reforçou que a SES está impossibilitada de incorporar essas pessoas no grupo prioritário de forma imediata. Em relação ao monitoramento das cepas, o secretário afirmou que há uma preocupação muito grande com o risco do surgimento de uma nova onda, principalmente com a cepa indiana, que possui uma capacidade de disseminação 40% maior do que o vírus original. De acordo com ele, as vacinas são eficazes contra as novas variantes e a SES instalou equipes nos aeroportos para realizar a testagem das pessoas.
Também participaram da reunião a deputada Enfermeira Rejane (PCdoB) e o deputado Waldeck Carneiro (PT).