A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) enviou, na última segunda-feira (08/11), um documento à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) solicitando que o Aeroporto Santos Dumont (SDU), localizado na região central da capital fluminense, seja repassado ao Governo do Estado para que este realize o processo de concessão do terminal.
Desta forma, o SDU terá tratamento equivalente ao adotado em relação ao Aeroporto de Pampulha, em Minas Gerais. A iniciativa pretende evitar o esvaziamento do Aeroporto Internacional Tom Jobim (RIOgaleão), que poderá perder voos se houver concorrência entre os 2 principais terminais do Rio de Janeiro, especialmente em relação aos destinos internacionais.
”Não somos contra a concessão do Santos Dumont. Agora, não podemos quebrar nosso aeroporto internacional e não ter o nosso hub. Precisamos usar o poder político do estado. Estão cometendo um crime ao transferir os voos do Galeão para aumentar a outorga no leilão do Santos Dumont. Não dá para viabilizar um aeroporto com uma pista de 1,3 mil metros quando temos pistas de 3,2 mil a 4 mil. Transferir voos para o Santos Dumont é quebrar o Galeão”, afirmou o presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT).
Vale lembrar que o Governo Federal deu aval para que o Poder Executivo de MG realizasse o leilão de Pampulha. A CCR, que também administra o aeroporto de Confins venceu a disputa. Desta forma, Pampulha ficou com os voos regionais e de pequeno porte, enquanto Confins seguiu com as operações internacionais.
O modelo de privatização proposto pelo Governo Federal prevê a transferência de voos internacionais do Galeão para o Santos Dumont. No entendimento de Ceciliano, a mudança gerará impacto negativo na economia do estado.
A proposta apresentada pela Alerj defende que o Santos Dumont abrigue voos da ponte aérea Rio-São Paulo, Rio-Brasília, aviação executiva e de conexões com aeroportos do país que estejam num raio de 500km a partir da cidade do Rio de Janeiro.
”Precisamos lembrar também que 90% das operações do Galeão são relativas a movimento de cargas, atividade com potencial de expansão. O terminal também tem uma grande atratividade de empresas fornecedoras de serviços e produtos, como as oficinas de manutenção das aeronaves. Com a redução do número de pousos, estas empresas vão migrar para outros estados. Além disso, a gente não tem um aeroporto como o Galeão, acaba inviabilizando o próprio setor de empresas de petróleo”, reforçou Ceciliano.
O documento enviado pela Alerj informa que, pelo modelo atual da concessão, o Santos Dumont ampliaria o trânsito de passageiros de 10,1 milhões em 2023 para 14,6 milhões em 2052, o que representa um aumento de quase 50%.
Esse, no entanto, é o mesmo patamar que o RIOgaleão apresentava antes da pandemia, que, em 2019, registrou movimento de 14 milhões de passageiros/ano, contra um movimento de 10 milhões no Santos Dumont.
É isso. A falta de desenvolvimento, atração de empresas, cargas, passageiros para o Rio de Janeiro não está no hoje RIOgaleão, o problema é mais sério. Incompetência dos gestores fluminenses que se arrasta há décadas. Ai, a Infraero tem e deve se livrar das administrações destes monstros, pois não tem dinheiro que dá para arrumar pistas, etc., então, levanta-se os salvadores da Pátria. Deviam cuidar de atrair investimentos para esta cidade, estado enfim.
O Governo Federal tem que viabilizar o fechamento da InfraZero. Para isto, precisa se desfazer de aeroportos deficitários. Ninguém é trouxa, ninguém irá pegá-los sem compensação. É pra isso que Santos Dumont e Congonhas estarão no certame: são o filé mignon do OSSO da InfraZero. Pra valorizá-los, não pode haver amarras nas rotas do aeroporto. Não há jeito. Sinto pela concessionária do GIG, mas se quiser, que faça um lance ao leilão!! A CCR fez um lance parecido para ganhar o aeroporto da pampulha, tendo já o aeroporto de confins.
Enfim, a decadência do RJ não é por questões de aeroporto não… Se fosse, seria muito simples resolver.
Parabéns, André Ceciliano.
GIG-SDU tem que funcionar como um sistema: de forma integrada como qualquer transporte público.