Após cancelamento do Carnaval, escolas de sambam enfrentam problemas financeiros

Das 8 escolas de samba do grupo especial, somente 4 foram contempladas com recursos da Lei Aldir Blanc de incentivo a cultura

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Reprodução: Internet

Com o Carnaval 2021 cancelado, a Indústria do Carnaval está vivendo um momento muito complicado e os trabalhadores estão enfrentando muitas dificuldades, pois muitos deles não conseguiram receber o auxílio emergencial. Além disso, segundo informação do Jornal O Dia, das 8 escolas de samba do grupo especial, somente 4 foram contempladas com recursos da Lei Aldir Blanc de incentivo a cultura.

Representantes das agremiações e da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) vão se reunir com o prefeito Eduardo Paes (DEM) e seus pares na próxima quarta-feira (10/02) para tentar encontrar uma solução.

Quando anunciou o cancelamento do Carnaval, a Prefeitura afirmou que haveriam editais de apoio para os profissionais que vivem da festa. Nesta quinta-feira (04/02), Paes anunciou que o município investirá cerca de R$ 3,2 milhões em incentivos ao Carnaval de rua carioca. Para isso, editais, que devem ser lançados em março, já estão sendo preparados.

Vale ressaltar que estes editais iniciais são voltados somente para os profissionais ligados aos blocos. Já para quem atua em escolas de samba, Paes afirmou que outro programa será lançado em breve, especificamente para esse público: ”Na semana que vem teremos o lançamento de um programa voltado para os trabalhadores das escolas de samba.”

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Enquanto isso não acontece, muitos trabalhadores do Carnaval enfrentam dificuldades financeiras, assim como as escolas de samba, que estão com a economia parada.

Em entrevista ao Jornal O Dia, Fernando Horta, presidente da Unidos da Tijuca, contou que a escola não tem mais recursos: “Buscamos parcerias para fornecer cestas básicas para nossos trabalhadores, mas sabemos que não é o suficiente. A escola não vive só de Carnaval, são shows, espetáculos, eventos na quadra (que fica na Leopoldina), mas com a pandemia essas atividades foram suspensas e isso comprometeu muito nosso orçamento“.

Ele contou ao jornal ainda que queria ajudar os profissionais com dificuldade, mas não pode: “Os nossos profissionais estão passando por dificuldades. E eu lamento muito querer ajudar e não poder. […] Foi prometida uma solução (na gestão anterior) para novembro, depois foi adiada para dezembro, e agora já estamos em fevereiro. Um mês para quem está com fome é muita coisa!

O presidente da Portela, Luís Carlos Magalhães, também falou com o jornal O Dia sobre as dificuldades que os trabalhadores da escola de samba estão enfrentando e diz que a agremiação vai buscar uma saída conjunta com o prefeito, a Liesa, o governador do Estado (Cláudio Castro) e o conjunto das escolas. “Estamos com barracões interditados e a pandemia impedindo eventos na quadra. Há muitos trabalhadores do Carnaval sem qualquer perspectiva“, diz Magalhães.

Blocos tradicionais não foram contemplados em 2020

Em dezembro de 2020, saiu o resultado dos aprovados pela Secretaria Estadual de Cultura para a Lei Aldir Blanc (de caráter emergencial) e históricos blocos de carnaval não foram contemplados pelo projeto, mesmo precisando do apoio e seguindo todos os requisitos.

Bola PretaSimpatia é quase amorSuvaco do CristoBarbasCéu na Terra e Orquestra Voadora, entre outros, estão na lista de projetos que não foram aprovados para receber apoio da Secretaria Estadual de Cultura.

E não parou por aí… a mesma avaliação que deixou de fora diversos blocos, aprovou projetos de empresas de comércio varejista, atividades de consultoria e serviços e estabelecimento comercial de tatuagem, além de CNPJ inexistente.

Sobre a Lei Aldir Blanc

A Lei Aldir Blanc, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em junho de 2020 foi destinada a profissionais do setor cultural, como artistas, contadores de histórias e professores de escolas de arte e capoeira, paga por meio dos governos estaduais em três parcelas mensais de R$ 600.

Ao todo, já foram transferidos cerca de R$ 3 bilhões para estados e municípios auxiliarem os pequenos artistas e espaços culturais. Os recursos destinados por meio da lei também podem ser utilizados para pagamento de auxílio mensal para manutenção de espaços artísticos em valores que variavam de R$ 3 mil a R$ 10 mil.

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