Alexandre Freitas: MARCA – O Potencial Milionário do BOPE

Deputado Alexandre Freitas comenta o valor que a marca do BOPE tem, e que precisamos começar a explorar comercialmente o apelo e alcance de nossa elite policial

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Marca é uma representação simbólica de alguma coisa, algo que lhe permite identificá-la de forma imediata. Apesar de “marcas” serem muito utilizadas hoje em dia, o conceito é pré-histórico.

Segundo o psicólogo e historiador da ciência, Michael Shermer, o nosso cérebro tem a característica de buscar padrões entre eventos, algo que tem sido útil ao longo da evolução: é valioso, por exemplo, ser capaz de associar o céu fechado ao mau tempo, ou reconhecer pegadas deixadas por animais. Nos exemplos anteriores, o céu fechado e as pegadas são as representações simbólicas dos respectivos eventos, portanto, marcas.

Hoje em dia, ter uma marca é questão de sobrevivência em mercados extremamente competitivos. Profissionais de branding estão em alta e se paga caro na construção dessa assinatura. No Rio de Janeiro, existe uma marca forte, com grande potencial de monetização de sua imagem, mas que não explora essa receita: o Batalhão de Operações Especiais – BOPE da PM do Rio.  Afinal de contas, existe algum morador do estado do Rio (e até do Brasil) que não conheça o BOPE? A marca está tão fortalecida que já se estabeleceu até internacionalmente!

O BOPE, além de um núcleo tático especializado da Polícia Militar, é uma marca muito bem consolidada, que poderia ocupar espaços comerciais internacionais que outras forças militares especiais ocupam, como a SWAT e SEALS dos EUA, SAS do Reino Unido, GIGN da França, GSG-9 da Alemanha, o IDF de Israel, entre outras.

Diferentemente de todas as elites militares que citei no parágrafo anterior, se tirarmos da conta os filmes Tropa de Elite e Tropa de Elite 2, o BOPE não possui grandes aparições no mercado de entretenimento e essa é uma oportunidade de monetização que não podemos perder.

Um bom exemplo da possibilidade de arrecadação milionária é o mercado de jogos digitais. Em 2020, o setor movimentou cerca de 150 bilhões de dólares! Parte desses recursos são destinados às agências e forças militares que cedem sua marca para o uso em jogos digitais.

Há diversos títulos que negociam esses direitos de imagem, como o Call of Duty, Rainbow Six e o jogo que deu mais de R$ 77 milhões de reais em premiações de campeonatos em 2020: Counter-Strike (CS:GO). Esse último jogo explodiu no cenário mundial dos games no início dos anos 2000, na época em que Lan Houses eram febre por todo o mundo. Hoje em dia, o CS continua sendo um dos jogos mais jogados no mundo. Para quem não conhece, resumindo o Counter-Strike em poucas palavras: é a disputa entre dois times, um formado por terroristas e outro de contra-terroristas (policiais).

Quem frequentou lan house sabe: há um mapa em homenagem ao Rio de Janeiro, que se passa em uma comunidade, a famosa – e nostálgica – “cs_rio”. O inconveniente surge quando percebemos que os policiais usam os uniformes da SWAT, SAS e diversas outras forças militares de elite do mundo todo, menos do BOPE.

A desenvolvedora do CS:GO, Valve, lançou outro mapa na mesma temática, chamado “Favela”, e mais uma vez, a elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro não figura no rol de forças especiais do jogo bilionário, e dá espaço para os Navy Seals americanos roubarem a cena do combate aos narcoterroristas.

É óbvio que a monetização com copyrights não estaria restrita à multibilionária Indústria de games, mas diferente do Cinema, é um nicho ainda não explorado pelo BOPE e que, caso fossem negociados os copyrights, faria chover dinheiro para o Governo do Rio e, consequentemente, para a corporação.

Na Alerj, já fiz a minha parte ao protocolar uma Indicação Simples e uma Emenda que permitem que o governo do estado e seus órgãos possam realizar licitação para a gestão de suas marcas. Ainda há muito a ser feito, mas o primeiro passo foi dado.

Não podemos esquecer o valor que a marca do BOPE tem. Precisamos começar a explorar comercialmente o apelo e alcance que a elite policial mais famosa do Brasil tem.

Na indústria do entretenimento, a faca na caveira garante muito dinheiro na carteira.

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5 COMENTÁRIOS

  1. Excelente matéria, percebe-se pelos comentários parvos que o pessoal não entende que o governo pode arrecadar milhões com isso, é mais uma fonte de renda sem precisar achacar a classe média, esse povo tem que parar de viver em uma redoma e sair para realidade das ruas, a mentalidade sempre foi que o governo tem que dar dinheiro pra tudo, não é assim, o dinheiro do governo é o que foi tirado da classe média que paga impostos e sustenta essa orgia, não existe almoço grátis, então tem que faturar com idéias como essa, é mais um filão a ser explorado; outro exemplo: as universidades públicas tinham que promover leilões beneficentes para arrecadar dinheiro pras pesquisas e não ficar toda hora pedindo dinheiro ao governo com pires na mão. Outro filão são as armas de fogo, a constituição do estado proíbe que fábricas de armas e munição se instalem no RJ, o que é uma ABERRAÇÃO, já imaginaram quantos milhões de reais e dezenas de milhares de empregos são perdidos com isso????? Pessoal completamente sem noção; os jogos de azar a mesma coisa, tem que incentivar a volta dos cassinos, estamos perdendo BILHÕES !!!!!!!!

  2. Tem é que acabar com essas imagens vinculadas à violência que fazem os agentes, depois, reproduzirem.

    O deputado ruinzinho autor do artigo citou polícias norte-americanas… Procure nas européias se encontra na Inglaterra, França algo do tipo. E são bem mais eficientes que a nossa, que nada previne e tem solução de crimes menor que 10% e ainda bem próximo da prescrição…

  3. Esses emblemas e imagens que remetem à tortura, violência, raiva , ódio, sanguinário… tem parcela na produção de violência e morte pelas polícias, mas nenhuma eficiência.

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