Arcebispo do Rio celebra missa solene nesta sexta em igreja da Rua do Ouvidor

A missa de hoje na Igreja da Lapa dos Mercadores será celebrada por Dom Orani em ação de graças pelo encerramento do ano da Ordem do Santo Sepulcro e marca o retorno dos toque dos sinos no Centro Histórico

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Missa da Reabertura da Igreja da Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores - Foto Daniel Martins/DIÁRIO DO RIO

A Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém celebra Missa Solene de encerramento de suas atividades anuais, nesta sexta-feira (1/12), às 11h, na Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, no Centro Histórico do Rio de Janeiro. A celebração eucarística, que será acompanhada por Coral e Grande Orquestra, será presidida pelo Cardeal arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, que é também o Grão Prior da milenar ordem reconhecida pela Santa Sé, cuja lugartenência do Rio de Janeiro tem cerca de 70 membros. A cerimônia na igreja histórica que foi reinaugurada com pompa em junho deste ano será aberta ao público é concelebrada pelo Bispo Auxiliar Dom Roque Souza.

A Missa Solene terá lugar na recém-restaurada e cada dia mais visitada Igrejinha dos Mercadores, que fica na esquina da rua do Ouvidor com o Arco do Teles, conhecida por sua nave elíptica e decoração em rococó, assim como por suas missas em latim celebradas nos finais de semana ao meio-dia. A igreja foi pioneira em retomar o toque dos sinos de hora em hora e recentemente restaurou o relógio de sua torre, que ficou 101 anos completamente parado. Espera-se uma cerimônia com bonita liturgia e uma igreja lindamente decorada, como costumam ser as celebrações da Irmandade dos Mercadores. A lugartenente da Ordem do Santo Sepulcro, a advogada Isis Penido, assumiu pessoalmente a decoração do templo para a missa.

O Coral Astorga, da soprano Juliana Sucupira, irá acompanhar a Missa Solene que será celebrada pelo próprio Cardeal e concelebrada por outros padres integrantes da Ordem Equestre. Será uma rara chance de ver os cavaleiros e damas uniformizados como há séculos atrás; a organização é mundial, e em Paris, por exemplo, é incumbência dos mesmos cavaleiros fazer a guarda da coroa de espinhos de Jesus Cristo, relíquia que está guardada na Igreja de Notre Dame – e que foi salva do terrível incêndio, depois de ter sido salva da queda de Constantinopla e da Revolução Francesa.

O dia primeiro marca também o início da implementação do projeto ‘Alerta da Paz’, uma iniciativa do Vicariato Episcopal das Confrarias e Irmandades da Arquidiocese e da Associação Comercial do Rio. A partir do dia 1/12 os sinos de diversas igrejas da região do Centro Histórico irão passar a tocar juntos, ao mesmo tempo, diversas vezes por dia, para comemorar o Natal e a Revitalização da região Central, durante todo o mês de dezembro. (Abaixo)

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Histórico de uma Organização milenar

A Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém, instituição leiga da Santa Sé, é uma ordem milenar honorífica de cavalaria cuja existência data do ano 1098. De acordo com a tradição, a entidade teria como origem a Ordem dos Cônegos da Santo Sepulcro, após Godofredo de Bouillon ter libertado Jerusalém do domínio mulçumano na Primeira Cruzada. Com a vitória, Cavaleiros de diversas nacionalidades firmaram votos de obediência para defender o Santo Sepulcro.

Em 1103, o rei cruzado, Balduíno I de Jerusalém, tornou-se superior da Ordem dos Cônegos do Santo Sepulcro, com prerrogativas de nomear Cavaleiros. Tal faculdade ficaria a cargo do Patriarca Latino de Jerusalém, em caso de ausência do monarca. Dentro dos quadros da Ordem cabia aos Sargentos, uma espécie de milícia eleita dentro da Cruzada, a defesa do Santo Sepulcro e dos Lugares Santos.

Com o fim da Primeira Cruzada, em 1114, Arnolfo de Choques, Patriarca de Jerusalém, obrigou os cônegos a viverem encerrados em comunidades sob a regra de Santo Agostinho, além de outras normas ditadas pelo Papa Calisto II. Ele também deu mais espaço às mulheres com a criação de uma divisão feminina.

Após o desaparecimento do Reino Cristão de Jerusalém, a Ordem ficou sem um superior, cabendo à alta autoridade religiosa na Terra Santa, a Custódia da Terra Santa, liderada pelos Franciscanos, a nomeação de novos Cavaleiros.

O Papa Inocêncio VIII chegou a extinguir a instituição, em 21 de março de 1489, através da bula Cum Solerti Meditatione, repassando os seus bens e propriedades aos Hospitalários. Em 1496, a bula de Inocêncio VIII foi revogada pelo Papa Alexandre VI, que resgatou a Ordem, que seria agora subordinada ao Vaticano. Seus bens, no entanto, não foram reavidos.

Em 1847, o Papa Pio IX restabeleceu o Patriarcado, com a entidade voltando a custodiar o Santo Sepulcro e concentrando as funções de sustento das obras do Patriarcado Latino de Jerusalém e da propagação da fé cristã.

A partir de 3 de agosto de 1888, as mulheres passaram a ter acesso à Ordem através do Braço de Damas, após a publicação das cartas apostólicas Venerabilis Frater Vicentius pelo Papa Leão XIII. Em 1098, o termo Militar foi substituído pelo Equestre no nome da Ordem.

Em 8 de julho de 1977, o Papa Paulo VI aprovou a nova constituição da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém , que passou a ter os seguintes propósitos: Prática da vida cristã; Custódia e manutenção da fé cristã na Palestina; e Defesa dos direitos da Igreja Católica na Terra Santa.

O Papa João Paulo II, em 1996, elevou a dignidade da Ordem à Associação Pública de Fiéis, com personalidade canônica e civil.

Atualmente, a Ordem faz contribuições à Universidade de Belém, escolas, asilos, dispensários, hospitais e outras instituições na Palestina, mantendo efetivamente o Patriarcado de Jerusalém com doações de seus membros do mundo todo, que chegam a cerca de poucos milhares de cavaleiros e damas.

Nossa Senhora da Palestina é padroeira da Ordem do Santo Sepulcro que, assim como o Patriarcado Latino, é responsável pela manutenção de um Santuário, construído em 1928, na cidade de Deir Rafat, localizado a 30 km de Jerusalém.

A Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém conta, atualmente, com mais de 20 mil Cavaleiros e Damas em todo o mundo. Aos integrantes é facultado o direito de vestirem capa branca com a cruz de Jerusalém, no caso dos Cavaleiros, e capa preta e véu, no caso das Damas. Nas capas consta o bordado com o símbolo máximo de Jerusalém: a Cruz Vermelha de Jerusalém, com quatro pequenas cruzes, em recordação às chagas de Cristo. É com recursos da Ordem que são mantidas as obras católicas na Terra Santa (asilos, universidade, escolas, hospitais), região que engloba Palestina, Israel, Cisjordânia e Líbano.

A Ordem do Santo Sepulcro é a única instituição secular da Santa Sé e, juntamente com a Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, são as únicas reconhecidas, histórica e juridicamente pelo Vaticano, como Ordens de Cavalaria.

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