#AondeVamosParar? – As linhas que sumiram e a falta de ar-condicionado nos ônibus

A segunda matéria da série #AondeVamosParar? fala sobre esses antigos problemas vividos pelos moradores do Rio de Janeiro

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Foto Cleomir Tavares/Diário do Rio

Quem depende de ônibus para se locomover pela cidade do Rio de Janeiro sabe que a situação, que não era das melhores e piorou nos últimos anos. É sobre isso que a segunda matéria da série #AondeVamosParar? vai falar. Entre linhas que foram encurtadas, e/ou tiveram seu número mudado e as que simplesmente sumiram, o carioca sofre sem transporte público de qualidade. O DIÁRIO DO RIO teve acesso a um relatório que mostra as linhas de ônibus da cidade que passam pelos problemas citados são quase 400. Para ver quais foram, clique aqui.

Segundo dados do Data.Rio, órgão da Prefeitura do Rio de Janeiro responsável pelos dados públicos municipais, o ano de 2020 apresentou as menores médias de circulação diárias de pessoas em alguns modais, como ônibus e transporte hidroviário. A série histórica é registrada desde 1995. Como já era de se imaginar, o ano de 2020 foi severamente impactado pela pandemia do Coronavírus e as suas medidas de restrição. O reflexo dessas ações no setor foi a redução de 40% no transporte de trem, com relação ao ano anterior, o número médio de usuários em metrô, bonde, transporte hidroviário e aeroviário também caiu, reduzindo mais da metade. As fontes são os organismos oficiais de controle e gestão de transporte.

“Está muito ruim. A gente fica muito tempo no ponto e nada acontece, não passa nada. Tenho chegado atrasado no trabalho sempre, porque por mais que eu chegue mais cedo no ponto, os ônibus demoram do mesmo jeito”, conta o eletricista Elias Brito.

A Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) informou que fez um pedido de retorno de 40 linhas de ônibus às empresas. O plano  foi dividido em dois grupos, os de alta e média prioridade. O primeiro e mais importante segmento precisava voltar a circular 20 trajetos até 30 de março; já o segundo, tinha o prazo de retorno para mais 20 itinerários até a próxima sexta-feira abril. Contudo, a situação não parece ter mudado muito. Quem depende do transporte, sabe.  

Um balanço parcial feito pela SMTR apontou que 12 dos 20 itinerários de alta prioridade voltaram a operar, mas nenhum deles em conformidade com os critérios do município.

Ministério Público (MP) ajuizou uma ação contra a Intersul de Transportes pedindo para que diversas linhas voltassem a circular na cidade, no entanto, não foi cumprido.

A Rio Ônibus informou, em nota, que 190 linhas estão fora de operação devido à pandemia do coronavírus e que o número de pessoas que utiliza os ônibus diminuiu em 50%. “Essas linhas foram paralisadas ou extintas em função da crise severa que caiu em cima do transporte público rodoviário. Em 2015 eram 45 empresas, de lá, até o início da pandemia, em 2020, fecharam 16 destas empresas. Hoje nós temos 29 delas em atividade e 10 estão em recuperação judicial”.

“Enquanto isso, a gente sofre esperando ônibus que não vem”, afirma a cozinheira Rosa Freire.

Ônibus sem ar-condicionado

Outra espera que quem depende de transporte público no Rio de Janeiro vive é a de linhas de ônibus com ar-condicionado. Com a época mais quente do ano se aproximando, o assunto também retorna ao centro do debate. Em abril de 2021, a Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJ-RJ) determinou que a Prefeitura da capital nomeie um interventor para acompanhar e viabilizar que 100% da frota de ônibus da cidade passem a ser refrigerados. Segundo a nova decisão, em caso de inércia do Município, caberá ao próprio Judiciário a nomeação de um interventor.

Em fevereiro de 2014, quando Eduardo Paes já era prefeito, a Prefeitura assumiu um compromisso em TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público que todos os ônibus teriam o equipamento até o fim de 2016. Até hoje, não foi cumprido.

A Rio Ônibus e a Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Transportes, não comentaram o assunto.

“Já não basta ter pouco ônibus, quando eles chegam parecem um forno. A gente já chega nos lugares estressado, suado”, pontua a vendedora Daniele Ramos.

Em 2017, o DIÁRIO DO RIO publicou uma matéria sobre o calor nos ônibus e a saúde dos passageiros. Entre os principais problemas de saúde que afetam as pessoas que usam ônibus no calor sem ar-condicionado estão a desidratação e o aumento do estresse, afetando tanto passageiros quanto motoristas.

A primavera começa nesta quarta-feira, 22/09 e depois vem o verão.

A próxima matéria da série #AondeVamosParar? vai ser sobre os trens com sua passagem cara e serviço criticado pela população.

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5 COMENTÁRIOS

  1. Os ônibus foram liberados a rodar com ar condicionado desde novembro, mas isso ficou no papel. Pego ônibus diariamente e de novembro até hoje não vi um ônibus circulando com ar condicionado ligado. Um tremendo desrespeito com a população que paga uma passagem caríssima e é obrigada a morrer de calor no verão carioca em ônibus lotados!
    Vamos fiscalizar prefeitura!!!!

  2. Acho um absurdo!! A empresa responsável pela linha TRONCAL 4, Rodoviária/São Conrado, simplesmente tiraram os horários essências para o público, sem ao menos um aviso prévio. Total falta de respeito e consideração com o público.
    Mas na hora de aumentar as passagens eles aumentam rapidinho. Sem falar nas condições dos ônibus. Cadê a Fiscalização???

  3. No meio de uma pandemia cobrar ônibus com ar condicionado? prá ficar todo mundo dentro de um espaço super lotado e fechado? Show não é hora para isso, os ônibus têm que circular de janelas abertas…cada ideia…

  4. O Rio de Janeiro, só piora a cada dia!!
    Infelizmente melícia cresce cada vez mais, ocupam terrenos, com a falta de transporte descente, cresce as vans… Brt? Lixo sobre rodas.. trem? Só preço!! Melhorzinho é o metrô que ainda sim poderia melhorar mais, já que não é nada barato e bem limitado, já que não circula em todas regiões do Rio. O prefeito ao invés de de resolver as questões de transporte e ocupação de terrenos pela melícia… Só sabe querer obrigar a população a se vacinar, já as obrigações dele, ele continua omisso. Entra e sai governo e nada aqui muda, infelizmente a solução para os cariocas, é deixar o Rio e migrar para outro estado, pois políticos… Sem esperanças de melhoras!

  5. Não tenho dúvidas que a pior área de atuação dessa gestão e da anterior foi transporte público. Só piora a cada dia e o prefeito só se importa com o BRT.

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