O primeiro episódio da série “Codex 632” tem início na favela Tavares Bastos, no Rio de Janeiro. É onde o professor Martinho Toscano, um pesquisador, se vê em uma fuga desesperada, perseguido por alguém que está disposto a qualquer coisa para se apossar de sua pesquisa. No entanto, Toscano morre e deixa perplexo seu perseguidor, pois os documentos que ele carregava revelam-se em branco. A pesquisa que Toscano manteve tão cuidadosamente em segredo, até mesmo daqueles que o financiaram, permanece protegida. Essa morte abrupta e misteriosa abala profundamente Tomás Noronha, seu devoto discípulo, que, ao mesmo tempo, enfrenta as complexidades de um casamento fracassado com Constança e a delicada situação da saúde de sua filha Margarida, portadora de Trissomia 21.
Na noite da última quarta-feira (17), a convite da Globoplay, participei da coletiva de imprensa e da exibição especial do episódio inicial de “Codex 632”, a nova série da Globoplay em parceria com a RTP, um canal de televisão português. Esse evento teve lugar no Kinoplex Globoplay Leblon e contou com a presença do elenco principal, que inclui o ator português Paulo Pires, Deborah Secco, Betty Faria e Alexandre Borges.
Em princípio, a série parece ser uma excelente adaptação da obra original do jornalista português José Rodrigues dos Santos. O protagonista, o professor de História Tomás Noronha (interpretado por Paulo Pires), especializado em criptologia, promete fazer sucesso no mundo audiovisual. A estrutura se distancia do estilo tradicional brasileiro, apresentando uma abordagem portuguesa na direção dos atores e da trama, mérito do diretor Sérgio Graciano. Desde as primeiras cenas, fica evidente essa diferença na escolha de timing e ângulos.
Margarida
A morte repentina e misteriosa de Toscano abala Tomás Noronha, seu discípulo, que também enfrenta as complexidades de um casamento fracassado com Constança (Deborah Secco) e a delicada saúde de sua filha Margarida, que tem Trissomia 21. Um dos aspectos mais tocantes do episódio é exatamente a introdução de Margarida, que tem Síndrome de Down. Sua presença adiciona uma dimensão humana e emocional à trama, proporcionando momentos de ternura, honestidade e emoção.
Logo em seguida, surge uma aparente oportunidade para Tomás: a possibilidade de dar continuidade ao legado de seu mentor. Ele é contatado por Nelson Moliarti (Borges), da Fundação Américo Vespúcio, que deseja obter a pesquisa de Toscano e pagar caro por ela. Tomás, seduzido pela perspectiva de sucesso profissional e recompensas financeiras, aceita o desafio. Entretanto, sua decisão é abruptamente questionada quando ele é alvo de um ataque por um desconhecido, momentos antes de embarcar em sua viagem para o Brasil.
O episódio inaugural de “Codex 632” começa a estabelecer mistérios que instigam o público e dá uma ideia da complexidade da trama. Com elementos de suspense, intriga e dilemas pessoais, a série promete uma narrativa repleta de reviravoltas e questionamentos sobre história, lealdade e segredos bem guardados. Além disso, há a presença da viúva de Martinho Toscano, Luisa (Betty Faria).
A trilha sonora de Rodrigo Leão aumenta a tensão da série. Os próximos episódios levarão os espectadores a diferentes lugares do mundo, incluindo o Brasil, Nova Iorque e Israel. Na coletiva, basicamente, os atores brasileiros falaram sobre a felicidade de gravar em Portugal e o reconhecimento que recebem nas ruas. O ator Paulo Pires mencionou para mim que a série levanta reflexões, especialmente sobre o tema das notícias falsas.
No geral, o primeiro episódio de “Codex 632” foi uma grata surpresa. A série pretende explorar até que ponto a história que nos é ensinada pode ser distorcida ou alterada por interesses políticos e econômicos que estão além da nossa compreensão.
Afinal, “Codex 632” estreia na Globoplay em 19 de outubro.
