Andréa Nakane: Textos que se tornam lições efetivas

Coluna conta a história de Daniela Ferreira, professora que utiliza o textos da jornalista Andréa Nakane em suas aulas

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Daniela de Medeiros Tavares Ferreira, 51 anos, natural da cidade do Rio de Janeiro, mas atualmente divide seu tempo entre Maricá e Petrópolis, é licenciada em Geografia e Letras e exerce a profissão de professora, concretizando um antigo sonho, cultivado desde menina.

“Ainda pequena sonhava em ser professora, colocava minhas bonecas sentadas e dava aula para elas… havia um quadro na minha garagem e lá fantasiava minha sala. Minha inspiração maior era assistir aulas com meu pai, ele foi o principal responsável por me inspirar a abraçar esse lindo ofício.”, declara Daniela Medeiros.

E o início da sua trajetória na educação, pode até ser considerado tardio, pois Daniela Medeiros, precisou ficar integralmente dedicada ao filho, que teve uma infância bastante conturbada por doenças. E, somente, após o crescimento dele, ela pode priorizar sua carreira no magistério, já contabilizando 10 anos de experiência, a maior parte do tempo em colégios particulares.

Hoje, Daniela Medeiros integra, também, o quadro de funcionária pública do estado, desde 2018 e leciona as disciplinas de espanhol, português e geografia. Com a reformulação do que está sendo considerado o Novo Ensino Médio, ela também ficou responsável por algumas disciplinas eletivas, entre elas uma chamada de Projeto de Vida.

E é exatamente nessa matéria, que a coluna do Diário do Rio, ganhou projeção e tornou-se meio colaborativo para o desenvolvimento de suas aulas.

“Sempre uso os textos da coluna da Andréa Nakane. Fazemos a leitura juntos e depois os alunos tem que escrever suas considerações sobre a história lida. Eles amam as histórias de superação que são contadas. Teve um dia que eles simplesmente queriam vir ao Rio de Janeiro para comprar as cocadas da Bia. Nossas aulas com os textos da coluna ficam muito mais motivadas e reflexivas. Os estudantes percebem que não são só eles que tem problemas, todos tem, mas isso não os fazem desistir e assim, eles também se fortalecem para sair da zona de conforto e ir à luta.”, explica Daniela Medeiros.

Daniela Medeiros acredita que esse material real, possibilita a revelação de novos olhares, de identificações e nessa fase da vida, torna-se muito importante na sedimentação de valores e princípios que irão nortear todo o percurso dos jovens discentes. São crônicas de personagens que podem estar ao lado de cada um, e isso, desperta maior atratividade, pois enxerga-se como algo próximo, algo também factível de acontecer entre os aprendizes.

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Empenhada em trazer sempre novas metodologias ativas, nas quais os alunos não são meros depositórios de conteúdos, mas protagonistas, na construção de seus próprios saberes, Daniela Medeiros, não pretende parar e sempre que possível vai utilizar esse acervo do Diário do Rio, que já conta com mais de 100 textos, desde a estreia da coluna, em maio de 2020, em pleno lockdown imposto pelo Covid-19.

Período também muito desafiador para quem exercia a função de docente. Daniela Medeiros lembra que todos tiveram que aprender – em tempo recorde – a lidar com as plataformas tecnológicas disponíveis no mercado, demonstrando, mais uma vez, a garra e o altruísmo dos professores, em não se intimidar frente ao desconhecido e buscar dar continuidade ao processo educacional, na tentativa de manter minimamente a sanidade mental de todos os envolvidos, sobretudo as crianças e jovens, privados do convívio e liberdade social.

E um dos momentos mais marcantes, e tristes, da vivência da professora Daniela Medeiros, não foi diretamente com a pandemia, mas sim com a catástrofe que ocorreu na região serrana de Petrópolis, no primeiro trimestre de 2022.

“A perda da Maria Eduarda, minha aluna do terceiro ano do ensino médio, comigo desde o primeiro ano, foi algo dilacerante. Ela era a estudante que todo professor gostaria de ter: participativa, crítica, inteligente e linda. A gente conversava muito por whatsapp e no dia do seu desaparecimento, comecei a ligar, a enviar mensagem e nenhum retorno obtive. Infelizmente, no dia seguinte, seu corpo foi encontrado sem vida. Fiquei um mês muito mal. Alunos para mim são como filhos e tem alguns que se destacam ainda mais… como a Duda. Retornar sem ela foi muito difícil.” confessa com pesar Daniela Medeiros.

Não há como não perceber e se emocionar com a entrega de Daniela Medeiros, aqui representando tantos professores, que mantém seu propósito de vida, porque amam lecionar, orgulham-se de lapidar o futuro de tantos. É notório também que ninguém o faz por uma simples recompensa monetária, até porque a remuneração acadêmica brasileira, é vergonhosa frente à nobreza de sua atuação.

Ter e poder contar a história da Daniela Medeiros é muito gratificante, porque apesar de todos os rumos equivocados que a Educação brasileira teima em ser conduzida, há ainda verdadeiros guardiões do bastião da preciosidade dessa transformação: os abnegados professores.

E não são poucos, não… a legião é bem grande e isso nos enche de esperanças, que o futuro, mesmo que capenga, tem jovens cujos potenciais estão sendo lapidados e que com afeto estão sendo conduzidos para serem a mudança que seus antecedentes não conseguiram emplacar na existência de uma sociedade muito mais igualitária, justa, acolhedora e humanista.

Obrigada Daniela Medeiros, duplamente, pelo ofício exercido e pela escolha sensível do uso dos nossos textos… ficamos muito lisonjeados e comovidos em saber que – humildemente -estamos participando desse lindo processo de ensino-aprendizagem.

E querendo, é só agendar um bate papo virtual, mas cheio de calor humano, com essa moçada vibrante e interessada. Estou à disposição… de verdade e de coração.

Gratidão!

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Andréa Nakane é carioca, apaixonada pela Cidade Maravilhosa, relações públicas, professora universitária, Doutora em Comunicação Social e Mestre em Hospitalidade.Embaixadora do RJ. Vive há 20 anos em Sampa e adora interagir com pessoas singulares que possam gerar memórias afetivas construtivas.

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