Localizado próximo a Avenida Beira Mar, um ponto nobre da Região Central junto ao Aterro, o Teatro Maison de France, fechado desde 2020, agora serve como espaço para ensaios de companhias de teatro e dança. A notícia trouxe grande entusiasmo para a classe artística.
O teatro, que viu suas atividades encerradas após o governo francês não renovar a concessão do espaço, enfrentou a ameaça de ser vendido há dois anos. Uma publicação do jornal Le Monde indicava que o governo francês considerava vender o prédio da Maison de France, inaugurado em março de 1956. O edifício histórico, cujo terreno foi cedido à República Francesa pelo governo brasileiro, tinha a missão de abrigar serviços diplomáticos e promover a cultura francesa no Brasil. O teatro, situado dentro do edifício, já foi palco de grandes espetáculos, incluindo o famoso “Mademoiselle Chanel” com Marília Pêra.
A possível venda do prédio gerou preocupações, uma vez que ele poderia ter restrições legais à venda devido à sua finalidade original de difusão cultural. Felizmente, a cooperação cultural franco-alemã intitulada “Juntes na Cultura” – um projeto da Embaixada da França em parceria com o Goethe-Institut Rio de Janeiro e a Secretaria Municipal de Cultura (SMC) – possibilitou a reativação do teatro. Agora, o espaço é utilizado para o período de criação e ensaios de espetáculos selecionados pela equipe da cooperação.
Para sua reabertura, o Teatro Maison de France foi equipado com linóleo (revestimento do piso), iluminação, cortinas, equipamento de som e coxias, proporcionando um ambiente adequado para a produção artística. Os espetáculos que passarem pelo processo de criação e ensaios no teatro terão a oportunidade de estrear nos teatros administrados pela SMC na cidade do Rio.
A programação já tem datas marcadas: entre 9 e 21 de dezembro, o coreógrafo francês Bouba Landrille Tchouda, da Cia Malka, ocupará o espaço com uma residência de criação envolvendo oito dançarinos brasileiros, como parte da programação do Ano França-Brasil em 2025.