Alexandre Freitas: A pílula vermelha

Deputado Estadual fala sobre as ironias e incoerências do "Dia Nacional ao Contribuinte"

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Hoje, dia 25 de maio, é o dia mais irônico do ano. Comemora-se o folclórico “Dia Nacional de Respeito ao Contribuinte”, termo que denota cessão de recursos de forma voluntária: tudo o que NÃO acontece durante o pagamento de impostos. Você não é “contribuinte” coisa nenhuma, é mero pagador de tributos que sustenta toda a inchada, morosa e ineficiente estrutura do estado brasileiro.

Não é preciso ir muito longe para entender a piada que é o dia de hoje.

O “Dia Nacional de Respeito ao Contribuinte” foi instituído pela Lei 12.325/2010, que nasceu de um projeto de lei proposto pelo deputado Sandro Mabel, investigado duas vezes, por corrupção e fraude. A lei foi sancionada pelo ex-presidente Lula, que, por sua vez, foi alvo de mais de 20 ações e investigações de corrupção, sendo condenado a mais de 30 anos de prisão, até a suspeição do então juiz Sérgio Moro, declarada pelo STF. Vale destacar que o ex-presidiário não foi inocentado nas ações em que se tornou réu e foi preso. Teve seu julgamento suspenso ou as denúncias anuladas.

A ironia não fica restrita apenas ao autor e a quem sancionou o projeto, muitos congressistas  que votaram a favor do projeto estavam envolvidos no Mensalão, Petrolão e diversos outros esquemas de corrupção. Afinal de contas, que político seria contrário ao “Dia Nacional de Respeito ao Contribuinte”?

Toda hipocrisia é pouca. Os indivíduos citados anteriormente, que claramente não guardam nenhum respeito por você ou pelo seu dinheiro, têm a cara de pau de instituir uma data que zomba e tripudia de você e dos recursos subtraídos da sua propriedade.

O dia de hoje deveria servir para te lembrar o quão o estamento burocrático te faz de trouxa. Te lembrar que você trabalha em média 5 meses do ano só para pagar impostos e sustentar 60 dias de férias, licença-prêmio e salários acima do teto constitucional para a elite de funcionários públicos. Te lembrar que se na época de Tiradentes e da revolta do Quinto, o Estado poderia ser considerado seu sócio, nos dias de hoje ele é meeiro e muito pior do que um ex-cônjuge ressentido. A data comemorativa que representa bem essa ideia é o dia 02 de junho, conhecido como “Dia Livre de Impostos”, que busca conscientizar a população do quanto o cidadão é roubado via impostos anualmente.

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Ironicamente, esses políticos e servidores públicos do alto escalão acusam as empresas de explorarem o trabalhador – uma bobagem que já foi refutada há mais de 100 anos, pelo economista austríaco Eugen von Bohm-Bawerk – quando na verdade elas sofrem com o Estado o mesmo que as pessoas físicas. Do G-20, o Brasil é DE LONGE o país em que empresas mais são tributadas. E somado ao custo da carga tributária, temos ainda a complexidade que é o simples pagamento do tributo. Nosso país ocupa o topo da lista, precisando trabalhar 1.501 horas somente para cumprir suas obrigações fiscais, e em segundo lugar está a Argentina, com 312 horas de trabalho necessárias para cumprir suas obrigações fiscais, quase cinco vezes menos do que o Brasil.

Agora, adivinha quem se beneficia de todo esse dinheiro tirado do bolso da população, via imposto? Pois é, as mesmas pessoas que te obrigam a pagá-lo.

No dia de hoje, criado para tirar sarro da sua cara, lembre-se: imposto é roubo. E no Brasil ainda pode ser considerado estelionato, já que o Brasil também lidera a lista de países com o pior retorno dos valores arrecadados para serviços de qualidade que venham a gerar bem-estar à população, segundo o levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) que desenvolveu um índice chamado IRBES (Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade).

Se você concordou com tudo até aqui, você escolheu a pílula vermelha. Bem-vindo ao libertarianismo

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