Até 9 de novembro, as 15 favelas que integram o Complexo da Maré, na Zona Norte da capital fluminense, realizam a terceira edição do Festival Comida de Favela. O evento gastronômico reúne 16 bares, restaurantes e pensões alinhadas com a tradição e a identidade do Complexo da Maré. Os preços dos pratos variam entre R$ 5 e R$ 35.
Os visitantes, além de degustarem as delícias populares, também poderão votar no seu prato favorito dentro das categorias “Melhor Comida de Bar, Restaurante ou Pensão” e “Melhor Comida de Rua”. Os vencedores receberão prêmios de R$ 3 mil a R$ 10 mil para investimentos em seus negócios.
Entre os destaques gastronômicos do circuito estão: sarapatel de porco à Paraíba servido ao molho pesto de agrião; pizza artesanal de carne seca com queijo coalho e borda recheada; cuscuz com galinha Cross; torta salgada recheada com sardinha na pressão; purê de batata e geleia da casa com ameixas frescas e pimenta; trio de tapas com pescadinha; sardinha artesanal e camarões pescados na Baía de Guanabara, entre outras opções.
A abertura do festival aconteceu, nesta quinta-feira (10), na Casa das Mulheres da Maré, na Rua da Paz, 42, no Parque União, onde foram realizadas várias atividades, como uma apresentação dos participantes e pratos, um aula-show com a chef de cozinha Katia Barbosa, e uma apresentação do grupo Samba que Elas Querem.
A coordenadora e responsável pelo projeto pelo Maré de Sabores, Mariana Aleixo, explicou que 16 empreendimentos locais selecionados receberam curadoria do projeto para fortalecer e ampliar a rede de negócios da Maré.
“Selecionamos 16 empreendimentos locais que receberam uma curadoria do festival, através do projeto Maré de Sabores, para desenvolver e fortalecer a rede de empreendimentos da Maré, e evidenciar suas histórias, saberes e sabores. O público ainda pode experimentar um roteiro gastronômico com pratos cheios de memória e cultura alimentar da Maré e ressignificar o território de favela como experiências de afeto, prazer, sucesso e inovação, e não apenas de violência”, disse Mariana Aleixo, segundo O DIA.
Cria da Maré, a empreendedora Leila Alves, que trabalhava como comerciária, passou a fazer empadas para vender no bar da família. Em 2020, com a perda do emprego, ela decidiu abrir o seu próprio negócio, o Empatias, para vender as empadas. O empreendimento, em parceria com o filho Otamar, que começou no delivery, hoje tem trailer container, que funciona na Rua Nova Jerusalém, no Morro do Timbau. O cardápio conta com mais de 20 sabores de empadas; entre eles: carne seca, Nutella e churros.
Já o cearense Raimundo de Azevedo Maia, um aficionado pela culinária japonesa, juntou-se aos filhos para abrir o primeiro restaurante japonês local: o Sushi Maré, que já funciona há 10 anos na Rua Roberto da Silveira, 27, no Parque União. No Comida de Favela, o sushiman concorre com o prato Hot arretado: Hot Philadelphia de camarão com cream cheese e creme de queijo coalho da casa gratinado à mesa.
Caravanas disponíveis
Na atual edição do Comida de Favela, os interessados contarão com caravanas partindo de vários pontos da cidade. As caravanas podem ser a pé ou de van. Nos dois casos, as pessoas serão acompanhadas por um morador da Maré, que mostrará o lugar e os estabelecimentos do circuito do festival.
As atividades são realizadas aos sábados e domingos, com pontos de encontro pré-definidos. As reservas e adesão à caravana podem ser feitas pelo WhatsApp (21) 97159-7725.