Unir forças de setores distintos para solucionar os problemas na Zona Portuária. Investidores, empreendedores, empresários, moradores, políticos e representantes de ONGs debateram nesta sexta (27) no II Fórum de Soluções do Porto Maravilha, formas de alavancar os negócios locais. Todos foram unânimes sobre o potencial do Porto para empreendimentos, como por exemplo o sucesso dos eventos culturais na região. Mas para atrair novos investidores, alguns pontos ainda precisam ser resolvidos.
Claudio André de Castro, diretor da Sergio Castro Imóveis, uma das principais empresas do segmento imobiliário da cidade e pioneira na atuação no Porto Maravilha, está bem familiarizado com o local. “Em 2008 nós compramos uma antiga tinturaria em frente ao Moinho Fluminense para ser nossa filial. No decorrer desses 13 anos vendemos mais de 100 prédios históricos na região. Quando começamos a vender falávamos que esse era um projeto a longo prazo que dependia de vários fatores. Sempre defendi que além de trazer mais pessoas para residir, temos que dar uma vida melhor e espaços públicos melhores para quem já reside aqui. Temos que acabar com estacionamento que ocupa logradouro público e os vários ferros-velhos ilegais. O Porto é a continuação lógica do Centro da cidade“, finalizou.
O evento, que lotou o salão do NOVOTEL, também contou com a presença de Daniela Maia, presidente da RioTur, que revelou diversos planos para os pontos turísticos locais e uma grande festa de ano novo na região. “Aqui será a área que terá a maior concentração de aparelhamentos turísticos do Rio, começando pela Cidade do Samba, que terá shows e visitas aos barracões. O visitante vai acompanhar como é feito o carnaval. Queremos o Terreirão do Samba funcionando o ano inteiro, assim como o Museu do Carnaval. A Pedra do Sal e o Cais do Valongo também são pontos muito visitados“, afirmou. Ela está otimista com a vacinação e vê o local com grande potencial para a festa do réveillon. “Projetamos um palco para a virada do ano na Praça Mauá, estamos conversando com o pessoal da saúde, vamos aguardar“.
Em relação ao transporte público, melhorias estão prevista no VLT, como uma estação extra e sua extensão até São Cristóvão. “Quando a pandemia arrefecer, vamos ter mais pessoas circulando, com o Boulervard lotado. Já temos o projeto pronto para a demanda de uma estação em frente ao AquaRio, em breve vamos começar os testes. E conforme anunciamos essa semana, vamos fazer uma integração do BRT Transbrasil com uma nova estação do VLT no Gasômetro de São Cristóvão. Mas é um grande passo e ainda precisamos de muita infraestrutura no entorno. A previsão da obra é para 2023“, afirmou Gustavo Guerrante, presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto – CDURP.
Antonio Florencio de Queiroz Junior, presidente do Sistema Fecomércio RJ, também está otimista e revelou alguns planos para fomentar os negócios no Porto. “Nosso papel é tentar criar um ambiente favorável para o empresário. Aqui é um tesouro, com os nossos braços operacionais, Sesc e Senac, podemos criar parcerias, trazer startups, criar um polo de inovação e tecnologia“. E emendou, “Não importa que o governo tenha que cuidar, a consequência tem que ser nossa, nós somos os senhores dos nossos destinos. A eleição mais importante é a municipal, é a que muda a nossa vida mais rápido“. E questionou, “Alguém sabe o número de cinco vereadores, são eles que decidem sobre nós. Temos que cuidar da nossa casa e fazer uma cidade melhor para viver“.
Rafael Ponzi, anfitrião do evento e CEO do Clube do Empreendedor Brasil, comentou o sucesso do fórum, que esse ano atraiu vários representantes dos setores da economia. “O Clube atende diariamente muitos empreendedores e sempre trazemos soluções para a expansão da área. Temos empreendedores de diversos segmentos e tamanhos e precisamos de uma capacitação qualificada para eles, fazer com que tenham acesso ao crédito e microcrédito. O fórum é isso, é para dar mais uma contribuição junto com o Distrito Empresarial do Porto do Rio de Janeiro (DEP-RJ) e tornar isso aqui uma ferramenta para impulsionar micro e grandes empresas, conectando todos os agentes econômicos“.
Não vamos ficar só no dialogo, o brasileiro tem essa fama. Mãos a obra, assim como os japoneses, temos que aprender com eles. Essa cidade tem tudo para ser uma cidade do presente e do futuro, é só fazer o certo. Por que não edifícios de 50 à 70 andares no porto, não que seja para embelezar a cidade, mas para abrigar várias empresas. O Moinho Fluminense poderia ser uma startap ou várias, o local é muito grande e tem o VLT que passa dentro do prédio. Tomara que de certo, estou na torcida com a maioria do cariocas.